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Especial 100 anos de Gildo de Freitas - 2019


Músicas

Lado A - 01 - Homem feio sem coragem não possui mulher bonita

Intérprete: Gildo de Freuitas

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Leia a Letra

Hahaa, é isso aí
Um dia eu e o mano
se ressolvemo um passeio
e fomos apreciar um baile
na Estancia Campo do Meio

meu irmão foi num cavalo
que era flor de rodeio
era um tostado castanho,
um pingo de bom tamanho
de confiança nos arreio


Eu fui num cavalo preto
de acordo com a noite escura
e o pingo solto de patas
que era uma formosura
se acaso eu e meu mano
fizesse alguma loucura
e botasse a vida em jogo
os pingos soltavam fogo
do rompão das ferradura

Quando chegamos na estância
o baile estava animado
no galho duma figueira
deixei meu cavalo atado
cheguei e paguei entrada,
entrei muito entusiasmado
e fui tirando meu pala
e apartando um par da sala
e dançando um xote marcado



Meu irmão dançou com
a loira e eu dançei com a morena
saí no ouvido dela
chorando que dava pena
meu irmão também com
a outra repetia a mesma cena
nõs os quatro agarradinho,
parecia dois barquinhos,
quando as águas tão serena

Quando foi de madrugada
estava tudo combinado
pra uma saltar no preto e
a outra no tostado
Saímos na noite escura olhando
o céu estrelado oigatê noivado lindo
quando sol vinha surgindo
chegamo em casa atrasado


E eu disse pra minha mãe,
a senhora tem visita

De hoje em diante mamãe
estas duas senhoritas
lhe obedecem como sogra,
a Terezinha e a Rita
desculpe a nossa bobagem
é que homem feio e sem coragem
não possui mulher bonita

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Lado A - 02 - Não Enjeito Proposta

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu tenho pena deste coitadinho
Que anda dizendo que é trovador
Vamos nós dois trovar numa praça
Pro povo ver quem tem mais valor
É só você marcar o local
Nós apostamos um bom capital
E o povo todo é nosso julgador

Tu apresenta o teu repentismo
Depois eu entro e apresento o meu
Depois eu canto o que eu escrevi
Tu também canta o que escreveu.
Depois trovemo versos de seis linha
A tuas rima bate contra a minha
E o povo nota quem é que perdeu.

No desafio eu te faço proposta
Arruma um outro que tenha cartaz
Respondo todas perguntas no verso
Que em conjunto tu e ele faz.
Um de nós três vai gozar depois
Se eu perder pra vocês os dois
Eu entrego o cargo e não trovo mais

Certas bobagens que andas dizendo
É pura inveja do Gildo de Freitas
Eu tenho a cara de homem sincero
E uso ela conforme foi feita.
E a tua cara é duma forma elástica
Já fez até uma operação plástica
E nem assim a cara não se ajeita.

Caso de briga eu não respondo mais
E o povo todo sei que não repara
Por que já sabem que és de bate papo
Tu te ouriça e depois dispara.
Já estes dias um gaiteiro teu
Algo com ele aconteceu
E te sentou-lhe um cinzeiro na cara

Nem te alembraste do facão três listras
E nem tampouco do relho trançado
Tu te lembrou foi de chamar recurso
Já deste prova de homem assustado.
Ele acertou por tu não ter destreza
Pra que então que arrotas grandeza
E depois fica de couro marcado

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Lado A - 03 - Trança De China

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vou cantar pra vocês, meus amigos
Que estão me ouvindo por este mundo velho de Deus
Esta letra que traz por título
Trança de china


É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais
Eu digo isso é porque aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho.

Se fosse no verão não era nada.
Mas no inverno qualquer magricela faz falta compadre velho!


Mas ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não
Saltei na china, puxei a prateada
E dei um taio que atorou a trança
Mandei fazer umas rédeas trançadas
E é só que eu tenho dela por lembrança.

Mulher falsa em rancho
é mais uma pistola engatilhada contra a gente, amigo!


Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi tosada
De meia volta e saia campo a fora
Que china falsa, não me vale nada.
É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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Lado A - 04 - É assim que eu sou

Intérprete: Gildo de Freitas e Carlos M. Pereira

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Sou composto de dois lados, um é bom o outro é ruim
Não é defeito do corpo, eu gosto de ser assim
O que presta e o que não presta, terão sempre o mesmo fim
Sou ruim porque não deixo, pisarem em cima de mim

(-Me sinto bem como sou, a minha mania é está
Sou servidor dos amigos, sei alegrar qualquer festa
Pra defender um pequeno, eu quebro o chapéu na testa
Só uso o lado ruim, quando o caboclo não presta)

Não vou atrás de fuxico, nem gosto de lero-lero
As pessoas que se humilham, são as que eu mais considero
Pra quem faz e acontece, eu lhe chamo cá te espero
Ganho bem e me governo, faço da vida o que eu quero

(-Não tenho medo da morte, se um dia ela vier
A natureza me trouxe, me leve quando quiser
Jamais eu dobro a espinha, pras esses tipo qualquer
Só me entrego pra carinho, quando gosto da mulher)

Assim mesmo nem por elas, eu nunca fui governado
Gosto delas porque sei, cumprir meu dever sagrado
Respeito a china que eu gosto, pra também ser respeitado
E a não ser de meu pai, nunca corri de barbado

(-Não sou de muita confiança, nem como nada enrolado
Eu preciso dizer isso, porque ando ameaçado
Eu sou redondo e não perco pra qualquer tipo quadrado
É na hora do perigo, que eu rolo pra qualquer lado)

Vou dar o meu endereço, onde o Gildo Freitas mora
No bairro da agronomia, o resto eu explico agora
Na parada vinte dois, eu atendo a qualquer hora
Sendo puro pode entrar, se não for fique lá fora
Em tambor de galo puro, mestiço não calça espora

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Lado A - 05 - Brincando Com A Rima

Intérprete: Gildo de Freitas e Durval Ignácio da Silva

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Fui convidado pra parar Rodeio
Me levantei no outro dia cedo
Peguei o pingo botei um arreio
Porque do laço eu nunca tive medo
Porque do laço eu nunca tive medo
Peguei o pingo botei um arreio
Me levantei no outro dia cedo
Fui convidado pra parar Rodeio

Um Gaúcho Bueno não têm medo nem da aspa do touro seu!

Eu cheguei lá o rodeio era outro
Era pialo de laço de fita
Eu pensei que era pra laçar potro
Mas fui laçar uma china bonita
Mas fui laçar uma china bonita
Pensei que era pra laçar potro
Era pialo de laço de fita
Cheguei lá o rodeio era outro

É muito melhor!

Nesse rodeio de china faceira
Já de vereda atirei o meu laço
E lacei logo uma carboteira
E trouxe presa junto ao meu braço
E trouxe presa junto ao meu braço
E lacei logo uma carboteira
Já de vereda atirei o meu laço
Nesse rodeio de china faceira

E não afrouxo mais!

Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho

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Lado A - 06 - Que negrinha boa

Intérprete: Gildo de Freitas e Ignácio da Silva

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O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela

Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela

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Lado A - 07 - Sem Você Não Sou Feliz

Intérprete: Gildo de Freitas

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Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul.

A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul.

Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa.
Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.

Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família.
Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz

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Lado A - 08 - Nós Somos Todos Iguais

Intérprete: Gildo de Freitas

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Delicado eu sempre fui
Pra quem tinha boa fé
Tenho ganhado questões
Só Deus sabe como é
A verdade é minha capa
Também nunca dei um tapa
Que o índio ficasse em pé

Foi cousas que se passaram pela minha mocidade
Quem tem meu temperamento vive por casualidade
Já nasci pra ser assim e troxe dentro de mim o gesto da autoridade


E pra ser autoridade
é preciso ter respeito
E também não se assustar
Do rompante do sujeito
Eu não carrego bagagem
E o homem que tem coragem
A morrer é mais atreito

No tempo do lá vai facão
Sempre fui um gaúcho bueno
Quantos brancos não dançavam
Nesses salões de moreno
De vereda já brigava na entrada
Para não perder o treino
Eu gostava desses bailes
Porque a entrada era barata
Meu sangue é de português
Sempre gostei de mulata
E elas me admiravam sorriam
Me arrodiavam por eu ser solto das patas


E eu terminava dançando
E a chinas achando graça
Eu acho que preto e branco
São feitos da mesma massa
Hoje é mansa a mocidade
Existe facilidade
Pra fazer cruza de raça

Hoje o preto e o moço branco
Tem o viver mais perfeito
Estudam na mesma aula
Não existe o preconceito
Hoje sem haver vexame
Passam pelo mesmo exame
Se formam do mesmo jeito

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Lado A - 09 - Escola do mundo

Intérprete: Gildo de Freitas e Y. Serra

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Eu sou um poeta de nascimento
Que a escola não me conheceu
Eu devo sim agradecimento
Pelas lições que o mundo me deu
Eu surgi neste mundo terrestre
Porém não sei como é que surgi
Eu peguei o mundo por mestre
Com ele tudo na vida aprendi

Ai ai ai ai
Eu agradeço essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

Eu quando canto pro povo querido
Sinto na alma um prazer profundo
Naquele instante que sou aplaudido
Eu agradeço a escola do mundo
Hoje me sinto no fim da viagem
Cantando e sorrindo recebendo palma
Pedindo a Deus uma santa passagem
E a salvação para minha alma

Ai ai ai ai
Eu agradeço a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

É bem assim meus amigos
Sagrada escola do mundo
Para esta gaita gaiteiro

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Lado A - 10 - Definição das Pilchas

Intérprete: Gildo de Freitas

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Senhores este barulho, que estao ouvindo agora
Que faz esse trintrintrin é a roseta das espora
Pois tem muita serventia e a muito ate me destrai
E a minha espora so sai quando eu tiro a bota fora

Esse aqui é o tirador pra peões e capataz
Quando se laça de a pé se deita o corpo pra traz
Pilcha de muito valor sempre atada na cintura
Pra livrar a queimadura do golpe que o laço faz

Esse aqui é o cinturão, muitos chamam de guaiaca
Onde guardo o cruzeiro, mas já guardava a pataca
Vai preso no mesmo cinto, mais um casal que resolve
O velho amigo revólver esposo da velha faca

Faca veia cortadeira, revólver fabricante de defunto!!

Esse aqui é o chapéu de aba e de barbicacho
Pra o sol não bate nos olhos se dobra as aba pra baixo
Esse pano no pescoço não vão pensar que é gravata
É o lenço que a gente ata em pescoço de índio macho

Índio de fala fina não pode amarra lenço!!

Esse aqui é o pala branco que deito em cima da blusa
É um enfeite do traje que todo gaúcho usa
Já tem o nome na historia por ser traje de respeito
Que o mais perverso sujeito admira e não abusa

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Lado A - 11 - Que jeito tem a Mariana

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vai te preparando Pedro Raimundo

Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm
Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm

Tô ansioso pra saber...

Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana
Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana

Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela
Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela

Esta china véia dava mais volta
do que porca em parafuso seu


Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua
Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua

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Lado A - 12 - Minha vivenda

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu moro mesmo ali na beira da mata
Eu tive gosto pra fazer o meu ranchinho
Eu me acordo com a linda serenata
Tão melodiosa do o cantar dos passarinhos
E todos acham que eu tive muito gosto
Para fazer uma morada tão bonita
Eu tenho lá um macaco pulador
Um papagaio falador
E uma linda caturrita

A caturrita eu chamo ela de cocota
Ela responde papai, papai
Meu papagaio conta alguma lorota
E o macaco pulando me distrai
Tenho por vicio levantar de manhã cedo
Acariciar sempre ele é meu costume
Enquanto estou acariciando a caturrita
Os outros dois quase morrem de ciúme

