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Leovegildo José de Freitas GILDO DE FREITAS

Listagem Oficial de Músicas

Autor e compositor de centenas de músicas, Gildo de Freitas embalou as festas de sua época e, até hoje, continua sendo ouvido e amado por seus milhares de fãs.

Abaixo encontram-se as letras e os áudios de todas as músicas gravadas por Gildo de Freitas.

01 - A Cachaça

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Vou falar sobre a bebida
por que me veio na mente
eu vou expandir em verso
o que a minha alma sente
aconselhando esses moço
que ainda são inocentes
nem sabem que essa malvada
tem matado tanta gente

meninos vós a repare
quando encontrarem um vivente
com o rosto e os pés inchados
esse nem paladar sente
no inverno bebe em trago
esperando que esquente
no verão pra refrescar
por que o dia é muito quente

a cachaça deve ter
mil virtudes diferentes
faz alegre ficar triste
faz triste ficar contente
faz de um valente um covarde
faz de um covarde um valente
faz um rio todo chorar
faz um são ficar doente

depois que a cachaça toma conta de um pobre vivente
tira logo o apetite
deixa o corpo diferente
começa a ficar estranho
até dos próprios parentes
o sangue se vira em agua
e morre desgraçadamente
eu bebi,fiquei sabendo

desta bebida o efeito
pra quem nao bebe,não fuma
a vida tem mais proveito
sem jogo,morte,sem roubo
é um homem sem defeito
e se aceitar o meu conselho
Deus ficara satisfeito
Deus abençoe

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02 - A Grande Perda do Brasil

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Dia 24 de Agosto teve o mundo um arrepio
Teve um sol mas muito fraco
Foi um sol fraco e sombrio
E os astros se enfumaçaram
Com gestos de quem sentiu
E mesmo não é pra menos
Foi este o pai da pobreza
Aquele que nos tratava
Com tanta delicadeza
Quem nos deu tanta alegria
E hoje só nos da tristeza
Morreste gaúcho velho
Porém deixaste pedido
Pra não morrer, não matar
Não ferir, não ser ferido
Vamos forçar pra cumprir
As ordens do falecido
Apesar de que todos sabem
Que os gaúchos não são mansos
Mas nois temos que deixar
A sua arma em descanso
Mas se não fosse esta carta
O Brasil tava em balanço

Dr. Getulio me atenda
Este pedido que eu faço
O povo aqui não têm força
Sem a cana do teu braço
Peça licença pra Deus
E nos governe do espaço
Oh meu Deus esse gaúcho
Que foi pro seu e não vêm
Já governou quinze anos
Até cego sabe bem
Tinha força pra matar
Mas nunca matou ninguém

E por ele se matar
O Senhor dê o perdão
Porque ele se matou
Para não ver revolução
E já nasceu com esse instinto
Morrer sim, matar não
Tu no céu nois na terra

Hoje tudo mundo fala
Que teu pobre coração
Não merecia está bala
E o Brasil custa a encontrar
Um homem da tua iguala

Descansa Gaúcho velho
Tu no céu e nois aqui
E eu peço que Deus me atenda
Faça está praga cair
Dê-lhe uma cãimbra na língua
Nos que falavam de ti
Foi-se o homem do cavalo
Do chapéu das abas largas
Hoje este Brasil sem ele
Serão coisas muito amargas
Vamos rezar pela alma
Do Doutor Getulio Vargas

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03 - A Mula do Falecido Palmeira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Pra mulão de qualidade só sendo a minha tostada
A mula me conhecia eu até pela pisada
Tinha uma franja bem grande de cola e crina aparada
Ganhou uma vez numa festa uma figa pra cabeçada

Eu cheguei a injeitá três mula pela tostada
Tinha uma mula picaça das quatro pata calçadas
Tinha uma mula rosilha e outra vermelha dourada
E eu arrespondi pro dono não me agradei da mulada

Quem vê eu contar a história pouco crê e dá risada
Mais a mula merecia por ser bem assinalada
Tinha uma estrela na testa pela natureza dada
Parecia a Estrela Dalva sinalando a madrugada

Hoje se eu deito eu não durmo é me lembrando da
coitada
Vou contar pelo que foi minha mula foi roubada
Agarrei a minha pistola com bala bem azeitada
Abandonei o meu rancho saí campeando a tostada

Eu me encontrei com o ladrão a cada de tempo na
estrada
Vinha vindo numa mula magrinha e mal encilhada
A mula me conheceu ali ficou empacada
Pela estrela eu conheci que era a minha tostada

O ladrão de prevenido fez a primeira pegada
Puchemo as pistola junto e as balas foram trocada
Uma bala eu peguei nele outra bala peguei na tostada
E a pobre da minha mula teve um fim triste na estrada

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04 - A Vida de Rodogério Santana

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Senhores prestem atenção nos meus tempos de guri
Eu tinha só doze anos quando a minha mãe perdi
Meu pai me deu pra um amigo, mas eu não me convenci
Tive dois anos com ele
O amigo do pai, aquele, e um certo dia saí.

Sai na calma com paz um bom gaúcho não erra
Me despedi de Uruguaiana a minha querida terra;
E eu já tinha dois cavalos leviano pra subir serra
E para tirar uma prova
Me ajustei na Estância Nova do senhor Olimpio Guerra.

Por lá também foi dois anos cumprindo a missão sagrada
Mas sem nunca refugar rigor de lidas pesadas
Enfrentando o Minuano, Sol torrantes com geadas
Saindo de um montando noutro
Quebrando queixo de potro nos dias de gineteada.

Fui gauderiar noutros pagos sem falha de honestidade
Assim passou mais dois anos e eu cheguei naquela idade
De ter que dar uma prova da minha brasilidade
E de acordo com a lei
Sentei praça e me fardei sempre de boa vontade.

Por lá estudei um pouco no bom pensar de rapaz
Até hoje me arrependo não ter estudado mais
Porém cumprí meu dever, Deus do céu sabe o que faz
Saí bem documentado
E um pouco falquejado pelos bancos colegiais.

E vim direto a estância quando saí do quartel
Como General Serafim, neste tempo Coronel
Um home que pra o Brasil foi sempre honesto e fiel
Eu dele fui empregado
E de lá sai casado, fiz um bonito papel

Hoje vivo sorridente, ao lado de Maria
Que Deus me deu por esposa para me dar alegria
Já não sou mais tão pobrinho, eu tenho um gado de cria
Eu em capricho eu reservo
E amor na china conservo sempre em minha companhia.

Assim vou adquirindo vivendo mais satisfeito
Eu a esposa e os filhos abraçado no respeito
Sou Rodogério Santana, sou sério, bato no peito
Dou prazer pra meus amigos
Por isto é que eu sempre digo ser pobre não é defeito

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05 - A Vida do Romão Vieira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Me chamam Romão Vieira
Me considero um guri
Tenho dezenove anos
E já muito progredi
Meu pai era um capitão
Com nove anos perdi
Por isso o meu sofrimento
Já começou por ali

Lá nas terras missioneiras
Foi o lugar que eu nasci
E ao lado da minha mãe
Quatro anos convivi
A morte também a levou
Me deixando por aqui
E a minha irmã mais velha
Ficou de encarregada

Recebia do governo
E tratava a criançada
E eu meio assim de escapada
Resolvi pegar a ponta
Sai que nem mosca tonta
Num sentimento profundo
E me joguei contra o mundo
Pra viver por minha conta

Passou a ficar mais feio
Quando de casa sai
Dormindo em ranchos alheios
Só eu sei como me vi
As vezes que fui ralhado
Escutei não respondi
Sempre com bons pensamentos
E com bom procedimento

Lutei na vida e venci
E hoje graças a Deus
Estou ganhando dinheiro
E seguindo meus estudos
Para ser bom brasileiro
Eu sou cumpridor da ordem
E gosto, do homem ordeiro
Por bondade e inteligência

Assumi a presidência
De chefe dos motoqueiros
Respeito a mulher casada
E a menina solteira
Eu acompanho o balanço
E gosto da brincadeira
Eu vivo na capital
Mas a minha terra natal

É na divisa da fronteira
E lá pra terra missioneira
Com todo desembaraço
Recebam lá o abraço
Do amigo Ramão Viera

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06 - Abre o Olho Amigo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

É isso rapaziada
Vamo fala um pouco da vida alheia
Abre o olho com amigo falso
eu que sei o que quero.


Se você hoje encontrar um conhecido
Sem grana desprevenido ali já um perigo
Porque ele chega lhe tratando com carinho
Depois lhe diz baixinho: -me defende meu amigo

Naquela hora o senhor serve o parceiro
Ele gasta o dinheiro que pra ele tanto faz
As vezes volta quando o tipo é descarado
Não paga o emprestado e ainda lhe pede mais

Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo
Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo

É isso mesmo, têm nada não, eu sei porque

Conheço um amigo falso depois que agarrou o dinheiro
Ficou tão mal amigo.
Certos amigos de visita todos os dias
Te tratando com alegria e anda contigo abraçado
Mas de repente forma uma historia triste
De coisas que nem existe lhe pede algo emprestado

E eu garanto que este algo é dinheiro
Você serve o companheiro, se meteu noutro perigo
Ele lhe deixa pior do que mosca tonta
Não lhe paga a sua conta e ainda fica sei inimigo

Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo
Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo

Bem assim mesmo, eu que sei o que quero
Outra volta gaiteiro


Até o cão que sempre foi bom amigo
Aquele não têm perigo porque não é traiçoeiro
E têm razão de traiçoeiro não ser
É porque não sabe ler e não conhece dinheiro
Mas se ele aprende o valor que a grana têm
Vai ficar falso também bem assim conforme eu digo
Aí na hora que precisares socorro
E chamares o teu cachorro, não é mais teu amigo

Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo
Abre o olho amigo, com está palavra de amigo
Porque um amigo falso é um tremendo perigo

Vamô encerra rapaziada e é isso mesmo!

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07 - Abre o Olho Rapaz

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Teixeira anda dizendo que quando matei uma Jibóia
eu entrei pela boca da cobra e sai lá nem sei por
donde seu)


Essa história de Jibóia
Que o Teixeira tem contado
Que a Jibóia me engoliu
Mas não foi por descuidado
Ela abriu-se eu saltei dentro
Depois cheguei lá no centro
Pra descansar um bocado
Mas naquela mesma hora
Ela abriu-se eu saltei fora
Mas, porém do mesmo lado

Comigo não têm esse negocio de entrar em picada e
procurar atalho seu)


O Teixeira não te mete
Fazer o que o ?Freita? faz
Tu nem deve de chegar
Perto desses animais
Pode alguma Sucuri
De lá sai e te engoli
Tu abre o Olho Rapaz
Já na entrada tu cai
Depois o senhor não sai
Nem por diante e nem por traz
Não te mete Teixeira!

Tu deixa pra o Gildo Freita
Que é de raça destemida
E a minha carne por cobra
Ainda não foi mordida
Coragem eu tenho de sobra
Não é a primeira cobra
Que eu já deixei sem vida
Eu não sou o Teixeirinha
Que enxerga qualquer cobrinha
Corre fazendo ladainha

E agora Teixeirinha
Vou botar banca pra ti
Se na outra encarnação
Você vier cobra pra qui
Não venha com idéia louca
De vir abrindo a boca
Pensando de me engoli
Tu abrindo a boca eu entro
Mas vou de espora pra dentro
Que é só pra judiar de ti
E de depois que eu te judiei
Eu vou sair por onde entrei
Que é pra ver o povo rir...

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08 - Acordeona

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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Leia a Letra

De madrugada quando dia vem raiando
Eu to tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho

A acordeona faz carinho e alegra meu coração
Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona


Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha ta na mão do outro dono

Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona


Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria

Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona


Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus

Ah acordeona da um desprezo na tua dona
Ah acordeona da um desprezo na tua dona

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09 - Agradeço a Jesus

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Obrigado Senhor Jesus Cristo
Pelo que o Senhor fez pra mim
Minha vida que era espinhosa
Transformaste em flor de jardim
A doença que tinha meu corpo
Jesus Cristo agarrou, deu um fim
Quem vivia tristonho e chorando
Hoje vive cantando assim:

Obrigado, Senhor Jesus Cristo
Tudo que o Senhor fez por mim.

Eu agradeço também a Jesus
Dos meus erros que fui perdoado
Tive horas de tanta tristeza
E hoje tenho Jesus do meu lado.
Reconheço que fui pecador
E que tive perdão dos pecados
E voltei a cantar novamente
Da doença já fui libertado.

Só me resta dizer a Jesus
Obrigado, Senhor obrigado.

Oh, Cristo cantando lhe peço
Que me faça esse grande favor
Deixa eu transmitir alegria
Já que eu sou seu filho cantor
Porém sempre de bom pensamento
Que eu jamais seja um malfeitor
Que eu receba e transmita o que é bom
Sem jamais ofender ao Senhor.

