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Sucessos Em Dose Dupla - 2011

Gravadora: Warner Music - CD 5052498822959


Músicas

Lado A - 01 - História dos passarinhos

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pro mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheios de ninhos
E passei a manhã inteira
Em baixo dessa figueira
Apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam
No bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido
Da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho
E também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola
E dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele esse é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí
Eu caço qualquer passarinho
Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho

Parece até que dizia:
É triste eu viver sozinho...
Só porque eu fui procurar
Comida pros filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nessa prisão
E nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando
O que já me aconteceu
A muitos anos atrás
Que a polícia me prendeu
O juíz me condeno
E depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava
Quando os colegas cantava
E aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando
Quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz
Da boca do gurizinho
E a gaiola custo 10
Quem me der 20 mil réis
Pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo
Para evitar discusão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo
Eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punido
Pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também conserva amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer
Ter a mesma liberdade

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Lado A - 02 - Carta pra mamãe

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Oh minha querida mãe
Eu espero que essas linhas
Vai encontrar com saúde
Minha querida mãezinha
Como eu não vou em pessoa
É que eu mando esta cartinha
Pra buscar noticias tuas
E levar noticias minhas

Oh minha querida mãe
Tu de lá e eu daqui
Por mim eu sei que tu clama
Eu também clamo por ti
Mas eu vivo carregando
Está cruz que eu recebi
Mas dos teus doces carinhos
Ainda não me esqueci

Oh minha querida mãe
Digo com sinceridade
Só uma dor me maltrata
É esta malvada saudade
Te ver junto dos meus braços
É toda a minha vontade
Seria pra mim na vida
A maior felicidade)
Jesus cordeiro divino
Nosso Senhor do Bom Fim
São Jorge porque não faz
Eu ter um viver assim
Que eu viva pra a minha mãe
E ela viva para mim
Seria pra mim na vida
Uma alegria sem fim

Eu queria que estes versos
Tivesse boca e falasse
Eu queria que essas rimas
Tivesse lábios e beijasse
Que tivesse compreensão
Que fizesse o que eu mandasse
Para chegar de surpresa
E beijar as suas faces

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Lado A - 03 - Trança de china

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

É cousa triste gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

Eu digo isso é por que aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho

Se fosse no verão não era nada,
mas no inverno qualquer magricela faz falta

Quando ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não

Saltei na china, puxei da prateada
E dei-lhe um talho que atorou a trança
Mandei fazer uma rédea trançada
E é só o que eu tenho dela por lembrança

Mulher falsa em rancho
é mais uma pistola engatilhada contra a gente amigo

Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi cortada
Dê meia-volta e saia campo afora
Que china falsa não me vale nada

É cousa triste gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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Lado A - 04 - Percorrendo o Rio Grande

Intérprete: Gildo de Freitas

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Ô milonga galponeira
Já que tu tens qualidade
Vai dar uma volta ao mundo
No brasil da liberdade

Vai por mim lá no rio Grande
Terra de hospitalidade
Entra no Rio Grande amado
E vai matar minha saudade

Percorre bem meu Rio Grande
Leva bastante alegria
Em Alegrete, Rosário
São Borja, Santa Maria

São Gabriel, Dom Pedrito
Soledade e Vacaria
Novo Hamburgo e Porto Alegre
São Leopoldo e Caxias

Santana do Livramento
Jaguarão e Itaqui
Camaquã e Montenegro
São Francisco e Jaguari

Viamão e Santo Antônio
Taquara, Gravataí
Portão, Rincão do Cascalho
E São Sebastião do Caí

milonga chega nas praias
Em Torres, Tramandaí
No Pinhal e na Cidreira
Palmares, Capivari

Dá uma chegada em Pelotas
Rio Grande, Piratini
Vai a Pinheiro Machado,
Cachoeira e Cacequi

São Sepé e Caçapava
Lavras, Bagé e Três Passos
Vai levar a esta gente
Meu grande e sincero abraço