Tenho um viveiro cheio de passarinhos
Que pego xucro mas não é por ser ingrato
Pego o xucrinho para eles ter descanso
Depois de manso solto todos no meu mato
E vou levando uma vida assim de anjo
E peço a Deus nessa vida não dar fim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim

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Lado A - 13 - Mulher aventureira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vai embora mulher aventureira
Não procures a trancares meu caminho
Eu sou casado vivo bem com a minha esposa
Eu tenho lar, tenho amor, tenho carinho...

Você não deve andar seguindo meus passos
Porque não vais conseguires o que queres
Eu já jurei não magoar a quem me ama
E nem deixá-la sofrer por outras mulheres...

Estais tentando conquistar meu coração
Porque contigo algo triste aconteceu
Por má cabeça destruístes o teu lar
Agora tentas a destruíres o meu...

Você devia procurar um outro alguém
Que tenha a mesma sina triste como a tua
Sem ter um lar, sem amor e sem ninguém
E que procure outra mulher pela rua...

Pode dar certo ajuntar dois sofredores
Que tenham a sina de acordo para sofrerem
E confessar-se um para o outro entre carinhos
E começarem novamente a reviverem...

Este pedido que eu te faço é sem orgulho
Não é por raiva, nem tão pouco por rancor
É só apenas te pedindo que compreendas
Que é impossível conquistares o meu amor...

Guardo muito segredo menina...

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Lado A - 14 - Baile Dos Cabeludos

Intérprete: Gildo de Freitas

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Um dia nesse passado se resolvemo a sai,
Eu o cumpadri Teixeira e o Portela e o Delavi
Fomo aprciar um baile que esistia por ali
Um baile dos cabeludo voces vão morre de ri

Quando cheguemo no baile foi aquele alvorosso
Os cabeludo dizendo tão de lenço no pescoço
Chego o chefe da sala e disse olha seu moço
Arretire seus amigo por que aqui não dança grosso
Que desaforo!

Foi ele me dize isso foi aquela fumaceira
Dei lhe dois tiro pra cima e o coitado do teixeira
Tinha ido sem revolve deu de mao numa cadeira
Cada burduada que dava levantava as cabeleira
Vai dando na cabeça!

E os cabeludo coriam igual oveia em rebanho
E o pobre do delavi levou um susto tamanho
Se embreto cos cabeludo dentro dum quarto de banho
Naquilo eu ouvi um grito e notei que não era estranho

Trancaro a porta por fora e tavam la naquele enredo
Eu atirei na fechadura pra descobri o segredo
Delavi passo correndo e se foi aos auvoredo
E eu ouvi aquela voz pedro para, para pedro

E o meu cumpadi Teixeira quando termino a rinha
Se agarro num cabeludo dizendo assim essa é minha
Que menina parecida com a Meri Terezinha
Fui obrigado a grita-larga o home Teixerinha
Larga que isso é home tche!

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Lado A - 15 - Figueira Amiga

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esta figueira, meus amigos fica
na esquina do forte com a Assis Brasil


Figueira como é que pode
Estares modificada
E vejo assim tão cercada
De casas de moradia
Onde estão as ferrarias
Do Carlo e do Zéca Paiva
Francamente eu tenho raiva
De não ver mais quem eu via.

Figueira faz tanto tempo
Que eu estava retirado
Aqui deixei meu passado
E hoje venho a procura
Só não vejo as criatura
Que eu vi e sou testemunha
Pegando cavalo a unha
Para porem a ferradura.