Quem ouvir receba de mim
Alegria, a paz e o amor

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10 - Aguardo Sua Visita

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Se um dia fores lá no meu ranchinho
Ver a beleza que eu tenho por lá
Se tu entrares nele um bocadinho
Periga até tu nem querer voltar.
Eu precisava que fosses lá
Dar-me o prazer com a tua visita
Pra ver de perto o meu papagaio
Dizer bobagens para as caturritas.

Tomar o leite da vaca brazina
E ver o porco gordo no chiqueiro
Ver a parreira do lado do rancho
E as galinhas gordas no terreiro.
E uma horta que plantei no fundo
Ver o jardim que eu plantei na frente
Ver meu cavalo que é o melhor do mundo
Beber a água da minha vertente.

A água clara parece platina
E nasce mesmo bem no pé da serra
Assim Deus queira que você menina
Vendo as belezas lá da minha terra.
E um rancho humilde é de pau a pique
Mas com capricho, eu mesmo que fiz;
E dona dele, quero que tu fique
Que assim nós dois seremos felizes

Tem galinhada, vaca, porco gordo
Pra se comer tem tudo que se quer
porém só falta tu entrar de acordo
Que rancho gaúcho precisa mulher.
E queira Deus que seja nossa sina
De eu entregar-te aquele ranchinho
Eu casarei com você menina
E deixarei de viver sozinho
E só isso que eu venho a procura
Que eu tenho fartura, mas falta carinho

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11 - Ajudando a Medicina

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Eu sofri muito por causa do cigarro
Eu sofri mesmo dum modo esquisito
A nicotina me engrossou o sangue
Me abafou o peito e me deixou aflito
E que eu ia passar essa prova
A medicina já tinha me dito
Que se eu quisesse durar mais um pouco
Que eu não fosse louco e largasse do pito

Se divulgarem em todos os programas
Está mensagem que o meu verso trás
É muito bom que alerta o povo
Do mal tremendo que o cigarro faz
A sua tosse vai se terminar
E o seu bronco funcionar em paz
E se achar o meu verso bonito
Tome o conselho e abandone o pito
Sossegue o pito e não pite mais

Faz pouco tempo que eu descobri
O mal tremendo que o cigarro faz
E o Brasil precisa de homens fortes
E não de um moço julgado incapaz
E todo velho que não foi fumante
Ele faz tudo o que um moço faz
Eu dormi muito e acordei agora
Joguei com raiva o meu pito fora
Sosseguei o pito e não pito mais

Você ai que está sofrendo
Desta maneira triste como estais
Com este forte aborrecimento
E ainda dando suspiros e ais
Impressionado com o teu cansaço
Viveres muito eu sei que não vais
Porque não tomas um chá de capricho
Porque não joga o cigarro no lixo
Não sossega o pito e não pita mais

Eu venho sim aconselhando o povo
De toda desgraça que o cigarro traz
Quanto mais você emagrece
Mais enriquece as casas funerais
Pelo cigarro que vai se queimando
Tantos penando nos hospitais
E é por isso que eu acho importante
É nois unir e não ser mais fumante
E num grito só não pitamos mais

Vamô parar de pitar moçada e encerra!

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12 - Alerta Geral

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Lá pras bandas de Taquara e Santa Cristina do Pinhal
Deu-se uma história tristonha sobre a vida de um casal
A mulher fugiu de casa com seu Fulano de Tal
E trocou pela falsidade o seu viver colonial
Seu filhinho com dez anos na idade colegial
E ficou coitadinho sem ter da mãe um carinho
E seu pai sofrendo igual e o menino foi crescendo
Aborrecido, sofrendo com a dor daquele punhal
E o seu pai do mesmo jeito, sentia dentro do peito
Pouca força de moral
O resto vai ser cantado num simples verso rimado
Vejam que triste este final


E o menino sempre sempre perguntava
Por sua mãe para o seu querido pai
A minha mãe foi embora pra cidade
E o senhor buscá-la quando vai?
O pobre pai para acalmar o seu filho
Muito tristonho era assim que respondia:
Os anos passam e você vai ficar moço
Vai a cidade ver a sua mãe um dia

Com esta resposta o menino foi crescendo
Seu coração sempre muito apaixonado
Porque a saudade que sofria pela mãe
É quem mantinha seu viver impressionado
E foi a ponto que este infeliz coitadinho
Sem um carinho vivendo assim recalcado
Pegou uma corda e amarrou no pescoçinho
E quando acharam tinha morrido enforcado

Parece até que aquela mesma corda
Tão assassina que não teve piedade
Fez uma armada prendendo a própria mãe
Trouxe de volta pra mesma localidade
Chegando em casa para rever o seu filho
Arrependida quase louca de saudade
Ao receber aquela cruel notícia
De revorciada perdeu a mentalidade

Esta letrinha que eu gravei com sentimento
Tão esporeada não foi pra ganhar dinheiro
Eu peço a Deus que esta minha inspiração
Penetre mesmo por este mundão inteiro
Que todas as mães que existirem neste mundo
Principalmente neste meu solo brasileiro
Não abandonem seus lares abençoados
Deixando os filhos em tamanho desespero

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13 - Amor Correspondido

Intérprete: Zezinho e Darci Reis Nunes

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Leia a Letra

Eu gostei de você gauchinha
Eu gostei do gaúcho também
Porém quero que sejas só minha
Serei tua e de mais ninguém

Pois da resposta eu estou me agradando
Se você sustentar o que diz
Bem assim eu estava pensando
Tendo calma que o rancho eu já fiz

Se disseres pra mim com certeza
Que é só meu e de mais ninguém
Eu me entrego por tuas proezas
Viverei só pra você também

Me entreguei pra você gauchinha
E eu também pra você gauchinho
Foi como prova que pode ser minha
Vamos agora lá pra o teu ranchinho

Pois dê a mão, salte aqui na garupa
Vamos embora lá pra minha terra
Galopando chegamos num upa
E o nosso rancho é na beira da serra

Vou embora contigo é pra já
Lá pra serra pra onde tu vai
E eu prometo em seguida voltar
E contar a história aos teus pais

Nós os dois naquele ranchinho
Vai haver alegria entre nós
Viveremos cantando juntinho
Em primeira e segunda de voz

Nós os dois naquele ranchinho
Vai haver alegria entre nós
Viveremos cantando juntinho
Em primeira e segunda de voz

Larará lará lará laram laram lará lará

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14 - Apaixonite Aguda

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Gaúcha você não sabe no meu coração não cabe
A dor cruel que eu sofri
Da carta que me mandaste tu quase que me mataste
nem sei porque não morri
Agora ouve essas linhas vou ver se tu adivinhas
O quanto te quero bem tua devera escondia
Quero ser só tua um dia e não ser de mais ninguém

Eu ficaria contente com gesto mais sorridente
Pela resposta que fez se terminava a paixão
com meu pobre coração se acalmava outra vez
Se a resposta não vier assim conforme eu quiser
Eu sei como é que se faz
ponho no ouvido o revólver e minha causa resolve
eu não te incomodo mais
Vindo uma carta de luto leia com os dois olhos enxuto
Sem tortubiar os ouvidos
vem junto um retrato meu de um infeliz que morreu
por não ser correspondido
O teu coração ingrato quando ver o meu retrato
Vai chorar-te arrependido
Tu dizer trito sozinha a culpa foi minha a morte do falecido

Quero avisar-te porém que muito tempo inda tem
De salvar-se um sanfoneiro
Só basta tu resolver casar comigo querer
Pronto estou salvo ligeiro
Sanfona vai-te fechando que eu já expliquei
Cantando tudo o que eu hei de fazer
Agora vamos embora devendo esperar a hora
Se é pra casar ou morrer

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15 - Aventura de um Gaúcho

Intérprete: Gildo de Freitas e Carlos A. M. Pereira

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Leia a Letra

Foi em novembro de sessenta e sete
Do Meu Rio Grande fiz a despedida
Deixei meu Pai deixei meus irmãos
Também deixei minha mãe querida
No dia nove de manhã bem cedo
Às cinco horas foi minha partida
Santo de casa não faz milagre
Eu precisava melhorar de vida

Quem não arrisca não petisca moçada!

Meu Pai amigo ao me dizer adeus
Ele fingia que estava contente
Porém seus olhos me diziam tudo
Que dor cruel para o coração da gente
Minha mãezinha disse adeus sorrindo
Notei seu rosto ficar transparente
Como quem diz meu querido filho
Por quanto tempo ficaras ausente

É brabo meus amigos a retirada de perto da mãe

Dei rédea ao pingo e acenei com a mão
Fiz a partida de um aventureiro
Peguei a china carreguei comigo
Com piazito filho e companheiro
E levei junto a minha sanfona
Porque tocando se ganha dinheiro
Às nove horas do dia dez
Dei com costado no rio de Janeiro

Que maravilha!

Cheguei no Rio sem conhecer ninguém
Bombacha bota e pala atirado
Os cariocas que são bons amigos
Me dedicaram um abraço apertado
Me perguntaram qual era o meu pago
arespondi entusiasmado
Sou do Rio Grande puxei da sanfona
E dançava gente por todos os lados

Eta indiada que boleavam os quarto bonito!

Eu hoje vivo aqui bem distante
Só não esqueço o meu velho Rincão
Rio de Janeiro tem tudo que é belo
É grande alvo de admiração
Maravilhosas praias de banho
Não faz inverno tudo é verão
Eu sou gaúcho de nascimento
Sou carioca de coração
Eu sou gaúcho de nascimento
Sou carioca de coração

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16 - Baile de Respeito

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Eu fui num baile
Donde tava o Teixeirinha
Já criando ladainha
Cheguei arrastando a espora
Preguei-lhe o grito
Hoje o baile tem respeito
E Olhei firme pro sujeito
E já se mandou porta afora

E vai te mandando nanico
Petiço da perna curta
Têm que largar primeiro


Foi coisa linda
O Teixeira disparando
O lenço branco avoando
E as velhas gritando atrás
E as prendinhas ficaram
Agarrada em mim
Cantando e dizendo assim
Aquele não volta mais

Se voltar é pior pra ti

Aquelas velhas gritaram
No mesmo tom
O comedor de batom
Com esse susto ele se ajeita
A minha filha da comadre e da vizinha
Não que mais o Teixeirinha
Só querem o Gildo de Freitas

E tá muito certo meninas
Vocês não tem mau gosto
Eu sou bonito mesmo


Com aquele ato
Eu fiquei dono do campinho
Todo cheio de carinho
E era aquele troca e pega
E foi assim que eu dancei a noite inteira
Enquanto o pobre Teixeira
Chorava lá na macega

Pobre vivente, chorava mais que criança molhada

Aquele baile eu dancei barbaridade
Me diverti a vontade até o dia clarear
Se levasse junto a Mary Terezinha
Eu creio que a coitadinha também ficasse por lá

E essa eu não te entregava mais

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17 - Baile dos Cabeludos

Intérprete: Gildo de Freitas e Darci Reis Nunes

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Leia a Letra

Um dia nesse passado se resolvemo a sai,
Eu o cumpadri Teixeira e o Portela e o Delavi
Fomo apreciar um baile que existia por ali
Um baile dos cabeludo voces vão morre de ri

Quando cheguemo no baile foi aquele alvoroço
Os cabeludo dizendo tão de lenço no pescoço
Chego o chefe da sala e disse olha seu moço
Arretire seus amigo por que aqui não dança grosso
Que desaforo!

Foi ele me dize isso foi aquela fumaceira
Dei-lhe dois tiro pra cima e o coitado do Teixeira
Tinha ido sem revolve deu de mão numa cadeira
Cada burduada que dava levantava as cabeleira
Vai dando na cabeça!

E os cabeludo corriam igual oveia em rebanho
E o pobre do Delavi levou um susto tamanho
Se embreto cos cabeludo dentro dum quarto de banho
Naquilo eu ouvi um grito e notei que não era estranho

Trancaro a porta por fora e tavam la naquele enredo
Eu atirei na fechadura pra descobri o segredo
Delavi passo correndo e se foi aos auvoredo
E eu ouvi aquela voz Pedro para, para Pedro

E o meu cumpadi Teixeira quando termino a rinha
Se agarro num cabeludo dizendo assim essa é minha
Que menina parecida com a Meri Terezinha
Fui obrigado a grita-larga o home Teixerinha
Larga que isso é home tche!

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18 - Baile No Chico Torto

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Hoje vai rolar rapaz, era bem assim que se dançava lá no velho Chico

Eu fui um baile na casa do Chico Torto
Era um baile buenacho e solto, mas só dançava valente
Quando eu cheguei à receita tinha se dado um reboliço danado
E a tinha um morto na frente

Aquele rapaz que tava morto não era de raça morredeira
mais facilitou e a faca pegou ele e já se foi pra já compadre


Paguei entrada e dancei que fiquei corcunda
E quando eu cheguei lá nos fundos tinha um outro se lelando
Eu sou gaúcho que entendo deste assunto
Fiz uns versos pro defunto
E voltei pro salão dançando

Não ia dançar mais, mas o falecido tinha umas primas bonita que era um raio
Eu pensei comigo, eu agora arrumo pra dançar com a prima dele de par ou me descadero tudo de uma vez


Preguei no grito gaiteiro toque um dobrado
E um xirú desconfiado me olhou com os olhos feios
E eu só gaúcho que conheço uma esgrima
Prendi no facão por cima e parti a gaita no meio.