E diga a todos que agarrem
Um punhal de puro aço
Cortem o meu coração
E cada um leve um pedaço

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Lado A - 05 - Saudade de Alegrete

Intérprete: Gildo de Freitas

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Este Alegrete foi a terra que eu nasci
Depois no mundo eu andei, virei eu mexi
Mas sempre peço quando Deus mandar a morte
Também mande uma sorte de eu morrer junto de ti

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Este Alegrete é lugar de boa fé
Quem sai daqui quer voltar, se Deus quiser
E o gaúcho quando sai desta cidade
Quase morre de saudade eu não sei pelo que é

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Eu quando estou num lugar muito distante
Que eu deito e durmo e sonho com esta cidade
Eu me acordo já um tanto comovido
Passo o dia aborrecido quase louco de saudade

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Agora sim eu tô cantando mais contente
Eu me acho aqui no meio desta gente
Agora sim eu tô derrubando a saudade
Da minha velha amizade porque voltei novamente.

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

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Lado A - 06 - Campereada de amor

Intérprete: Gildo de Freitas

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Por ser gaúcho eu já fui bem feliz no mundo
Já fui gaúcho que tive muito valor
Já tenho dado muitos bons tiros de laço
Em campo alheio em campereada de amor
Até as próprias gauchinhas também sabe
Que eu nesta vida fui gaúcho laçador
Campereando em palestra com as gaúchas
Caiu diversas por eu ser pialador

A minha gaita eu comparo com cavalo
Os foles dela eu comparo com arreios
E o teclado da gaita serve de campo
E os meus dedos são cachorro num floreio
E em quantas vezes em Campereada de amor
Puxei na gaita de grito eu parei rodeio
As gauchinhas então ficavam arrodiando
E o gaúcho ia laçando do meio

Já tenho feito campereada nesta vida
Mas são campos de amores e carinhos
Há poucos anos eu me achava campereando
Nos verdes campos da invernada de um vizinho
Alevantei o meu laço com esperança
E o malvado foi cerrando os bocadinhos
Foi agarra uma gaúcha meia espalda
E foi no laço pra dentro do meu ranchinho

E foi o tempo se passando e nois no rancho
Com alegria dentro daquela morada
Não encilhei mais o meu cavalo amigo
E não puis mais meus pé noutra invernada
Não atirei mais o meu laço caprichoso
Eu nunca mais pude dar outra pialada
Eu nunca mais parei rodeio em outros campo
Eu nunca mais pude fazer campereada

Correr dos anos arrecebi um fracasso
Porque a tristeza invadiu minha morada
O meu cavalo uma cobra venenosa
Me matou ele lá no fundo da invernada
E a gaúcha a mulher que foi no laço
Teve a coragem de deixar das gauchada
Hoje só resta minha pobre cordeona
Mas um gaúcho sem mulher não vale nada
Hoje só resta minha pobre cordiona
Mas um gaúcho sem mulher não vale nada

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Lado A - 07 - Briga no carreiramento

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Um certo dia num carreiramento
Andei peleando lá pelo corredor
Tava peleando com mais de um cento
E uma china então saiu a meu favor
Pregou-lhe o grito e entrou no rodeio
E puxou logo a espada da cintura
O menor talho que ela deu foi palmo e meio
Que coube dentro umas quarenta rapaduras

Aquela china veia chegava dar rodeio
para quatro ou cinco policia, siô


Parou a briga e eu levei a china
E no local então ficou algum defunto
Parece até que aquilo era nossa sina
Matar alguém para depois nóis viver junto
Levei a china lá pra o meu ranchinho
E ela quem me prepara o chimarrão
Tomemo o verde abaixo de carinho
Só se cuidando de alguma traição

Mulher valente assim não dá em toceira rapaziada

Mulher valente no rancho é um respeito
Porque se acaso qualquer um gavião
Querer da china arrancar proveito
Pois pode crer que ele entra no facão
Eu no meu rancho me vendo agredido
Dou tantos tiros de fazer defunto
A china velha dá um nó no vestido
Vem pro meu lado e peleia junto

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Lado A - 08 - Prova de amor

Intérprete: Gildo de Freitas

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Se você um dia prometesse a mim
Que por aventura me dava o amor,
Eu ia montar no potro mais xucro
E fazer proezas sem ser domador.
Eu ia montar só pra o povo ver
Como é bonito quando a gente quer,
Se quebra o pescoço, se arriscar morrer
Só pelo amor de uma linda mulher.