Passavam tropas e tropas pelo passo da mangueira
E na estrada da pedreira pouco adiante do boeirinho
O matador assassino e as facas carneadeiras
Parece até brincadeira que o tempo modificou
Que fim será que levou teus velhos dono figueira
Eu tenho até que teus donos à anos já faleceram
E os herdantes venderam para outros seus direito
Ficaste assim desse geito cercada de vizinhança
Que fim levou as crianças e aquelas moças tão lindas
Recordo de tudo ainda e não me sai da lembrança.
Quem tu eras, quem tu és, oh figueira bonitona.
Zéca Paiva era o teu dono, a dona Arzira tua dona
Quantas vezes em tua sombra churrasquiei, toquei sanfona
E a evolução por vaidade transformou tudo em cidade,
passou a ser cidadona


Se eu pudesse eu te mudava
Pra um lugar de campo aberto
Para sentires de perto
As coisas de antigamente
Tu com toda essa beleza
I esse estranho ambiente
Não podes viver contente
Distante da natureza.

É isso mesmo figueira, tu és a recordação do meu velho passado
Vamô encerrar gaiteiro

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Lado B - 01 - Brincando com as mulheres

Intérprete: Gildo de Freitas

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Você vai pra lá, me diga pra ela
Que eu estou morando aqui na cidade
E daqui distante eu já descobri
Que ela usou-me de uma falsidade.
Uma cigana teve me explicando
Que para o homem ter felicidade
Com uma mulher que não for distinta
Se dá-lhe nela uma surra de cinta
Por que ela ajeita e agarra amizade

Assim com um carinho desses quem é que não se entrega?

Você vai pra lá, me diga pra ela
Que qualquer a um dia eu vou no meu ranchinho
Se tiver homem sai pela janela
E eu deito de novo no meu velho ninho
Eu só farei o que for necessário
Sem comentário para o meu vizinho
Vou dar-lhe nela dois ou três cintaços
Depois faze-la deitar nos meus braços
E pagar a surra com os próprios carinhos.

Esse remédio merece cuidado
Por isso eu vou aplicar em pessoa
Pra se bater na mulher que se gosta
Há que ter cuidado se não atordoa
Eu gosto muito daquela mulher
Vou ver se salvo aquela pessoa
Pode que a cinta e que Deus ajude
Que ela tome uma nova atitude
Depois de perdida ainda se torne boa.

Há, Há, ela vai pegar o caminho

Só não me peçam copia da letra
Por que eu não dou a cópia pra ninguém
É um remédio que estou aplicando
Pra ver se salvo quem eu quero bem
Mais tarde sim, se der resultado
Será comentado pelo mundo além
Aí mais tarde se você tiver
Qualquer problema com sua mulher
Peça a receita que eu lhe dou também

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Lado B - 02 - Já dormi em cemitério

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esta mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda esses dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo é só de gente viva
Pela má língua que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

Claro que não faz!
Não te assusta de caveira João!
Têm muita gente que quer ver tua caveira!


Está mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou um gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda estes dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo só de gente viva
Pela mania que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

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Lado B - 03 - Percorrendo o Rio Grande

Intérprete: Gildo de Freitas

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Ô milonga galponeira
Já que tu tens qualidade
Vai dar uma volta ao mundo
No brasil da liberdade

Vai por mim lá no rio Grande
Terra de hospitalidade
Entra no Rio Grande amado
E vai matar minha saudade

Percorre bem meu Rio Grande
Leva bastante alegria
Em Alegrete, Rosário
São Borja, Santa Maria

São Gabriel, Dom Pedrito
Soledade e Vacaria
Novo Hamburgo e Porto Alegre
São Leopoldo e Caxias

Santana do Livramento
Jaguarão e Itaqui
Camaquã e Montenegro
São Francisco e Jaguari

Viamão e Santo Antônio
Taquara, Gravataí
Portão, Rincão do Cascalho
E São Sebastião do Caí

milonga chega nas praias
Em Torres, Tramandaí
No Pinhal e na Cidreira
Palmares, Capivari

Dá uma chegada em Pelotas
Rio Grande, Piratini
Vai a Pinheiro Machado,
Cachoeira e Cacequi

São Sepé e Caçapava
Lavras, Bagé e Três Passos
Vai levar a esta gente
Meu grande e sincero abraço