O rapaz andava mal de vida, e eu sempre ouvi dizer
que duas coisas valem mais do que uma, resolvi fazer duas gaitas pro vivente


Já disparou e terminou-se a folheria
E uns quatro ou cinco gemia e o resto já tava morto
Como eu gostei daquele divertimento
Baile bom cento por cento só se vê no Chico Torto

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19 - Brasil Prá Frente

Intérprete: Gildo de Freitas - com Os Coroas

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Leia a Letra

Avante avante brasileiros
Filhos queridos desta pátria retumbante
Vamos lutar ao lado do presidente
E construir um Brasil forte e gigante

Avante avante brasileiros
Filhos queridos desta pátria retumbante
Vamos lutar ao lado do presidente
E construir um Brasil forte e gigante

Os operários representam os soldados
Nossa indústria representa o capitão
O presidente é o grande comandante
Nesta batalha no progresso da nação

As ferramentas representam nossas armas
A lealdade mostra que somos valentes
A união nos dará esta vitória
E o Brasil será um Brasil pra frente

Os operários representam os soldados
Nossa indústria representa o capitão
O presidente é o grande comandante
Nesta batalha no progresso da nação

As ferramentas representam nossas armas
A lealdade mostra que somos valentes
A união nos dará esta vitória
E o Brasil será um Brasil pra frente

Avante avante brasileiros
Avante avante brasileiros
Avante avante brasileiros
Avante avante brasileiros
Avante avante brasileiros

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20 - Briga de Casal

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Tem gente que acha que a vida de artista
Ela ofereça só coisinha boa
É uma vida cheia de floreio
Tem voltas alegre e outras que enjoa.
Por eu levar uma vida assim
Uma chinoca se agradou de mim
Estou separado da minha patroa.

Fiz esses versos, não por covardia
Por que eu resisto o que der e vier
A passo lento eu acompanho a volta
A estrada larga que o mundo tiver.
É melindroso esse nosso assunto
Mas já vivemo tantos anos juntos
E eu faço falta pra aquela mulher.

Eu reconheço que o meu erro é grave
Mais um artista viajar sozinho
Você em casa é quem fica com a chave
Me faz voltar no mesmo caminho.
É melindroso esse nosso assunto
Mas já vivemos tantos anos junto
E nós precisava de morrer juntinho

Esta letrinha serve de conselho
Você precisa ouvir e compreender
Para a família eu sempre dei fartura
Pros filhos nunca faltou o que comer.
É melindroso esse nosso assunto
Nós já vivemos tantos anos junto
E eu não me animo a te ver sofrer.

Eu só não quero que faça loucura
Meu bem tão pouco desejo teu mal
Para evitar teus ato de bravura
Foi que eu quebrei aquele punhal
É melindroso esse nosso assunto
Mas já vivemos tantos anos junto
E mais tarde um dia pode ser igual

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21 - Briga no Carreiramento

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Um certo dia num carreiramento
Andei peleando lá pelo corredor
Tava peleando com mais de um cento
E uma china então saiu a meu favor
Pregou-lhe o grito e entrou no rodeio
E puxou logo a espada da cintura
O menor talho que ela deu foi palmo e meio
Que coube dentro umas quarenta rapaduras

(Aquela china veia chegava dar rodeio
para quatro ou cinco policia, siô)

Parou a briga e eu levei a china
E no local então ficou algum defunto
Parece até que aquilo era nossa sina
Matar alguém para depois nóis viver junto
Levei a china lá pra o meu ranchinho
E ela quem me prepara o chimarrão
Tomemo o verde abaixo de carinho
Só se cuidado de alguma traição

(Mulher valente assim não dá em toceira rapaziada)

Mulher valente no rancho é um respeito
Porque se acaso qualquer um gavião
Querer da china arrancar proveito
Pois pode crer que ele entra no facão
Eu no meu rancho me vendo agredido
Dou tantos tiros de fazer defunto
A china velha dá um nó no vestido
Vem pro meu lado e peleia junto

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22 - Brincando com a Rima

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Leia a Letra

Fui convidado pra parar Rodeio
Me levantei no outro dia cedo
Peguei o pingo botei um arreio
Porque do laço eu nunca tive medo
Porque do laço eu nunca tive medo
Peguei o pingo botei um arreio
Me levantei no outro dia cedo
Fui convidado pra parar Rodeio

(-Um Gaúcho Bueno não têm medo nem da aspa do touro seu!)

Eu cheguei lá o rodeio era outro
Era pialo de laço de fita
Eu pensei que era pra laçar potro
Mas fui laçar uma china bonita
Mas fui laçar uma china bonita
Pensei que era pra laçar potro
Era pialo de laço de fita
Cheguei lá o rodeio era outro

(-É muito melhor!)

Nesse rodeio de china faceira
Já de vereda atirei o meu laço
E lacei logo uma carboteira
E trouxe presa junto ao meu braço
E trouxe presa junto ao meu braço
E lacei logo uma carboteira
Já de vereda atirei o meu laço
Nesse rodeio de china faceira
(-E não afrouxo mais!)

Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho

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23 - Brincando Com as Mulheres

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Leia a Letra

Você vai pra lá, me diga pra ela
Que eu estou morando aqui na cidade
E daqui distante eu já descobri
Que ela usou-me de uma falsidade.
Uma cigana teve me explicando
Que para o homem ter felicidade
Com uma mulher que não for distinta
Se dá-lhe nela uma surra de cinta
Por que ela ajeita e agarra amizade
(Assim com um carinho desses quem é que não se entrega?)

Você vai pra lá, me diga pra ela
Que qualquer a um dia eu vou no meu ranchinho
Se tiver homem sai pela janela
E eu deito de novo no meu velho ninho
Eu só farei o que for necessário
Sem comentário para o meu vizinho
Vou dar-lhe nela dois ou três cintaços
Depois faze-la deitar nos meus braços
E pagar a surra com os próprios carinhos.

Esse remédio merece cuidado
Por isso eu vou aplicar em pessoa
Pra se bater na mulher que se gosta
Há que ter cuidado se não atordoa
Eu gosto muito daquela mulher
Vou ver se salvo aquela pessoa
Pode que a cinta e que Deus ajude
Que ela tome uma nova atitude
Depois de perdida ainda se torne boa.

(Há, Há, ela vai pegar o caminho)
Só não me peçam copia da letra
Por que eu não dou a cópia pra ninguém
É um remédio que estou aplicando
Pra ver se salvo quem eu quero bem
Mais tarde sim, se der resultado
Será comentado pelo mundo além
Aí mais tarde se você tiver
Qualquer problema com sua mulher
Peça a receita que eu lhe dou também

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24 - Caçador de Bom Gosto

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Leia a Letra

Meu cachorro perdigueiro caçador de profissão
Cola fina na medida bem na altura do garrão
Festeja quando me vê com a arma em prontidão
Parece até que ele diz hoje eu vou ter diversão

Quando nós entremo em campo eu a arma e o meu cão
Fareja no rastro certo e amarra o perdigão
Se levanta da macega eu faço voltar pra o chão
E o meu cachorro pega e vem me trazer na minha mão

Caçar com um cachorro deste, me dá mais disposição
Cachorro bem ensinado poupa mais munição
Dá gosto pra o caçador quando é boa a amarração
O meu cachorro não mente pra contentar o patrão

Eu só caço mês de junho e respeito a produção
Eu só caço trinta dias com muita satisfação
E os outros onze meses poder descansar o meu cão
Boa casa pra dormir bastante alimentação

Mês de julho e mês de agosto eu me vou pra os marrecão
Quando eu chego no banhado tomo a minha posição
Para a asa e desce logo se vier na direção
Cada cartucho é uma caça tenho por obrigação

Até fiz uma promessa e com muita devoção
Pra deixar com este esporte só por morte do meu cão
Ponho a arma no museu não caço mais marrecão
E nunca mais como carne de perdiz nem perdigão

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25 - Cachorro Abandonado

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Leia a Letra

Numa manhã de setembro quando eu despertado tinha
Da frente do rancho vinha um lamentado latido
Levantei surpreendido pra reconhecer o grito
Sobre os garrões sentadito tava um cusquinho encolhido

(E assim eu compreendi o gesto do cachorrinho
levei lá pra minha casa, muito magro coitadinho
Hoje dorme, bebe e come, tá gordo não passa fome
e goza até de algum carinho.)

Fui passando a mão no pelo daquele preto coleira
Que ainda não conhecera carinho, bom trato, abrigo
Conhecedor do perigo, portador da sorte ingrata
Virando pra cima as patas que pegou falar comigo

(Aconselho meus amigos, quando encontrares um cão
magro triste pela rua, na mesma situação
faça assim conforme eu digo
Faça de um cão um amigo e dê-lhe alimentação)

Eu que já sou calejado me abalei naquele dia
Porque o coitado pedia compreensão e guarida
Se não vou pagar comida, mas porque pudesse ter
Não podia compreender porque sou cria da vida

(Porque Deus sempre enxergou todo bem que a gente faz
é alivio pra quem sofre depois que não sofre mais
e meu coração suspira
Viva senhora Palmira! Protetora dos animais)

Lamentando o sofrimento peguei o cusco chorando
Que foi me lambendo a mão como reconhecimento
Por esse novo tratamento rumava trocando pé
Hoje vai inté que até conhece o meu pensamento

(Para os desabrigados sempre a gente alcança um forro
um cão avança num tigre pra dar ao homem o socorro
e por isto eu sempre digo
Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro)

Por isso eu faço um pedido, meu amigo meu irmão
Quando encontrares um cão não lhe bata porque sente
Trate-o carinhosamente não lhe faça gesto brusco
Porque a amizade de um cusco
Não se encontra em muita gente

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26 - Campereada de Amor

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Leia a Letra

Por ser gaúcho eu já fui bem feliz no mundo
Já fui gaúcho que tive muito valor
Já tenho dado muitos bons tiros de laço
Em campo alheio em campereada de amor
Até as próprias gauchinhas também sabe
Que eu nesta vida fui gaúcho laçador
Campereando em palestra com as gaúchas
Caiu diversas por eu ser pialador

A minha gaita eu comparo com cavalo
Os foles dela eu comparo com arreios
E o teclado da gaita serve de campo
E os meus dedos são cachorro num floreio
E em quantas vezes em Campereada de amor
Puxei na gaita de grito eu parei rodeio
As gauchinhas então ficavam arrodiando
E o gaúcho ia laçando do meio

Já tenho feito campereada nesta vida
Mas são campos de amores e carinhos
Há poucos anos eu me achava campereando
Nos verdes campos da invernada de um vizinho
Alevantei o meu laço com esperança
E o malvado foi cerrando os bocadinhos
Foi agarra uma gaúcha meia espalda
E foi no laço pra dentro do meu ranchinho

E foi o tempo se passando e nois no rancho
Com alegria dentro daquela morada
Não encilhei mais o meu cavalo amigo
E não puis mais meus pé noutra invernada
Não atirei mais o meu laço caprichoso
Eu nunca mais pude dar outra pialada
Eu nunca mais parei rodeio em outros campo
Eu nunca mais pude fazer campereada

Correr dos anos arrecebi um fracasso
Porque a tristeza invadiu minha morada
O meu cavalo uma cobra venenosa
Me matou ele lá no fundo da invernada
E a gaúcha a mulher que foi no laço
Teve a coragem de deixar das gauchada
Hoje só resta minha pobre cordeona
Mas um gaúcho sem mulher não vale nada
Hoje só resta minha pobre cordiona
Mas um gaúcho sem mulher não vale nada

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27 - Cantando Em Outro Estado

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Leia a Letra

Eu peguei um dia a sanfona e me apartei do rebanho
Eu deixei minha própria zona
e fui cantar em pagos estranhos
E lá em Santa Catarina foi onde eu cantei primeiro
Paraná fiz a rotina, São Paulo, Rio de Janeiro

E lá no Rio de Janeiro foi mais tristonho pra mim
Pra bem de eu voltar solteiro tive que cantar assim
O linda carioquinha fique no Rio de Janeiro
Adeus, adeus moreninha eu voltarei bem ligeiro

Em São Paulo a mesma cousa dei prova de repentista
Mas arranjei uma esposa no território paulista
Umas paulista tão bela se agradaram de mim
Quando eu me despedi delas ficaram cantado assim
"Gauchinho, gauchinho nem que eu corra algum perigo
Eu quero ir gauchinho pra o Rio Grande contigo"

E assim saudando a todos me despedi da menina
E voltei pro o meu Rio Grande
pra os braços da minha china

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28 - Cantando Prá Lua

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Leia a Letra

Ai vai surgindo à lua Cheia como é linda
Com os seus raios luminosos cor de prata
Eu me recordo quando a lua vem surgindo
Das noites lindas que eu fazia serenata
Oh Lua Cheia o teu luar não envelhece
E reconhece que pra ti eu já cantei tanto
Porque deixaste eu ficar assim velhinho
Eu hoje agarro meu pinho quero cantar e não canto

Quando eu enxergo o clarão da lua cheia
Me dá vontade de andar pelas estradas
Ansiosamente meu coração balanceia
Oh Lua Cheia cadê minhas namoradas
Eu hoje em dia não canto mais serenata
Porque a velhice matou a minha mocidade
Eu vejo a lua luminosa cor de prata
E pouco a pouco vou morrendo de saudade

(-É brabo, mas a saudade malvada mata a gente!)