Eu era capaz de um dia pelear
Já que eu na vida nunca fui valente
Mas por você eu toreio a polícia
Contrareio as leis de qualquer presidente.
Me sinto capaz de pegar um tigre a unha
Montar em pêlo em qualquer um leão
Atravessar o oceano a nado
Para conquistar teu meigo coração.

E se tu disseres, gaúcho eu gostei,
Eu me sinto entregue por tuas proeza
Nós de acordo chegamos na lei
E eu serei dono da tua beleza.
Aí eu vou ver o lucro que tive
De toda arriscada que no mundo eu fiz
Se eu perco a vida, eu pouco me importo
Também se me salvo sou um homem feliz.

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Lado A - 09 - Acordeona

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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De madrugada quando dia vem raiando
Eu tô tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho

A acordeona faz carinho e alegra meu coração?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha tá na mão do outro dono

Ah acordeona tu te recorda da tua dona ?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria

Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus

Ah acordeona da um desprezo na tua dona?
Ah acordeona da um desprezo na tua dona?

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Lado A - 10 - Estrada da vida

Intérprete: Gildo de Freitas

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Nossa vida é uma estrada com diversos corredor
Tem muitas encruzilhadas na picadinha do amor
Tem trecho duro, bem firme outros com atolador,
Cada um tem sua estrada seja do jeito que for.

Na estrada da minha vida tive muitas decadências
Muito atrapalho na estrada, mas nunca usei violência
Fui carregando a mochila com calma, jeito e paciência
Quanto mais brava a estrada mais eu mostrei resistência.

Na velha estrada da vida hoje eu descanso um pouquinho
Encontrei uma viajanta que ia pro mesmo caminho,
Ela foi, me convidou, pra nós viajar juntinho,
Daquela data em diante não viajei mais sozinho.

Eu hoje tou numa estrada só de amores e carinho,
Nós fizemos uma empreitada, mas vamos devagarinho;
Porém a nossa empreitada foi de abrir cinco caminhos
Hoje são mais cinco estradas pros nossos cincos filhinhos.

Eu na estrada da vida, eu sou desta opinião,
Isso é o conselho que serve para qualquer cidadão
Principalmente pra esses moços, velhos, solteirão
Todo homem sem mulher é um viajar sem condução.

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Lado A - 11 - Que jeito tem a Mariana

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vai te preparando Pedro Raimundo

Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm
Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm

Tô ansioso pra saber...

Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana
Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana

Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela
Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela

Esta china véia dava mais volta
do que porca em parafuso seu


Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua
Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua

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Lado B - 01 - A grande perda do Brasil

Intérprete: Gildo de Freitas

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Dia 24 de Agosto teve o mundo um arrepio
Teve um sol mas muito fraco
Foi um sol fraco e sombrio
E os astros se enfumaçaram
Com gestos de quem sentiu
E mesmo não é pra menos
Foi este o pai da pobreza
Aquele que nos tratava
Com tanta delicadeza
Quem nos deu tanta alegria
E hoje só nos da tristeza
Morreste gaúcho velho
Porém deixaste pedido
Pra não morrer, não matar
Não ferir, não ser ferido
Vamos forçar pra cumprir
As ordens do falecido
Apesar de que todos sabem
Que os gaúchos não são mansos
Mas nois temos que deixar
A sua arma em descanso
Mas se não fosse esta carta
O Brasil tava em balanço

Dr. Getulio me atenda
Este pedido que eu faço
O povo aqui não têm força
Sem a cana do teu braço
Peça licença pra Deus
E nos governe do espaço
Oh meu Deus esse gaúcho
Que foi pro céu e não vêm
Já governou quinze anos
Até cego sabe bem
Tinha força pra matar
Mas nunca matou ninguém