E diga a todos que agarrem
Um punhal de puro aço
Cortem o meu coração
E cada um leve um pedaço

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Lado B - 04 - Briga no carreiramento

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Um certo dia num carreiramento
Andei peleando lá pelo corredor
Tava peleando com mais de um cento
E uma china então saiu a meu favor
Pregou-lhe o grito e entrou no rodeio
E puxou logo a espada da cintura
O menor talho que ela deu foi palmo e meio
Que coube dentro umas quarenta rapaduras

Aquela china veia chegava dar rodeio
para quatro ou cinco policia, siô


Parou a briga e eu levei a china
E no local então ficou algum defunto
Parece até que aquilo era nossa sina
Matar alguém para depois nóis viver junto
Levei a china lá pra o meu ranchinho
E ela quem me prepara o chimarrão
Tomemo o verde abaixo de carinho
Só se cuidando de alguma traição

Mulher valente assim não dá em toceira rapaziada

Mulher valente no rancho é um respeito
Porque se acaso qualquer um gavião
Querer da china arrancar proveito
Pois pode crer que ele entra no facão
Eu no meu rancho me vendo agredido
Dou tantos tiros de fazer defunto
A china velha dá um nó no vestido
Vem pro meu lado e peleia junto

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Lado B - 05 - Fiz Uma Moça Chorar

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Conheci uma menina numa noite de função
Que chorou desesperada ao ouvir minha canção
Eu fiquei curioso pra saber qual a razão
Por qual será o motivo que eu magoei o seu coração


E eu notei ao cantar esta canção
Que os seus olhos davam sinal de chorar
E eu exijo de você a explicação
Qual a razão que a canção lhe fez penar
Pois talvez seja a triste recordação
Que lhe trouxe esta canção ao ouvir o meu cantar

Gaúcho, este teu cantar, é todo o meu viver traçado
De um cantor que conheci, meu primeiro namorado
Jurou - me fazer feliz, cometi este pecado
E agora tua canção me trouxe a recordação das penas do meu passado


Foste sincera respondeste a pergunta, desabafaste o
teu triste coração
Estas sofrendo por alguém que te deixou
Sofrendo a dor da triste separação
Eu não gostei prefiro te ver contente
Procure ouvir novamente a minha voz nesta canção

Tu tens de tudo o que é de lindo em tuas mãos
A perfeição Deus te deu por natureza
Tu tens no peito um humilde coração
Onde a paixão acumula essa tristeza
És muito nova tu tem muita vida ainda
És muito linda não maltrate esta beleza

E é aqui o final da triste história
De uma menina que eu achei bonita e bela
Ainda tenho eu gravado na memória
Toda a tristeza que enxerguei no rosto dela
Ela sofria por causa do cantor aquele
Ela chorando por ele e eu cantando pra ela

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Lado B - 06 - Meu Xote Amigo

Intérprete: Gildo de Freitas e Zezinho

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Leia a Letra

Meu xote amigo estão te abandonando
Te desprezando sem ter piedade
Eu quero ainda que sejas tocado
Que sejas dançado pela mocidade
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda te dão liberdade

É muito linda esta dança de hoje em dia
Trás muita alegria para muitos ambientes
Mas eu convido a querida mocidade
Para dar liberdade pro dançar de antigamente
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda ficarão contente

As nossas danças atuais são cousa linda
Temos ainda nossos pais que não morreram
Os nossos pais ficariam mais contentes
Se voltasse novamente as danças que conheceram
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda já te compreenderam

Vamos moçada dançar um xote marcado
A dança do nosso Estado reviver antiguidade
Pois é preciso que ela ter divulgação
e ter mais penetração dos costumes da cidade
A tua volta eu sei que não retarda porque
A Jovem Guarda conhece a verdade

Vamos fechar as porteira, gaúcho

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Lado B - 07 - Eu Reconheço que sou um Grosso

Intérprete: Gildo de Freitas

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Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