Quando eu morrer peço aos meus companheiros
Me largue no terreiro e alguém cantando na rua
No meu caixão me ponham um violão junto
Pode ser que meu defunto ainda cante para a Lua
Na minha campa dia santo e de finado
Quero cantiga quero sorrisos e palmas
O capelão que reze um terço cantado
Será só isso que alegra a minha alma
(-Vamô fecha as porteiras rapaziada)

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29 - Carta pra Mamãe

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Leia a Letra

Oh minha querida mãe
Eu espero que essas linhas
Vai encontrar com saúde
Minha querida mãezinha
Como eu não vou em pessoa
É que eu mando esta cartinha
Pra buscar noticias tuas
E levar noticias minhas

Oh minha querida mãe
Tu de lá e eu daqui
Por mim eu sei que tu clama
Eu também clamo por ti
Mas eu vivo carregando
Está cruz que eu recebi
Mas dos teus doces carinhos
Ainda não me esqueci

(Oh minha querida mãe
Digo com sinceridade
Só uma dor me maltrata
É esta malvada saudade
Te ver junto dos meus braços
É toda a minha vontade
Seria pra mim na vida
A maior felicidade)
Jesus cordeiro divino
Nosso Senhor do Bom Fim
São Jorge porque não faz
Eu ter um viver assim
Que eu viva pra a minha mãe
E ela viva para mim
Seria pra mim na vida
Uma alegria sem fim

Eu queria que estes versos
Tivesse boca e falasse
Eu queria que essas rimas
Tivesse lábios e beijasse
Que tivesse compreensão
Que fizesse o que eu mandasse
Para chegar de surpresa
E beijar as suas faces

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30 - Casamento Infeliz

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Minha viola de pinho que hoje estás desolada
Nós os dois sempre juntinho cantava nossas toada
Pisando devagarinho numa noite enluarada
Na janela de um ranchinho, pra cantar pra minha amada
Foi com aquela serenata que nós fizemos na janela
Lua clara cor de prata ali eu conquistei ela
Para não dar uma rata eu já falei com os pais dela
E ficou marcado a data pra nóis casar na capela)

Esparramaram um convite foram todos convidados
Para o casório da Edite com o violeiro afamado
Veio até gente da elite no cujo dia marcado
E todos tinham apetite pra comerem leitão assado
E todos tinham apetite pra comerem leitão assado

Quando eu voltei da capela já trazia o documento
Eu já era esposo dela cheio de contentamento
A Edite minha bela disse pegue o instrumento
Sua viola amarela e faça um movimento
Sua viola amarela e faça um movimento

E numas rimas singelas cantei com facilidade
Agradecendo ao pai dela devido a sua bondade
Por criar uma donzela bonita na flor da idade
Assim tão linda e tão bela pra minha felicidade
Assim tão linda e tão bela pra minha felicidade

A nossa felicidade só dois anos nos durou
A malvada enfermidade a companheira levou
Cantar não tenho vontade você nunca mais tocou
Hoje só resta saudade do tempo bom que passou
Hoje só resta saudade do tempo bom que passou

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31 - Cigana

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Leia a Letra

(Entre as ciganas bonita foi uma que eu conheci
E nos dois se conhecemo se arresolvemo a fugir
E o chefe dos ciganos resolveu nos prosseguir
Para matar a cigana lutaram até descobrir
E eu quero explicar cantando a dor cruel que eu sofri)

Eu roubei ela pra o meu ranchinho
E fui me escapando da tal caravana
E ali nos vivia juntinho
Então convivemos diversas semana
Eu pra o campo saía cedinho,
Mas antes eu de ir da choupana
Abraçava e dava um beijinho
Bem ligadinho aos lábios da cigana

Lá do tope eu olhava pra trás
E ela acenava pra mim da janela
E eu punha um lenço na ponta de um relho
De um relho eu também acenava pra ela
Um dia de tarde ao voltar para o rancho
Pensando de achar a mesma alegria
Porém as tristezas que tinham no mundo
Ficou reservadas pra mim neste dia

Naquela janela não tinha ninguém
Entrei para dentro a casa vazia
Saí pela estrada montado a cavalo
Procurando achá-la no rastro que eu via
E numa curva de longe enxerguei
E desconfiei que fosse a coitada
Ao chegar perto então foi que eu vi
E reconheci a minha rica amada

Eu encontrei o seu corpo caído
Seu peito ferido com três punhalada
Fiz uma cova para a coitadinha
Bem na beiradinha da curva da estrada
E eu todas as tardes passo por ali
Para enfeitar sua campa de flor
Na própria reza também vou pedir
Perdão por ela ao Nosso Senhor

Que Deus tenha pena dê perdão pra ela
Porque foi aquela o meu primeiro amor

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32 - Cinco Comparações

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Leia a Letra

Sou gaúcho e me comparo com uma argola de laço
Saio da mão do patrão me esparramando no espaço
Voar na guampa do bicho sem receber um chifraço
Eu tenho outros valores sou o rei dos trovadores
não é só isso que eu faço

Eu também sou que nem faca na mão do homem valente
Que para certos contrários se torna meia imprudente
Se vai trocando de mão e avançando pra frente
É a chave de respeito e abre a porta
no peito do coração do vivente

Também sou que nem revolver marca do lado direito
Que anda sempre azeitado para sinal de respeito
Arma forte e perigosa no coração do sujeito
É marca grande sem medo
que só no puxar do dedo já deixa um defunto feito

Eu também sou que nem cachorro amigo de estimação
Que o dono dorme no leito e seu amigo no chão
E nas horas de perigo está sempre em prontidão
E pouco se considera que ele avance
numa fera pra defender seu patrão

Também sou que nem a cinta que foi feita pra servir
A companheira da calça que o homem tem que vestir
Para qualquer um lugar que o homem tiver que ir
Ela aperta na barriga em qualquer susto de briga
não deixa a calça cair

Mas também sou um poeta que trouxe um dom natural
Que faz da memória um canto e faz do verso bagual
Com debelaria de touro tratado na capital
Já vivem trocando orelha pra ver se fazem parelha,
mas porém não fazem igual

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33 - Cinco Mulheres

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Leia a Letra

A primeira mulher que eu gostei
Eu amei e ela não me amou
Por aquela eu sofri eu chorei
E ela por min ainda nunca chorou
A segunda mulher que eu gostei
Por ciúmes não vivemos em paz
A mulher ciumenta é um perigo
De tudo na vida se acha capaz

“”É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando””

A terceira mulher que eu gostei
Era linda em bem carinhosa
Eu daquela eu também deixei
Por não aturei por ser muito teimosa
E a quarta também foi se embora
Em amor não tivemos proveito
E a quinta é você agora
Que ainda eu não sei se amamos direito

“”É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando””

Por que toda mulher de hoje em dia
Quer ter a mania de se governar
Por isto é que eu acho
Casório um problema
Pois esse sistema comigo não da
Elas nascem pra ser governada
Depois de casada ou antes de ser
Por isto elas casam e recebem outro nome
Que o nome do homem que ela escolher

“”É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando””

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34 - Companheira Amiga

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Leia a Letra

Sanfona inda me lembro de tudo que fez por mim
Por este mundo sem fim nos meus tempos de rapaiz
Hoje de idade alcançada já quase no fim da vida
Com as forças quase vencidas, mas eu não te esqueço mais
E eu não poderia esquecer esquecendo Deus me castiga
É a minha obrigação tratar bem desta minha amiga

Tu sempre foi minha amiga nas horas bonita e feia
Nos hospitais e na cadeia sempre estiveste a meu lado
Me sinto bem, ó sanfona estando junto contigo
Tu tem deste teu amigo tanto segredos guardado
Ó minha sanfona querida eu morro te querendo bem
Porque os meus segredos na vida tu nunca contaste a ninguém

Quero levar-te comigo sanfona no meu caixão
Tu vai ser a inspiração da alma do meu defunto
Se na outra encarnação a divina providência
Nos permitir a licença nós voltaremos os dois junto
E este é todo meu desejo te levar junto a meu peito
Para te ouvir lá no céu tocando do mesmo jeito

Quantos corações de china que ficaram apaixonados
Ao ouvir os teus teclados tocados pelo teu dono
Sanfona para que eu possa te provar que eu sou teu amigo
Quero te levar comigo no meu derradeiro sono
Só eu sei, ó sanfona amiga comigo que tu passou
Se não fosse tu, ó sanfona eu não seria o que sou

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35 - Conformação de Filho

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Leia a Letra

Oh minha mãe tu morreste
Mas eu estou conformado
Por que oitenta e três anos
Nesti teu viver cansado
Era de justo que Deus
Te fizesse este chamado
Para que fosse ocupado
U teu lugar reservado
Um lugar que cristo reserva
Para quem não tem pecado

A velhice é quem te leva
Com oitenta e três de idade
Fostes pobre de conforto
Fostes rica de bondade
Para teus filhos e netos
Tu fez tanta caridade
Hoje recebe as caricias
Da divina santa idade.

(declamado)
??Minha mãe eu me conformo
Resistirei sem chorar
Tu tens esposo tens filhos
Que já te esperam por lá
Com uns anos nos se encontramos
Todos no mesmo lugar??

Ao deitar sempre recordo
Que tu querida mãezinha
Todas noite tu rezavas
Pelos filhos que tu tinhas
Quem reza pelos seus filhos
Ao próprio Deus a acarinha
Por isso Deus te chamou
Pra dele tu ser vizinha
Vai ser amiga de Deus
Que em tantos anos foi minha
Entreguei pra Jesus Cristo
Toda a fortuna que eu tinha.

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36 - Confusão No Baile

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Leia a Letra

Eu fui toca num arrasta pé
Que até hoje não sai da lembrança
Tava tocando chegou um rapaz
Muito contente pra entrar na dança
E foi chegando pra perto de mim
Falando baixo assim no meu ouvido
Seu sanfoneiro não me leve a mal
Me dá licença eu vou fazer um pedido

Você tá vendo ali aquela moça
Que está de pé ali sobre a janela
Toque uma Polca daquelas antigas
Porque esta Polca eu vou dançar com ela
Mas o rapaz estava de azar
Quando chegou perto da mocinha
Estava outro encostado nela
Disse te arreda que esta polca é minha

E foram os dois assim discutindo
Num bate papo até o clarear do dia
A Polca é minha e a Polca é tua
E nessa Polca deu a porcaria
Eu sou gaiteiro que toco meus bailes
Eu tenho fama de bom tocador
Eu toco pouco baile na cidade
Eu toco muito é no Interior
Eu atendo qualquer um pedido
Eu toco Xote eu toco Vaneira
Só não atendo pedido de Polca
Para evitar de uma outra porqueira

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37 - Conhecendo o Brasil

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Tenho vontade correr o Brasil
Pra isso estou entusiasmado
Deixar meu rico céu de anil
E correr todos vinte e dois estados
À Paraná e Santa Catarina
Ir a São Paulo e Rio de Janeiro
À Ceará e depois Brasília
E um pedaço do torrão mineiro
Ao Pernambuco que é terra de açúcar
E trazer cheio um açucareiro
Para guardar de recordação
Porque é produto nosso brasileiro

Tenho vontade cantar o Pará
E lá no Acre o povo acreano
E na Amazonas terra da borracha
Em Alagoas para os alagoanos
Tenho vontade ir ao Maranhão
Ir ao Sergipe ver os sergipanos
Fazendo os versos no requebradinho
Lá na Bahia para o povo baiano

Quero cantar Espírito Santo
Depois voltar ao Piauí
Quero chegarem Rio Grande do Norte
Ver as belezas que eu ainda não vi
E em Paraíba tem mulher valente
Sou obrigado a chegar por ali
Em Mato Grosso vou ficar três dias
Vou montar em pelo numa Sucuri
Depois então eu volto conformado
Vinte e dois estados eu já conheci

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38 - Conversando com a Viola

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Ontem a viola viu minha aliança
E me perguntou com todo respeito
Qual a aventura que tu vais fazer
Que estás tão alegre assim desse jeito
Viola querida eu vou me casar
Respondi pra ele muito satisfeito
E ela perguntou se cabia outro amor
Além da viola encostada em meu peito

Tem gente que acha que a letra é mentira
Por eu conversar com o meu instrumento
O meu pensamento falou com a viola
E a viola falou com o meu pensamento
Por que ela e a lua são duas amigas
Que me acompanham a todo momento
Não era bem justo que eu não respondesse
Todas as perguntas do meu casamento

Viola querida tu és a culpada
De eu ter conquistado esta linda donzela
Quando em serenata num triste lamento
Nós os dois juntinhos cantava pra ela.
Ali foi crescendo este nosso amor
E hoje nos leva a casar na capela
E por tua causa eu não posso deixar
De com esconder os carinhos dela.