E por ele se matar
O Senhor dê o perdão
Porque ele se matou
Para não ver revolução
E já nasceu com esse instinto
Morrer sim, matar não
Tu no céu nois na terra

Hoje tudo mundo fala
Que teu pobre coração
Não merecia está bala
E o Brasil custa a encontrar
Um homem da tua iguala

Descansa Gaúcho velho
Tu no céu e nois aqui
E eu peço que Deus me atenda
Faça está praga cair
Dê-lhe uma cãimbra na língua
Nos que falavam de ti
Foi-se o homem do cavalo
Do chapéu das abas largas
Hoje este Brasil sem ele
Serão coisas muito amargas
Vamos rezar pela alma
Do Doutor Getulio Vargas

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Lado B - 02 - Que negrinha boa

Intérprete: Gildo de Freitas

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O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela

Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela

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Lado B - 03 - Promessa pra seca

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Eu só queria que você um dia
Se recorda-se o que tratou comigo
Que ia ser de inteira confiança
Nessa esperança me casei contigo
Maldito o dia foi o nosso encontro
Foste o principio do meu sofrimento
As tuas juras me deixaram tonto
Sem desconfiança do teu fingimento

E o pedido que por noís foi feito
Naquele dia aos pé do altar
Hoje tu mostra o teu defeito
Por desmanchares o nosso lindo lar
Meu coração está sofrendo
Porque conserva sinceridade
E o culpado é o teu coração
Por ter usado só a falsidade

Teu coração deve estar sorrindo
Por se encontrar distante do meu
Meu coração sempre aborrecido
Por se encontrar distante do teu
Bate direito o meu coração
Você não deve errar a batida
Nem se entregue pra esta paixão
Que recebeste da mulher fingida

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Lado B - 04 - Brincando com as mulheres

Intérprete: Gildo de Freitas

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Você vai pra lá, me diga pra ela
Que eu estou morando aqui na cidade
E daqui distante eu já descobri
Que ela usou-me de uma falsidade.
Uma cigana teve me explicando
Que para o homem ter felicidade
Com uma mulher que não for distinta
Se dá-lhe nela uma surra de cinta
Por que ela ajeita e agarra amizade

Assim com um carinho desses quem é que não se entrega?

Você vai pra lá, me diga pra ela
Que qualquer a um dia eu vou no meu ranchinho
Se tiver homem sai pela janela
E eu deito de novo no meu velho ninho
Eu só farei o que for necessário
Sem comentário para o meu vizinho
Vou dar-lhe nela dois ou três cintaços
Depois faze-la deitar nos meus braços
E pagar a surra com os próprios carinhos.

Esse remédio merece cuidado
Por isso eu vou aplicar em pessoa
Pra se bater na mulher que se gosta
Há que ter cuidado se não atordoa
Eu gosto muito daquela mulher
Vou ver se salvo aquela pessoa
Pode que a cinta e que Deus ajude
Que ela tome uma nova atitude
Depois de perdida ainda se torne boa.

Há, Há, ela vai pegar o caminho

Só não me peçam copia da letra
Por que eu não dou a cópia pra ninguém
É um remédio que estou aplicando
Pra ver se salvo quem eu quero bem
Mais tarde sim, se der resultado
Será comentado pelo mundo além
Aí mais tarde se você tiver
Qualquer problema com sua mulher
Peça a receita que eu lhe dou também

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Lado B - 05 - Nós somos todos iguais

Intérprete: Gildo de Freitas

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Delicado eu sempre fui
Pra quem tinha boa fé
Tenho ganhado questões
Só Deus sabe como é
A verdade é minha capa
Também nunca dei um tapa
Que o índio ficasse em pé

Foi cousas que se passaram pela minha mocidade
Quem tem meu temperamento vive por casualidade
Já nasci pra ser assim e troxe dentro de mim o gesto da autoridade