O meu pensamento agora vai longe
Cruzar a fronteira os Estados Unidos
Que com certeza esta hora também
Arguém me escuta por ter bons ouvidos
E ao presidente de lá desta terra
Que é deste povo bastante querido
Este gaúcho aqui não tem falha
Porém eu quero agradecer as medalha
Que nesse verso ficar agradecido

A ti ô doutor Antônio gaúcho
Que Deus nos conserve a nossa amizade
Tu tens razão e merece essa ideia
Que Deus te deu tanta mentalidade
Por ser um gaúcho, um advogado
Que bota e que tira o vivente da grade
Eu neste versinho eu quero te dizer
Eu peço pra Deus pra Ele atender
Que dê pro senhor felicidade

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Lado B - 08 - História dos Passarinhos

Intérprete: Gildo de Freitas e Palmeira

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Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pro mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheios de ninhos
E passei a manhã inteira
Em baixo dessa figueira
Apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam
No bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido
Da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho
E também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola
E dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele esse é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí
Eu caço qualquer passarinho
Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho

Parece até que dizia:
É triste eu viver sozinho...
Só porque eu fui procurar
Comida pros filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nessa prisão
E nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando
O que já me aconteceu
A muitos anos atrás
Que a polícia me prendeu
O juíz me condeno
E depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava
Quando os colegas cantava
E aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando
Quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz
Da boca do gurizinho
E a gaiola custo 10
Quem me der 20 mil réis
Pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo
Para evitar discusão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo
Eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punido
Pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também conserva amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer
Ter a mesma liberdade

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Lado B - 09 - Lembrança do Passado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Tenho saudade dos tempos bons de outrora
quando eu vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada
a minha gaucha amada senhora mae dos meus filhos

Com elas três sempre em minha compania
vivo cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura
conhece a minha bravura pelas peleias qu eu fiz

Minha gaucha um anjo que Deus me deu
ela por mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando
fica quietinha escutando e de saudade suspira

Minha acordeona sempre boa e afinada n
ão é gaita pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor
porque muitos trovador já surrei tocando nela

E a minha faca que à alguns anos atrás
tinha trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora

E hoje velho com os meus cabelos brancos
no improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade
porém me resta saudade do tempo bom que passou.

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Lado B - 10 - Saudade dos pagos

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu quando vim lá da minha terra
Eu deixei por lá muita recordação
O meu cavalo, por nome Esperança
Que era toda minha estimação
Deixei também um apero completo
Que dava inveja no próprio patrão
Um par de rédeas de couro de pardo
Mala de ponche e dois pelegão

Deixei até uma lavoura plantada
Já tinha dado a primeira capina
Eu deixei tudo, e não quis mais nada
Porque criei raiva de uma china
Eu deixei tudo, mas porém não ligo
Sei que não volto mais pro meu rincão
Tando distante não tem perigo
Que a china abrande o meu coração

Eu trouxe um laço de couro de pardo
Foi que restou da minha profissão
Num entrevero de china bonita
Eu quero dar uma demonstração
Eu qualquer dia eu tomo umas canha
Garro meu laço e caio na farra
Marco a china que tenha picanha
E dou-lhe um pealo velho de cucharra

Eu sou gaúcho, que acompanhei
Todas as voltas que o mundo requer
Meus interesses eu abandonei
E deixei meus pago por causa e mulher
Eu quero dar mai um tiros de laço
Pra ver as volta que meu laço faz
Depois então, eu descanso meu braço
E me assossego, e não pealo mais