Agora que sabes que eu vou me casar
Devias tocar ainda mais contente
Tu és de madeira e eu sou humano
Estou compreendendo a dor que tu sentes
Eu vou construir um rancho bem grande
Para nós os três viver eternamente
Por que pra viola, mulher e luar
Sempre tem lugar nos braços da gente.

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39 - Definição das Pilchas

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Leia a Letra

Senhores este barulho, que estao ouvindo agora
Que faz esse trintrintin é a roseta das espora
Pois tem muita serventia e a muito ate me destrai
E a minha espora so sai quando eu tiro a bota fora

Esse aqui é o tirador pra peoes e capataz
Quando se laça de apé se deita o corpo pra traz
Pilcha de muito valor sempre atada na cintura
Pra livrar a queimadura do golpe que o laço faz

Esse aqui é o cinturao, muitos chamam de guaiaca
Onde guardo o cruzeiro, mas já guardava o pataca
Vai preso no mesmo cinto, mais um casal que resolve
O velho amigo revolve esposo da velha faca

Faca veia cortadeira,revolve fabricante de defunto!!

Esse aqui é o chapéu de aba e de barbicacho
Pra o sol não bate nos olhos se dobra as aba pra baicho
Esse pano no pescoço não vão pensar q é gravata
É o lenço que a gente ata em pescoço de índio macho

Índio de fala fina não pode amarra lenço!!

Esse aqui é o pala branco que deito em cima da blusa
É um enfeite do trage que todo gaúcho usa
Já tem o nome na historia por ser trage de respeito
Que o mais perverso sujeito admira e não abusa

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40 - Definição do Grito

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Leia a Letra

Uma vez num outro estado me pediram informação
Pelo quê que no Rio Grande todo gaúcho é gritão
Bem ali no pé da letra já lhe dei explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
a gritar com a criação.

Assim mesmo não são todos do falar agritalhado
O gaúcho da cidade tem o falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida pra quem se criou na lida
Sempre gritando com o gado.

Quem se criou na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É ali que eu acredito que a gente não dando uns grito
se perde toda a boiada.

Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
Mas eu tenho a impressão que ouço o gado berrando
Por isso às vezes facilito e sem querer dou-lhe um grito
e gravo a letra gritando.

A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
Aí pra banda do norte, aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco, sei que este povo acredita
Nesta minha gravação fica dada a explicação
Por que é que o gaúcho grita.

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41 - Desafio Amigável


Participação Especial de Formiguinha

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Leia a Letra


Gildo

Formiga vamos saudar
Este Rio Grande altaneiro
Eu vou saudar todas as mães
Deste solo brasileiro
Desejo até que esses versos
Penetrem no mundo inteiro

Formiguinha

Penetrem no mundo inteiro
Tu cantastes muito bem
Devemos reconhecer
O valor que uma mãe tem
Porque amor como de mãe
Não se encontra em mais ninguém

Gildo

Não se encontra em mais ninguém
E merece todo respeito
E um filho pra sua mãe
Sempre é rapaz direito
Embora seja bandido
Pra ela não tem defeito

Formiguinha

Pra ela não tem defeito
Se um filho for condenado
Ela sempre pede a Deus
Pra que seja perdoado
Porque se ela sofrer
Ele é quem sofre dobrado

Gildo

Ele é quem sofre dobrado
E é anjo de muita luz
E a virgem santa Maria
Que é a mãe de Jesus
Muito sofreu a coitada
Por ver seu filho na cruz

Formiguinha

Por ver seu filho na cruz
Nunca queixou-se a ninguém
É do princípio do mundo
Que este sofrimento vem
Meus amigos que nos ouvem
Zele a mãe e trate bem

Gildo

Zele a mãe e trate bem
E tenha dó das coitadinhas
Vós estou dando um conselho
Porque já não tenho a minha
Há anos Deus a levou
Esta fortuna que eu tinha

Formiguinha

Ai, perdeste tua mãezinha
Eu também perdi aquela
Tão linda estava a velhinha
No meio de quatro velas
Eu ainda sinto o calor doçura dos beijos dela

Gildo

Eu ainda sinto a doçura
Do calor dos beijos dela
Pra rezar por sua alma
Seguido eu vou na capela
E, às vezes, eu pego a sanfona
E chorando eu canto pra ela

Formiguinha

Chorando eu canto pra ela
A dor não desaparece
Jesus estais me ouvindo
Escutais a minha prece
Deixe a mamãe de lado
No lugar que ela merece

Gildo

No lugar que ela merece
Deus me dê esta alegria
Vós levou ao que era seu
E a mim também pertencia
Mas permita que no céu
Nós os dois se encontre um dia

Formiguinha

Nós os dois se encontre um dia
Eu te peço pra rainha
Me diga pra mim em sonho
Minha querida mãezinha
Se tens no céu um esposo
Que aqui na terra tu tinha

Gildo

Que aqui na terra tu tinha
Os anjos que digam amém
Minha mãe tenho certeza
Que o mesmo esposo ela tem
Foi sincera aqui na terra e
Será lá no céu também

Formiguinha

E será lá no céu também
Teu verso me comoveu
Minha mãe era uma jóia
Que nunca desmereceu
Era linda como as águas
Que Jesus cristo bebeu

Gildo

Que Jesus cristo bebeu
E veja bem o que tu faz
Homem, criança e mulheres
Pessoa grande e rapaz
A platéia toda chora
E eu já não aguento mais


Formiguinha

E tu já não agüenta mais
Por isto eu não ignoro
Quem chora tem sentimento
E o sentimento eu adoro
Tu chora a platéia chora
E eu cantando também choro

(Vamos encerrar Formiguinha)

Gildo e Formiguinha

Ai, tu cantando também chora
Mesmo não é brincadeira
Se nós dois seguir cantando
Choraremos a vida inteira
E assim, encerremos as trovas
Pra parar com choradeira

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42 - Desafio De Memórias


Participação Especial de Lina

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Leia a Letra


[Lina]
Gaúcho Gildo de Freitas
Eu não vim para vencer
Eu vim lá de Portugal
Somente para te ver
Aproveitando o ensejo
Vim aqui te conhecer

[Gildo]
Vens aqui me conhecer
E ainda me encontras vivo
Eu aqui estou às ordens
Ainda forte altivo
Porém fiquei curioso
Para saber o motivo

[Lina]
Para saber o motivo
Tua voz eu conhecia
Só duas coisas no mundo
Que o meu coração queria
Conhecer Gildo de Freitas
E o porto da Bahia


[Gildo]
Rico porto da Bahia
Coberto de encantos mil
Vais conhecer Salvador
De povo puro e gentil
Por ali a tua gente
Penetrou neste Brasil

[Lina]
Penetrou neste Brasil
Bonito e cheio de glória
Eu já vi que tu entende
Bastante da nossa história
Vamos cantar neste assunto
Provar que temos memória

[Gildo]
De fato temos memória
E vamos puxar por ela
O professor me dizia
Que era treze caravelas
Governada à pá de remos
E motor tocada à vela

[Lina]
E motor tocada a velas
Saíram de Portugal
Provaram grande heroísmo
Para todos em geral
Arriscaram suas vidas
Pelo teu torrão natal

[Gildo]
Tens razão, este Brasil
É o meu torrão natal
A não ser a tua terra
Jamais se encontra outra igual
Por isso Deus salve alma
De Pedro Álvares Cabral

[Lina]
De Pedro Álvares Cabral
O famoso marinheiro
Atravessou o Atlântico
De olho vivo e pé ligeiro
Para conhecer de perto
Vosso índio brasileiro

[Gildo]
Nosso índio brasileiro
Selvagem de nossa mata
Também levaram daqui
Muito ouro e muita prata
Por causa dos portugueses
O meu Brasil tem mulata

[Lina]
E o teu Brasil tem mulata
O senhor quer gozação
Quando falou em mulata
Notei na sua feição
Que o senhor tem algumas
Dentro do seu coração

[Gildo]
Dentro do meu coração
Adivinhou com certeza
Tenho mulata alemã
Brasileira e japonesa
Tenho de todas as raças
Só me falta a portuguesa

[Lina]
Só te falta a portuguesa
Agora fiquei contente
Porque eu já sou casada
Não sou mais uma inocente
Minha raça se defende
Por se muito inteligente

[Gildo]
Por ser muito inteligente
Te julgas ser avançada
Mas eu já vi portugueses
Fazerem cousas erradas
Fazer tramela redonda
E fazer roda quadrada

[Lina]
E fazer rodas quadradas
Conforme estais explicando
Os inventores das coisas
Sempre começam errando
Eu nasci para cantar
E nunca errei cantando

[Gildo]
Tu nunca erraste cantando
Eu gostei do teu assunto
Mas se um dia enviuvares
Reza pelo teu defunto
Me procura novamente
Pra nós dois cantarmos juntos

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43 - Desafio de Um Paulista e de Um Gaúcho

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Leia a Letra

(Agora vamos ter o prazer de apresentar dois trovadores
Um paulista e um gaúcho sendo eles Gildo de Freitas
E Flor da Serra para os aplausos de vocês
E agora como o espaço de rádio é curto sai cantando
Flor da Serra)

- Risca a gaita gaiteiro

-Amigo Gildo de Freitas
O que tu andas fazendo
Aqui por estas bandas
Anda comprando ou vendendo
Andas dando ou apanhando
Andas ganhando ou perdendo

-Nem dando nem apanhando
Nem ganhando nem perdendo
Vivo na escola do mundo
Ensinando e aprendendo
Sou nascido no Rio Grande
O senhor fique sabendo

-Isto eu já fiquei sabendo
E que és bom repentista
O senhor fique ciente
Hoje por primeira vista
Tu vais entregar os pontos
Para um trovador paulista

-Para um trovador paulista
Paulista tu te convence
Que eu nasci pra fazer verso
E esta trova me pertence
E o patrão dos trovadores
É o pavilhão Riograndense

-No pavilhão Riograndense
Estou trovando contigo
O povo da tua terra
Não reconhece perigo
Em alguns anos atrás
Foram dois estado inimigo

-Foi dois estado inimigo
Há muitos anos atrás
Mas tenho convicção
Que hoje não brigam mais
E o novo desafio
Retrata um sinal de paz

-Retrata um sinal de paz
És trovador competente
Se o povo daqueles tempos
Fossem mais inteligente
Não havia tantas guerra
Nem matavam tanta gente

-O de fato tu tens razão
Não matavam tanta gente
É que o estudo aumentou
Hoje é tudo diferente
Se nota pelo governo
Deste novo presidente

-Este novo presidente
Nos trouxe tanta alegria
Na hora que este Brasil
Tantas mortes prometia
Se não fosse este gaúcho
Triste de nós que seria

Ai triste de nós que seria
É uma barbaridade
Porque até o homem deseja
Pra o povo a tranqüilidade
Por isso nóis dois também
Vamos trovar com a amizade

-Vamos trovar com amizade
Mas comigo é diferente
Eu respeito no Brasil
As leis do teu presidente
Mas na trova não respeito
Gaúcho na minha frente

-Gaúcho na tua frente
Eu não vim pra fazer guerra
Eu sou o Gildo de Freita
E tu és o Flor da Serra
Mas se eu perder pra paulista
Não retorno a minha terra

-Não retorna a tua terra
Tu lida com paciência
Porque aqui em São Paulo
Vais encontrar resistência
O trovador que eu pegar
Não volta mais pra querência

-Se eu não voltar pra querência
Não é por faltar talento
Só se houver uma paulista
Que mude o meu pensamento
Bonita e cheia da grana
Pra fazer bom casamento

-Pra fazer bom casamento
Precisa ser rica e bela
O Gildo tu estás coroa
Pra casar com a donzela
Vê se me explica cantando
Qual a sua intenção por ela

-E como o espaço é curto
Canta seu último verso, Gildo de Freitas

- Obrigado menina

-A minha intenção com ela
Eu sou um homem sem luxo
Depois que eu gosto da china
Eu honro quem mandou o cartucho
Venço a trova e levo ela
Pra o território gaúcho

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44 - Desafio do Padre Rubens Pilar

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Leia a Letra

(Atenção senhoras e senhores
teremos agora o desafio
do padre Rubens Pillar
com o trovador dos pampas
Gildo de Freitas)