E pra ser autoridade
é preciso ter respeito
E também não se assustar
Do rompante do sujeito
Eu não carrego bagagem
E o homem que tem coragem
A morrer é mais atreito

No tempo do lá vai facão
Sempre fui um gaúcho bueno
Quantos brancos não dançavam
Nesses salões de moreno
De vereda já brigava na entrada
Para não perder o treino
Eu gostava desses bailes
Porque a entrada era barata
Meu sangue é de português
Sempre gostei de mulata
E elas me admiravam sorriam
Me arrodiavam por eu ser solto das patas


E eu terminava dançando
E a chinas achando graça
Eu acho que preto e branco
São feitos da mesma massa
Hoje é mansa a mocidade
Existe facilidade
Pra fazer cruza de raça

Hoje o preto e o moço branco
Tem o viver mais perfeito
Estudam na mesma aula
Não existe o preconceito
Hoje sem haver vexame
Passam pelo mesmo exame
Se formam do mesmo jeito

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Lado B - 06 - Já dormi em cemitério

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Esta mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda esses dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo é só de gente viva
Pela má língua que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

Claro que não faz!
Não te assusta de caveira João!
Têm muita gente que quer ver tua caveira!


Está mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou um gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda estes dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo só de gente viva
Pela mania que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

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Lado B - 07 - Figueira amiga

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Esta figueira, meus amigos fica
na esquina do forte com a Assis Brasil


Figueira como é que pode
Estares modificada
E vejo assim tão cercada
De casas de moradia
Onde estão as ferrarias
Do Carlo e do Zéca Paiva
Francamente eu tenho raiva
De não ver mais quem eu via.

Figueira faz tanto tempo
Que eu estava retirado
Aqui deixei meu passado
E hoje venho a procura
Só não vejo as criatura
Que eu vi e sou testemunha
Pegando cavalo a unha
Para porem a ferradura.

Passavam tropas e tropas pelo passo da mangueira
E na estrada da pedreira pouco adiante do boeirinho
O matador assassino e as facas carneadeiras
Parece até brincadeira que o tempo modificou
Que fim será que levou teus velhos dono figueira
Eu tenho até que teus donos à anos já faleceram
E os herdantes venderam para outros seus direito
Ficaste assim desse geito cercada de vizinhança
Que fim levou as crianças e aquelas moças tão lindas
Recordo de tudo ainda e não me sai da lembrança.
Quem tu eras, quem tu és, oh figueira bonitona.
Zéca Paiva era o teu dono, a dona Arzira tua dona
Quantas vezes em tua sombra churrasquiei, toquei sanfona
E a evolução por vaidade transformou tudo em cidade,
passou a ser cidadona


Se eu pudesse eu te mudava
Pra um lugar de campo aberto
Para sentires de perto
As coisas de antigamente
Tu com toda essa beleza
I esse estranho ambiente
Não podes viver contente
Distante da natureza.

É isso mesmo figueira, tu és a recordação do meu velho passado
Vamô encerrar gaiteiro

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Lado B - 08 - Trança de china

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Vou cantar pra vocês, meus amigos
Que estão me ouvindo por este mundo velho de Deus
Esta letra que traz por título
Trança de china


É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais
Eu digo isso é porque aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho.

Se fosse no verão não era nada.
Mas no inverno qualquer magricela faz falta compadre velho!


Mas ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não
Saltei na china, puxei a prateada
E dei um taio que atorou a trança
Mandei fazer umas rédeas trançadas
E é só que eu tenho dela por lembrança.

Mulher falsa em rancho
é mais uma pistola engatilhada contra a gente, amigo!


Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi tosada
De meia volta e saia campo a fora
Que china falsa, não me vale nada.
É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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Lado B - 09 - Escola do mundo

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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Leia a Letra

Eu sou um poeta de nascimento
Que a escola não me conheceu
Eu devo sim agradecimento
Pelas lições que o mundo me deu
Eu surgi neste mundo terrestre
Porém não sei como é que surgi
Eu peguei o mundo por mestre
Com ele tudo na vida aprendi

Ai ai ai ai
Eu agradeço essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

Eu quando canto pro povo querido
Sinto na alma um prazer profundo
Naquele instante que sou aplaudido
Eu agradeço a escola do mundo
Hoje me sinto no fim da viagem
Cantando e sorrindo recebendo palma
Pedindo a Deus uma santa passagem
E a salvação para minha alma

Ai ai ai ai
Eu agradeço a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

É bem assim meus amigos
Sagrada escola do mundo
Para esta gaita gaiteiro

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Lado B - 10 - Definição do grito

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Uma vez num outro estado me pediram informação
Pelo quê que no Rio Grande todo gaúcho é gritão
Bem ali no pé da letra já lhe dei explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
a gritar com a criação.

Assim mesmo não são todos do falar agritalhado
O gaúcho da cidade tem o falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida pra quem se criou na lida sempre
gritando com o gado.

Quem se criou na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É ali que eu acredito que a gente não dando uns grito
se perde toda a boiada.

Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
Mas eu tenho a impressão que ouço o gado berrando
Por isso às vezes facilito e sem querer dou-lhe um grito
e gravo a letra gritando.

A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
Aí pra banda do norte, aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco, sei que este povo acredita
Nesta minha gravação fica dada a explicação
Por que é que o gaúcho grita

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Lado B - 11 - A vida do Romão Vieira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Me chamam Romão Viera
Me considero um guri
Tenho dezenove anos
E já muito progredi
Meu pai era um capitão
Com nove anos perdi
Por isso o meu sofrimento
Já começou por ali
Lá nas terras missioneiras
Foi o lugar que eu nasci
E ao lado da minha mãe
Quatro anos convivi
A morte também a levou
Me deixando por aqui
E a minha irmã mais velha
Ficou de encarregada
Recebia do governo
E tratava a criançada
E eu meio assim de escapada
Resolvi pegar a ponta
Sai que nem mosca tonta
Num sentimento profundo
E me joguei contra o mundo
Pra viver por minha conta
Passou a ficar mais feio
Quando de casa sai
Dormindo em ranchos alheios
Só eu sei como me vi
As vezes que fui ralhado
Escutei não respondi
Sempre com bons pensamentos
E com bom procedimento
Lutei na vida e venci
E hoje graças a Deus
Estou ganhando dinheiro
E seguindo meus estudos
Para ser bom brasileiro
Eu sou cumpridor da ordem
E gosto, do homem ordeiro
Por bondade e inteligência
Assumi a presidência
De chefe dos motoqueiros
Respeito a mulher casada
E a menina solteira
Eu acompanho o balanço
E gosto da brincadeira
Eu vivo na capital
Mas a minha terra natal
É na divisa da fronteira
E lá pra terra missioneira
Com todo desembaraço
Recebam lá o abraço
Do amigo Ramão Viera

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Lado B - 12 - Todos devemos rezar

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Parece que o nosso mundo tem pouca vida por frente
Baseado na historia sagrada de antigamente
Que quando o mundo mostrasse certas coisas diferentes
Era hora de rezar para o pai onipotente
Pra evitar que o dilúvio mais uma vez se apresente

O mundo esta diferente uma cousa por demais
Crianças assaltam homens, separações de casais
Já nem os filhos conseguem entender-se com seus pais
Isso tudo são avisos que bíblia sagrada traz
Repetir-se um fim de mundo tudo pode ser capaz

Até a mãe natureza já sente enfraquecimento
Por não mais obedecerem as leis dos dez mandamentos
Por isso uma vez as águas fizeram um movimento
Só escapou uma família pelo bom comportamento
E um casal de cada bicho com o mesmo merecimento

Terminou-se o mundo assim, o dilúvio ameaçava
Pelo principio das águas ainda o povo gostava
Depois quando compreenderam que o mundo se acabava
Quem nunca tinha rezado dali por diante rezava
Pedindo que Deus perdoasse porém não adiantava

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