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Lado B - 11 - Saravá Prá Ti

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu esta noite eu tava no rancho
Eu me deitei mas não pude dormir
Porque um amigo meu apareceu
E convidou para nois dois sair
E na estrada fomos conversando
E na conversa ele pegou a rir
Depois então passou a me contar
Que era um sarava que nois tinha que ir
Eu cheguei lá eu vi tudo fungando
Pula pra lá e pula pra aqui
E só diziam pro santo desce
Eu não notava desce nem subi
E de repente um estravolega
Fez um barulho e abaixou ali
Pediu barafá para ele bebe
Eu fui pra perto e também bebi
E o Pai de Santo logo embraveceu
Mandou os outros me tira dali
Foi um fiasco daqueles bem grande
Que os próprios santos tiveram que rir
No me pega para tirar para rua
Já um estalo na cinta eu senti
A pobre cinta foi arrebentando
E a calça velha começou a cair
Pela friagem que eu senti na perna
Olhei pra baixo é que eu fui sentir
Eu tinha vindo meio cochilando
E desprevenido de casa eu sai
Daquela feita me deram uma folga
Eu esperneei e tratei de fugi
E lá na estrada eu tava escutando
As mulher gritando “Saravá pra ti!”

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Lado B - 12 - Eu não sou convencido

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esse negócio de dizer que tu me ama
E a minha ausência te causa desespero
Não é a minha boniteza quem tem chama
E com certeza deve ser o meu dinheiro

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
ah, é tão bonito a gente amar e ser amado

Eu reconheço que sou um homem feioso
E que a feiúra caiu por cima de mim
Tenho no peito um coração amoroso
E a bonitona que me quiser é assim

Se eu descobrir que me amas com firmeza
Talvez uns tempo nós possa viver juntinho
Daí sou eu quem desfruta essa beleza
E tu desfruta essa feiúra e meu carinho
ha há, daí é pouco pra ti

Toda mulher é preciso ter beleza
Para deixar muitos corações aflitos
Porém o homem é feio por natureza
E para amar não é preciso ser bonito

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
vamô fechá a porteira e ta dado meu recadinho malvada

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Lado B - 13 - Definição do grito

Intérprete: Gildo de Freitas

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Uma vez num outro estado me pediram informação
Pelo quê que no Rio Grande todo gaúcho é gritão
Bem ali no pé da letra já lhe dei explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
a gritar com a criação.

Assim mesmo não são todos do falar agritalhado
O gaúcho da cidade tem o falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida pra quem se criou na lida sempre
gritando com o gado.

Quem se criou na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É ali que eu acredito que a gente não dando uns grito
se perde toda a boiada.

Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
Mas eu tenho a impressão que ouço o gado berrando
Por isso às vezes facilito e sem querer dou-lhe um grito
e gravo a letra gritando.

A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
Aí pra banda do norte, aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco, sei que este povo acredita
Nesta minha gravação fica dada a explicação
Por que é que o gaúcho grita

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Lado B - 14 - Acordeona

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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De madrugada quando dia vem raiando
Eu tô tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho

A acordeona faz carinho e alegra meu coração?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha tá na mão do outro dono

Ah acordeona tu te recorda da tua dona ?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria

Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus

Ah acordeona da um desprezo na tua dona?
Ah acordeona da um desprezo na tua dona?

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Lado B - 15 - Venha Comigo Mariquinha

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

O que que achas hein, Mariquinha?
Ires embora agora comigo?
Tu vives triste assim tão sozinha
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo
Tu vives triste assim tão sozinha
Ires embora agora comigo?
O que que achas hein, Mariquinha?

Eu enrolando na tua beleza
Se me aceitar em tua companhia
Mandemo embora toda a tristeza
E nois precisamo de ter alegria
Não adianta nóis esta chorando
Não adianta nóis esta sofrendo
Não adianta nóis tá esperando
Adianta só o que eu estou dizendo

Se eu penetra no teu coração
O nosso amor não terá fim
Eu cuidarei da plantação
E você cuida do nosso jardim
O que que achas hein, Mariquinha?
Ires comigo embora agora comigo?
Tu vives triste assim tão sozinha
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo

Reconheci que tu tens razão
E tens o rancho para o nosso abrigo
Afirma a rédea do alazão
Dái-me a garupa que me vou contigo

Queremos Deus em nosso caminho
Queremos Deus em nossa companhia
Também queremos pra nós um filhinho
Pra nossa vida bastante alegria

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