-O meu legado de padre
Sei que todo povo aceita
Estou bem acompanhado
Cantando com Gildo Freita
E o povo têm confiança
Que a trova será direita

-Ai que a trova será direita
Eu também fico satisfeito
De vim trovar com um padre
Fazendo os versos direito
És mensageiro de Deus
Merece todo o respeito

-Merece todo o respeito
Nós somos dois mensageiros
Tu vem trazendo a mensagem
No linguajar dos campeiros
Na tradição do Rio Grande
Os corações dos brasileiros

-Pra os corações dos brasileiros
E a tua voz se alevanta
Tu hoje rezaste a missa
E rogaste ao pé da santa
Viste mostrar ao povo
Que tu reza e também canta

-Que eu sou padre e também canto
E admiro a natureza
Deus admira a alegria
Eu disto tenho certeza
Se todo mundo cantasse
Não existia tristeza

-E não existia tristeza
E de fato não existia
É por isso é que eu pego a gaita
E canto todos os dia
No coração do gaúcho
A tristeza não se cria

-A tristeza não se cria
E de fato não convém
Me responda Gildo Freita
Sei que te conheço bem
Se és solteiro se és casado
E qual a religião que têm

-Sou casado pai de filhos
E vou contar o meu batismo
Me batizei pelo padre
Na lei do catolicismo
Mas conheço saravá
Também o espiritismo

-E também de espiritismo
Já me deste informação
Por ires ao saravá
Não deixas de ser cristão
Tu podes vim a ser padre
Na futura encarnação

-Ai na futura encarnação
A gente vem deferente
E eu quero andar de batina
Batizando os inocente
E tu vai vim pai de santo
Com forte médium e vidente

-Se eu vier médium e vidente
Conforme tua analisa
Eu vou seguir dando os passe
Nessa gente que precisa
E tu no papel de padre
Casa, confessa e batiza

-Eu caso, confesso e batizo
E recebo a ordem do além
E tu cuida o saravá
Que aquilo eu conheço bem
Receba só guias bons
Não faça mal a ninguém

-Não faça mal a ninguém
Mesmo eu tendo pra isso
Fazer o bem eu consinto
De fazer mal eu desisto
Porque devemos seguir
As leis sagradas de Cristo

-Ai as leis sagradas de Cristo
Que tanto sofreu na cruz
E as almas sofredoras
Que andam nas trevas sem luz
Hão de achar o caminho
Chegar ao pés de Jesus

-Chegarão aos pés de Jesus
Pra ele pedir perdão
Que seria perdoado
E ganhava a salvação
E isto só se adquire
Por meio da religião

-Ai por meio da religião
Que é tudo na nossa vida
Agora chegou a hora
De fazer a despedida
E deixar o nosso abraço
A esta gente querida

-A está gente querida
A este povo amigo
Me foi o maior prazer
Ter esta trova contigo
Uma trova com respeito
Com outro eu não consigo

-Ai com um outro eu não consigo
Tu me responsabiliza
Fazer trova com respeito
É cousa muito precisa
O povo aproveita mais
E as trovas se moraliza

-E a trova se moraliza
E que gostaram eu garanto
Rezando na minha igreja
Todo este povo eu levanto
Me despeço de vocês
Pai, Filho e Espírito Santo

-Pai e Filho e Espírito Santo.
E o amém das multidões
E eu peço um raio de luz
Para todas as religiões
Que conserve esta alegria
Hoje em todos os corações

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45 - Casinha do pé de Umbu

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(Já muito tempo passou-se
Porém me recordo ainda
De uma sombra muito linda
De um Umbú, intitulado
Era ali o meu sesteiro
Minhas horas de recreio
De meus filhinhos arrodeado
Depois que nós almoçava
Era ali que se sesteava
Reunindo a família
O Jorge, o Paulo, o José
A Jurema minha mulher
E a Neuza minha filha
Aquela nossa alegria
Pra mim até parecia
Que não terminava mais
Mas quá? Terminou ligeiro
Porque o destino traiçoeiro
Vinha correndo de trás)

Casinha do Pé de Umbú
Pergunto como vai tu?
Como vai minha família?
Que fim levou meus carinhos
Dos meus queridos filhinhos
E da minha mulher querida
Casinha eu pergunto ainda
Onde anda as pilchas linda
Que eu deixei por aí?
O arreio, o meu cavalo
E o laço de eu dar pealo
Que eu nunca mais esqueci

Casinha quando eu saí
De todos me despedi
Há muitos anos atrás
Saí pra voltar ligeiro
Mas o bom laço traiçoeiro
Não me deixou voltar mais
Casa velha te convença
Que não é como se pensa
Nasce na ideia da gente
Eu pensei que eu bem voltava
Eu mesmo não esperava
Que eu caísse doente

Não existo pra vocês
Porém me ajudo outra vez
Por minha esposa querida
Rezar pelos nossos filhos
Para que tenham bom trilho
Na longa estrada da vida
Eu sei que não darei volta
Mas mesmo assim não te importa
Por que o destino quer
Os filhos honram meu nome
Eu sofri na lei de homem
Tu sofres por ser mulher

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46 - Despedida do Rio Grande

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Até a volta gauchada amiga
Deste Rio Grande com encantos mil
Eu vou sair e levar as belezas
Destas canções por todo o Brasil
Eu vou sair em direção ao norte
E boa sorte pra o meu céu de anil

Tenho certeza que num outro Estado
Quando ouvirem a nossas canções
O que é tristeza vai ficar de lado
Vai alegrar vários corações
Fazendo uso da simplicidade
Por que a amizade me vale milhões

Viver andando no Brasil inteiro
Eu sou gaúcho eu tenho vontade
Pra ver os feitos que o Pai verdadeiro
Deixou no mundo e deu liberdade
De admirar todas essas belezas
Que a natureza deu pra humanidade

Eu vou levando a vida de Aragano
Pelo Brasil eu só levo alegria
Pra ver a serra e a água do oceano
E as beleza que esse mundo cria
Todos da Terra não fazem em cem ano
O que o Pai soberano fez em sete dia

Por isso eu peço que Deus me ajude
Para eu cantar por este mundo além
Que eu tendo força amizade e saúde
Não me interessa eu ter um vintém
Basta o contato com a natureza
E ver as belezas que esse mundo tem

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47 - Dizem que o Poeta É louco

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Dizem que o poeta é louco
De fato eu não sou bem certo
Fui criado sem estudo
E escrevo e não me aperto
Quem escreve verso errado
Trazem pra mim que eu conserto

(É isto mesmo moçada o grosso também têm vez!)

Eu digo não sei bem certo
Porque não gosto de grito
Até hoje quem gritou
Pensando em fazer bonito
Eu deixei que nem criança
Chorando por pirulito

(Manhoso!)

Touro e cavalo velhaco
Sempre lidei com cuidado
Todo homem brigador
Com carinha de abusado
Sempre tratei com respeito
Pra também ser respeitado

(O respeito impõe respeito!)

Nunca gostei de brigar
Mas já briguei obrigado
Porque um homem correndo
Fica desmoralizado
Prefiro morrer com honra
Do que viver desonrado

(Há ha...)

Sou filho de raça pobre
Sem conhecer o conforto
Confiando e desconfiando
Sou que nem cavalo torto
Pra mudarem o meu sistema
Só sendo depois de morto

(É o pau que nasce torto não se endireita rapaziada!)

A mulher se amansa à beijo
Estudante eu aconselho
Fazer um pano branco
Pra agarrar um pano vermelho
O burro se amansa à espora
O covarde se espanta à relho

(Vamos encerrar sem dar nenhum laçaço mais!)

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48 - Do Outro Lado da Estrada

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Lá do outro lado da estrada
Tem um rancho de capim barreado
E do lado de cá da estrada
Os meus pais era localizado
Eu vivi ali com meus pais
Pra cumprir meu dever sagrado
Eu plantava, eu mesmo colhia
Olhando a guria lá do outro lado

Era a moça mais linda de lá
Todo mundo em peso dizia
Eu de cá acenava pra ela
E de lá ela correspondia
Uma cerca, uma estrada no meio
Era só o que nos dividia
Mas o medo malvado tirano
Conservou nós assim, por dois anos
Sem eu nunca falar com a guria

E um moço criado em cidade
De capricho e bem estudioso
Foi um dia passear na capela
E no rancho o moço fez pouso
Em conversa gostou da menina
Com certeza por ser carinhoso
Sem temer de haver qualquer coisa
Hoje a moça do moço é a esposa
E o moço da moça é o esposo

Hoje em dia meus pais já morreram
Vivo eu sem ter um carinho
E do outro lado da estrada
Só existe um casal de velhinho
Todos os dias quando eu me levanto
Sempre eu olho pra aquele ranchinho
Reconheço que fui um covarde
Me arrependo, mas é muito tarde
E o medroso termina sozinho

Reconheço fui um covarde
Me arrependo, mas é muito tarde
E o medroso termina sozinho

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49 - Dois Poderes

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Dizem que o Diabo em princípio era um anjo de valor
Só porém tinha um instinto de inveja e malfeitor
Queria fazer as coisas melhor que o nosso Senhor
Tornou-se um pretensioso de dizer pra Deus um dia
Que tudo que Deus fizesse o Diabo também fazia
E Deus deu rédeas pra ele só pra ver onde ele ia

E por ali começou a grande contrariedade
Todas as obras de Deus feita com dignidade
Porém as obras do Diabo todas feitas com maldade
E Deus só fazia as coisa enfeitando a natureza
O Diabo fez a feiura e o Deus fez a beleza
Quando fez a alegria, o Diabo fez a tristeza

O Diabo fez a maldade e o Deus fez o carinho
O Diabo fez o atalho e o Deus fez o caminho
Deus fez a flor pra enfeite, o Diabo fez o espinho
Porém as obras de Deus tinha perfeição de sobra
Porém o Diabo não tinha perfeição em suas obra
Quando Deus fez uma fita, o Diabo fez uma cobra

O Diabo tentou fazer a cobra com pé e mão
E Deus botando o veneno de acordo com a maldição
Não deixou perna, nem braço, anda de arrasto no chão
Quando Deus criou a paz, o Diabo criou a briga
O Diabo fez a inveja, e Deus criou uma figa
O Deus inventou a planta e o Diabo fez a formiga

Já falei em tantas coisas, com esta tudo eu acabo
Armamento e valentia fumo, cachaça e homem brabo
Tudo que traz prejuízo obras primas do Diabo
Esta guerra desses dois tem gente comentando
Que o contrato dois mil anos pra viverem se guerreando
Vamos ver no fim dos dois quem que é fica mandando

Se souberem é um favor contarem pro Gildo Freitas
Por qual seria dos dois que as mulheres foram feitas
Eu sem saber já garanto que é a obra mais perfeita

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50 - Duas Mães Perdidas

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Oh Leci, tua filha já adquiriu família
E procedeu do mesmo jeito
Aquela letra que eu fiz, me arrependi
A filha puxou por ti
Saiu com o mesmo defeito
A tua filha é teu espelho não acredita em conselhos
Seguiu teu mesmo trilho vive em Pelotas,
Juntada com um marginal
Sofrendo e passando mal, já deu pra outro seu filho

Duas mães do mesmo sangue, sofrendo que até dá dó
Tem ainda a triste vó, que esta tristeza lhe afeta
Chorou demais pela fuga de uma nora
Até hoje a velha chora pelo fracasso da neta
Pobre menina vivendo com seu amante
Talvez sofrendo bastante enfrentando o perigo
A qualquer tempo neste mundo de maldade
Pode por casualidade ainda encontrar-se contigo

Se ela um dia for bater na tua porta
Aceita, não te importa, porque é o espelho da vida
Embora venha com família ou sem família
Reconheça tua filha, que tornou-se outra perdida

(E tomara Deus que tu estejas vivendo
Escutando, recebendo esta notícia que mando-lhe
Vocês as duas passarão horas chorando
Ponham meu disco rodando, escutando meu conselho
E roguem a Deus para serem perdoadas
Duas mães que foram erradas, se olhando no mesmo espelho
É, dá uma vontade de chorar, até nem vou cantar mais
Fecha essa gaita gaiteiro)

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51 - É Assim Que Eu Sou

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Sou composto de dois lados, um é bom o outro é ruim
Não é defeito do corpo, eu gosto de ser assim
O que presta e o que não presta, terão sempre o mesmo fim
Sou ruim porque não deixo, pisarem em cima de mim

(-Me sinto bem como sou, a minha mania é está
Sou servidor dos amigos, sei alegrar qualquer festa
Pra defender um pequeno, eu quebro o chapéu na testa
Só uso o lado ruim, quando o caboclo não presta)

Não vou atrás de fuxico, nem gosto de lero-lero
As pessoas que se humilham, são as que eu mais considero
Pra quem faz e acontece, eu lhe chamo cá te espero
Ganho bem e me governo, faço da vida o que eu quero

(-Não tenho medo da morte, se um dia ela vier
A natureza me trouxe, me leve quando quiser
Jamais eu dobro a espinha, pras esses tipo qualquer
Só me entrego pra carinho, quando gosto da mulher)

Assim mesmo nem por elas, eu nunca fui governado
Gosto delas porque sei, cumprir meu dever sagrado
Respeito a china que eu gosto, pra também ser respeitado
E a não ser de meu pai, nunca corri de barbado

(-Não sou de muita confiança, nem como nada enrolado
Eu preciso dizer isso, porque ando ameaçado
Eu sou redondo e não perco pra qualquer tipo quadrado
É na hora do perigo, que eu rolo pra qualquer lado)

Vou dar o meu endereço, onde o Gildo Freitas mora
No bairro da agronomia, o resto eu explico agora
Na parada vinte dois, eu atendo a qualquer hora
Sendo puro pode entrar, se não for fique lá fora
Em tambor de galo puro, mestiço não calça espora

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52 - Escola do Mundo

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Eu sou um poeta de nascimento
Que a escola não me conheceu
Eu devo sim agradecimento
Pelas lições que o mundo me deu
Eu surgi neste mundo terrestre
Porém não sei como é que surgi
Eu peguei o mundo por mestre
Com ele tudo na vida aprendi

Ai ai ai ai
Eu agradeço essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

Eu quando canto pro povo querido
Sinto na alma um prazer profundo
Naquele instante que sou aplaudido
Eu agradeço a escola do mundo
Hoje me sinto no fim da viagem
Cantando e sorrindo recebendo palma
Pedindo a Deus uma santa passagem
E a salvação para minha alma

Ai ai ai ai
Eu agradeço a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida


(É bem assim meus amigos
Sagrada escola do mundo
Para esta gaita gaiteiro)

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53 - Espantem a Tristeza

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A minha voz sai da garganta
Ampliada em melodia
Para levar ao que sofrem
Conforto, paz e alegria
Cumprindo os deveres meus
Abençoado por Deus
Jesus e Virgem Maria

Meu cantar é como as áuguas
Cristalina de vertente
Se torna mais refrescante
Quando o clima está mais quente
Aonde a mão da lavadeira
Faz sumir toda a sujeira
Da roupa de muita gente

Minhas rimas são remédios
Para matar a paixão
De quem vive abandonado
Pelo golpe da traição
Embora que passem mal
Se curam assim radical
Ao ouvir minha canção

E quem desse mal sofrer
Que cantem todos os dias
Para ver como transforma
A tristeza em alegria
E bem alto a voz levantem
E cantem assim comigo, cantem
Que a tristeza não se cria

Se cantares meu amigo
Como estou cantando agora
Eu garanto que a tristeza
Se despede vai embora
Só chorar não adianta
Quem canta o seu mal espanta
E quem chora seu mal adora

Meu verso é um calmante
Aonde o nervoso, acalma
Porque entrega a alegria
E recebe carinho, palma
É um dom que eu trouxe de berço
Meu cantar é como um terço
Que dá descanso pras alma

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54 - Estrada da Vida

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Nossa vida é uma estrada com diversos corredor
Tem muitas encruzilhadas na picadinha do amor
Tem trecho duro, bem firme outros com atolador,
Cada um tem sua estrada seja do jeito que for.

Na estrada da minha vida tive muitas decadências
Muito atrapalho na estrada, mas nunca usei violência
Fui carregando a mochila com calma, jeito e paciência
Quanto mais brava a estrada mais eu mostrei resistência.

Na velha estrada da vida hoje eu descanso um pouquinho
Encontrei uma viajanta que ia pro mesmo caminho,
Ela foi, me convidou, pra nós viajar juntinho,
Daquela data em diante não viajei mais sozinho.

Eu hoje tou numa estrada só de amores e carinho,
Nós fizemos uma empreitada, mas vamos devagarinho;
Porém a nossa empreitada foi de abrir cinco caminhos
Hoje são mais cinco estradas pros nossos cincos filhinhos.

Eu na estrada da vida, eu sou desta opinião,
Isso é o conselho que serve para qualquer cidadão
Principalmente pra esses moços, velhos, solteirão
Todo homem sem mulher é um viajar sem condução.

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55 - Eu Não Sou Convencido

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Leia a Letra

Esse negócio de dizer que tu me ama
E a minha ausência te causa desespero
Não é a minha boniteza quem tem chama
E com certeza deve ser o meu dinheiro

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
"ah, é tão bonito a gente amar e ser amado"

Eu reconheço que sou um homem feioso
E que a feiúra caiu por cima de mim
Tenho no peito um coração amoroso
E a bonitona que me quiser é assim

Se eu descobrir que me amas com firmeza
Talvez uns tempo nós possa viver juntinho
Daí sou eu quem desfruta essa beleza
E tu desfruta essa feiúra e meu carinho
"ha há, daí é pouco pra ti"

Toda mulher é preciso ter beleza
Para deixar muitos corações aflitos
Porém o homem é feio por natureza
E para amar não é preciso ser bonito

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
"vamô fechá a porteira e ta dado meu recadinho malvada"

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56 - Eu Reconheço Que Eu Sou um Grosso

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Leia a Letra

Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas, sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

O meu pensamento agora vai longe
Cruzar a fronteira os Estados Unidos
Que com certeza esta hora também
Arguém me escuta por ter bons ouvidos
E ao presidente de lá desta terra
Que é deste povo bastante querido
Este gaúcho aqui não tem falha
Porém eu quero agradecer as medalha
Que nesse verso ficar agradecido

A ti ô doutor Antônio gaúcho
Que Deus nos conserve a nossa amizade
Tu tens razão e merece essa ideia
Que Deus te deu tanta mentalidade
Por ser um gaúcho, um advogado
Que bota e que tira o vivente da grade
Eu neste versinho eu quero te dizer
Eu peço pra Deus pra Ele atender
Que dê pro senhor felicidade

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57 - Faca Prateada

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Esta faca prateada
Que hoje eu mostro pra você
Pois esta em 93
Naqueles tempos passados
Quando branco colorado
Pica pau com Maragato
Com esta faca de prata
Muitos foram degolados

Naquelas revoluções
De combates de entreveros
Sempre havia um prisioneiro
Isso de ambos os lados
Para que fossem julgados
Se iam para quatro estacas
Ou então para o fio da faca
Pra ser morto degolado

Vejam que barbaridade
Os tempos de antigamente
Matavam barbaramente
Sem piedade sem dó
Já com a faca na mão
Dizia o degolador
Você não vai sentir dor
Encoste aqui seu gogó
E ao degolar o vivente
Com aquela prateada
O carrasco em gargalhada
Dizia descansa em paz
Gritava tragam no mais
Este gorducho pachola
Pra ver a dor da degola
E a cosca que a faca faz

E antigamente era assim
Que se diziam o macanudo
Mas foi a falta de estudo
Que trouxe esse carranchismo
Se eles lessem o catecismo
Depois dos livros da escola
Não havia tais degola
E nem tanto barbarismo

Mas depois surgiu um homem
Que ganhou as eleições
Findou com as revoluções
E deu estudo pra infância
Coisa de muita importância
Foi findar com as hora amargas
O doutor Getúlio Vargas
Que acabou com a ignorância

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58 - Faça Sorrir a Criança

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Não há coisa mais bonita
Que a gente ser de confiança...
Levando a nossa visita...
Ao asilo da criança...
Como é que o senhor...
Pode entrar no paraíso...
Se não leva ao sofredor...
Aquilo que era preciso...

Vá lá meu amigo vá...
Estou pedindo daqui...
As crianças que estão lá
Precisam muito de ti...

Faça uma caridade
Pra ver como a coisa muda...
A Legião Boa Vontade
Precisa da sua ajuda...
Dê um pouco do senhor
Porque há necessidade...
Vá ajudar com amor...
A Legião Boa Vontade...

Vá lá meu amigo vá...
Estou pedindo daqui...
As crianças que estão lá
Precisam muito de ti...

E o senhor por ser um sábio...
Cumpra seu dever sagrado...
Ponha um sorriso nos lábios
Do menino abandonado
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59 - Falso Juramento

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Eu hoje me resorvi escrever-te esta cartinha
Para contar-te a razão nestas mal traçadas linha
A culpa foi toda tua e nenhuma culpa minha
Foi tu que não sustentou o compromisso que tinha
O compromisso que tinha

Eu sempre lhe dei por ti co'a minha consciência pura
Pensei que por meu amor tu estivesse segura
Nunca esperei que tu fostes uma falsa criatura
Desrespeitando a igreja e quebrando sua jura
E quebrando sua jura

Você jurou eu jurei os dois de boa vontade
Aos pés do altar da igreja pra não haver falsidade
Se juramento regula na divina santidade
Eu não creio que você possa ter felicidade
Possa ter felicidade

Sei que vai casar com outro me deixando apaixonado
Eu também me casaria se eu não estivesse jurado
Mas se eu casar com outra poderei ser castigado
Prefiro morrer solteiro do que cometer pecado
Do que cometer pecado

Mardito foi o tar dia do nosso conhecimento
Maldita minhas palavra de pedir-te em casamento
Só não condeno teus pais por dar em consentimento
Mas maldita foi você por quebrar o juramento
Por quebrar o juramento

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60 - Feliz Caçada

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Quando o dia clareou nós já tava preparado
Pra fazer uma caçada que nóis tinha combinado
Na frente do nosso rancho dois cachorros acolherado
Eu disse pro companheiro vamos bem acompanhado.

Entramos sertão adentro ainda tava orvalhado
Nóis sortemo os cãos de raça cada qual mais ensinado
Já ouvimos num costão um latir atrapalhado
Eu disse pro companheiro olha o bicho ta pegado
(Pelo barulho a caça é gorda)

Atravessemo um sangão saímo no despenhado
Topemo uma caça estranha e fiquemo arrepiado
Pra matar nóis não queria nem que nóis fosse obrigado
Eu disse pro companheiro vamos pegar com cuidado
(Não machuque a caça)

Por causa dessa caçada quase fiquemo intrigado
O companheiro me falou de um modo meio alterado
Que eu lhe entregasse a caça que ele estava incomodado
Custei muito a convencer que eu é quem tinha pegado
(Larga a caça, rapaz)

Hoje vive no meu rancho aquele bichinho encantado
Que me faz viver alegre, temos dois acostumados
Não era mesma uma caça nós os dois tava enganado
Pois era uma moreninha que os índios tinham roubado.

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61 - Figueira Amiga

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Esta figueira, meus amigos fica na esquina do Forte com a Assis Brasil.

Figueira como é que pode
Estares modificada
E vejo assim tão cercada
De casas de moradia
Onde estão as ferrarias
Do Carlo e do Zeca Paiva
Francamente eu tenho raiva
De não ver mais quem eu via.

Figueira faz tanto tempo
Que eu estava retirado
Aqui deixei meu passado
E hoje venho a procura
Só não vejo as criatura
Que eu vi e sou testemunha
Pegando cavalo a unha
Para porem a ferradura.

Declamado

Passavam tropas e tropas pelo Passo da Mangueira
E na Estrada da Pedreira pouco adiante do boeirinho
O matador assassino e as facas carneadeiras
Parece até brincadeira que o tempo modificou
Que fim será que levou teus velhos dono figueira
Eu tenho até que teus donos à anos já faleceram
E os herdantes venderam para outros seus direito
Ficaste assim desse geito cercada de vizinhança
Que fim levou as crianças e aquelas moça tão lindas
Recordo de tudo ainda e não me sai da lembrança.
Quem tu eras, quem tu és, oh figueira bonitona.
Zeca Paiva era o teu dono, a dona Alzira tua dona
Quantas vezes em tua sombra churrasquiei, toquei sanfona
E a evolução por vaidade transformou tudo em cidade, passou a ser cidadona.

Se eu pudesse eu te mudava
Pra um lugar de campo aberto
Para sentires de perto
As coisas de antigamente
Tu com toda essa beleza
I esse estranho ambiente
Não podes viver contente
Distante da natureza.

É isso mesmo figueira, tu és a recordação do meu velho passado.
Vamo encerrar gaiteiro.

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62 - Filho Abandonado

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Vou contar meu nascimento por mais tristonho que seja
Toda as mãe que tem um filho fica alegre, abraça e beija
E a minha me deu a luz e me largou numa igreja
E os padres então me agarraram naquele rancho divino
E foram me alimentando para depois dar-me ensino.

Quando eu tinha oito anos eu notava a criançada
Passeando pelas ruas com suas mãe de mãos dadas
Eu via mãe dos outros e a minha não tinha visto
Pensando eu disse baixinho meu Deus do céu santo Cristo
Cada um tem sua mãe como eu não tenho isto.

Fui ficando impressionado e naquela mesma hora
Me benzi, entrei na igreja rezei pra Nossa Senhora
Pareceu ela me dizer tu vais pelo mundo afora
Vai procurar tua mãe que hás de achar onde ela mora.

Aí, eu fugi do padre, porém de boa intenção,
Para descobrir mamãe eu tive esta ocasião
Porque arranjei um emprego em um humilde pensão
Aonde as mulheres bebiam e dançavam num salão
E o quartinho que eu dormia era ligado ao salão
Eu ouvia voz de mulher fazendo esta exclamação.

“Vou morrer neste ambiente curtindo a cruel paixão
Avistando na cerveja
O portal daquela igreja aonde fiz a ingratidão
Deixar um filho meu
Não se é vivo ou morreu, nunca tive informação.”

E ouvindo este clamor o meu coração bateu
Vim correndo e disse a ela o teu filho não morreu
É sina da nossa vida, vivo e salvo aqui estou eu
Pra minha conformação, preciso os carinhos teus
Pra sossego de nós dois também te darei dos meus
Hoje eu tenho a minha mãe, sou feliz graças a Deus.

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63 - Filho da Natureza

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Um dezenove de junho anunciou meu nascimento
Houve sol quente houve vento, saudando minha existência
Mais um filho da querência que nasceu chorando forte
O vento me trouxe a sorte e o sol a inteligência

Para mim meu nascimento foi cousa pura e bem linda
Para confirmar ainda meu nascimento sadio
Sendo mês de tempo frio fez verão frio e choveu
Tudo isso aconteceu num gesto de desafio

E assim temperou meu peito que não estranhasse nada
Vida leviana e pesada, do conforto ao relento
Do bom para o sofrimento noto pouca diferença,
E tive por recompensa vergonha fibra e talento.

(Que todos vão compreender, como é que fiquei sabendo
O que estava acontecendo naquele abençoado dia
Abençoado foi meu guia, por dar-me o consentimento
De sonhar com meu nascimento e compor esta melodia)

Por isso sou índio guapo não tenho medo da morte
Me sinto um gaúcho forte para enfrentar a vida
Pra certas línguas compridas sou que nem cão preparado
Que sempre agarra o veado, antes que forme a corrida.

E assim abracei a vida de poeta matutino
Sou guapo desde menino contrário nenhum me vence
No pavilhão rio-grandense litoral fronteira e serra
Ninguém aqui nesta terra me toma o que me pertence

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64 - Filho Sem Coração

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(Sobre a beira de uma estrada eu me encontrei com um velhinho
Que ao me ver churrasqueando me pediu um pedacinho
E me contou coitado todo, todo o seu passado
que teve no seu caminho
Senhor eu sou um homem velho, mas sou um velho de brio
Eu nunca fui vagabundo eu vivo assim pelo mundo
tristonho sem ter auxilio, mas fui homem que trabalhei
E gastei tudo o que ganhei para dar estudo ao meu filho
Foi pena que esse meu filho depois de moço formado
Casou-se com uma moça filha de um rico afamado
E ela me escorraçou e o meu filho concordou
Por isso eu vivo atirado assim faço meus trabalhos
Já velho sem agasalho e eles num bom sobrado
Minha mulher de paixão já está embaixo do chão
Não vive mais a meu lado e ainda por judiação
Me correm do seu portão esquecendo o seu passado)

Manda os criados me correrem do portão
E o meu filho nem sequer na porta sai
Agrada o sogro que é o pai da mulher dele
Por causa dela esqueceu que eu sou seu pai
E nem sequer reconhece o sacrifício
Que eu fiz na vida pra manter o seu estudo
Não guardei nada para manter a velhice
Porque eu com ele o que eu tinha eu gastei tudo

Hoje velhinho enfraquecido desse jeito
E solitário no mundo sofrendo assim
Maldito estudo que eu lhe dei sem ter proveito
Ser pai de filho e não ter ninguém por mim
Quando eu tombar no meu derradeiro sono
Faça uma cova e uma cruz de pau do mato
E um letreiro: Morre um pai no abandono
Por dar estudo a um filho tão ingrato

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65 - Fiz Uma Moça Chorar

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(Conheci uma menina numa noite de função
Que chorou desesperada ao ouvir minha canção
Eu fiquei curioso pra saber qual a razão
Por qual será o motivo que eu magoei o seu coração)

E eu notei ao cantar esta canção
Que os seus olhos davam sinal de chorar
E eu exijo de você a explicação
Qual a razão que a canção lhe fez penar
Pois talvez seja a triste recordação
Que lhe trouxe esta canção ao ouvir o meu cantar

(-Gaúcho, este teu cantar, é todo o meu viver traçado
De um cantor que conheci, meu primeiro namorado
Jurou - me fazer feliz, cometi este pecado
E agora tua canção me trouxe a recordação das penas do
meu passado)

Foste sincera respondeste a pergunta, desabafaste o
teu triste coração
Estas sofrendo por alguém que te deixou
Sofrendo a dor da triste separação
Eu não gostei prefiro te ver contente
Procure ouvir novamente a minha voz nesta canção

Tu tens de tudo o que é de lindo em tuas mãos
A perfeição Deus te deu por natureza
Tu tens no peito um humilde coração
Onde a paixão acumula essa tristeza
És muito nova tu tem muita vida ainda
És muito linda não maltrate esta beleza

E é aqui o final da triste história
De uma menina que eu achei bonita e bela
Ainda tenho eu gravado na memória
Toda a tristeza que enxerguei no rosto dela
Ela sofria por causa do cantor aquele
Ela chorando por ele e eu cantando pra ela

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66 - Frente Única

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Olha ali as costinha dela
Mas como é bela, ai, ai, por natureza
Como é que pode um corpinho tão pequeno
Por ser moreno ajuntar tanta beleza
E eu por isso não paguei o padeiro
Não paguei o açougueiro
Não paguei o armazém
Eu não paguei o pobre do verdureiro
Não paguei o leiteiro
Eu não paguei ninguém

Sei que amanhã toda a turma me amarela
Mas olha ali as costinha dela

As minhas contas já estão toda atrasadas
De três mês pra cá eu não paguei mais nada
Mas como é linda, e como é bela
Olha ali as costinhas dela

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67 - Gaúcho Bom É Assim

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O gaúcho rio-grandense
Já é muito conhecido
É valente é destemido
Mas não ofende a ninguém
Mas, porém sendo ofendido
O gaúcho perde a linha
Mostro logo em seguidinha
O grande valor que têm

(-E é bem assim lá no Rio Grande
Principalmente em São Borja, não é Dourado?)

O gaúcho desconfiado
É um tremendo perigo
Reconhece o seus amigos
Mas não briga sem razão
Mas também se resolvendo
Manda chegar quem quiser
Mas se enxergando mulher
Lhe cai as armas da mão

(-Aí não dá mais pra brigar
Primeiro se atende a chinoca!)

Numa certa ocasião
Um contrário me ofendeu
Puxou do revolver seu
Mas não chegou dar um tiro
Até parece mentira
Dei-lhe um tamanho sopapo
Caiu virado num trapo
Morreu sem dar um suspiro

(-Este não incomoda mais!)

Nisto chegou uma prenda
Mulher de rara beleza
Que me olhou com firmeza
E o meu corpo estremeceu
Deu-me tamanho pialo
Aquele olhar fascinante
Eu não fugi do flagrante
E a policia me prendeu

(-Depois que eu sai da cadeia
eu fui preso de novo nos braços dela!)

Se não fosse aquele olhar
Eu garanto que fugia
Eu brigava, mas não ia
Parar lá naquela prisão
Mas um olhar como aquele
Em qualquer parte do mundo
Em menos de dois segundos
Prende qualquer valentão

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68 - Gaúcho Cantador

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Eu fui num baile no meu pingo marchador
E por eu ser cantador levei o meu violão
E uma casada que estava no salão
Armou o laço pra pialar o meu coração

(Eu saí fora, não caí naquela armada
Namorar mulher casada eu acho um tempo perdido
Eu penso em mim por ser gaúcho casado
Precisa ser respeitado nosso nome de marido)

Errou o pialo que eu até fiquei com pena
Daquela linda morena que sentou-se do meu lado
Pra perguntar se eu já era casado
O meu coração há tempo é pialado

(Foi assim que eu respondi, para ela compreender
Que eu não ia lhe querer sou casado vivo bem
E por ser gaúcho sincero eu devo pensar assim
Que eu não quero pra mim
pra os outros também não quero)

Ela me disse com o olhar apaixonado
Seu eu cair no teu agrado é teu o meu coração
Eu disse assim, vou lhe dar uma explicação
Eu tenho o meu amor não merece ingratidão

(É bem assim, casei com uma menina
E gosto daquela china sincera linda e tão bela
Tenho certeza, que ela também pensa assim
Em ser sincera pra mim, não posso ser falso para ela)

Montei no meu cavalo e não fiz nada demais
Virei a frente pra traz e já sai galopando
Dei um adeus com o meu lenço acenando
E vim embora e deixei a china chorando

(Prefiro enfrentar as aspas agudas de um boi brasino
Para cumprir o meu destino da velha lida pesada
Agarro valente a unha com revólver e com facão
Boi bravo, tigre e leão mas menos mulher casada)

Montei no meu cavalo e não fiz nada demais
Virei a frente pra traz e já sai galopando
Dei um adeus com o meu lenço acenando
E vim embora e deixei a china chorando

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69 - Gaúcho Caprichoso

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Eu sou gaúcho caprichoso nesta vida
Tenho um cavalo que é pra não andar de a pé
Tenho está gaita que é com que eu me defendo
Mas também eu não me prendo por coração de mulher
Tenho está gaita que é com que eu me defendo
Mas também eu não me prendo por coração de mulher

(Loco de quem se prender...)

E o meu cavalo é um verdadeiro amigo
Montado nele vivo cheio de esperança
Dá uns pulinhos na hora quando eu encilho
Mas quando aperto o lombilho o meu cavalo se amansa
Dá uns pulinhos na hora quando eu encilho
Mas quando aperto o lombilho o meu cavalo se amansa

(Oigalete cavalo bueno!
Quantas china linda eu já roubei nele.)

E pra gaúcho nada falta no arreio
Mala de poncho e tenho boleadeira e laço
Um 38 e a prateada na cintura
Que desperta as criaturas que sai fora do compasso
Um 38 e a prateada na cintura
Que desperta as criaturas que sai fora do compasso
(Está faca é quem nem cobra criado em rancho
Não pode pisar no rabo porque morde.)

Cada cidade também deixo uma chinoca
Pra de cruzada enterter meu coração
E no pescoço carrego um lenço gaúcho
E uma arma de cartucho que é a minha diversão
E no pescoço carrego um lenço gaúcho
E uma arma de cartucho que é a minha diversão

(Está espingarda carrego até o meio
Pra matar china bonita que gostar de macho feio)

Tenho ranchinho de gaúcho preparado
Um papagaio e um casal de caturrita
E to criando um cachorrinho de Alegrete
Pra carregar meus bilhetes pra alguma mulher bonita
E to criando um cachorrinho de Alegrete
Pra carregar meus bilhetes pra alguma mulher bonita

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70 - Gaúcho de Vergonha

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(Já fui gaúcho campeiro domador de profissão
E por causa de uma chinoca passei a ser cidadão
Fazendo as vontades a ela pra bem da nossa união
Sem esperar que ela mesma me usasse de traição
E quando eu senti que estava ferido meu coração
Envergonhado da vida tomei uma decisão
Para que ninguém tivesse de mim uma informação
Nem a própria china mesmo me fui direito ao sertão
Eu prefiro viver com as feras com leões
Tigres, panteras, mas com mulher falsa não)

Assim vou levando a vida
Por este sertão sem fim
Vivendo de caça e pesca
Embora eu ache ruim
Pois quando china não presta
Eu prefiro mais a floresta
E as feras em torno de mim
Pois china quando não presta
Eu prefiro mais a floresta
E as feras em torno de mim

Caço bem e pesco bem
Pra comer me desaperto
Os meu prazer é aqueles
Que eu adquiro no deserto
É triste mais é verdade
Ser traído e ter saudade
De quem já se viveu perto
É triste mais é verdade
Ser traído e ter saudade
De quem já se viveu perto

Já estou ficando velho
Brigando com a triste sina
Por incrível que pareça
Eu gosto daquela china
Só descansarei com a morte
Diz à saudade que eu volte
Mas o capricho me domina
Só descansarei com a morte
Diz à saudade que eu volte
Mas o capricho me domina

Só não digo o nome dela
E nem o lugar que eu ando
Pra ninguém ficar com pena
Das penas que estou passando
Por uma china fingida
Só quem sabe a minha vida
É este que está cantado
Por uma china fingida
Só quem sabe a minha vida
É este que está cantado

Fiz a história e dei pra o Gildo
Por se ver que está capaz
De cantar o sentimento
De quem não quer viver mais
Não quero que por mim chore
Deixem que as feras devorem
Todo os meus restos mortais
Não quero que por mim chore
Deixem que as feras devorem
Todo os meus restos mortais

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71 - Gaúcho Fracassado

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Vou contar a minha vida
É triste, mas é verdade
Porque que eu fui obrigado
A conviver na cidade
Eu fui hospitalizado
Com corpo todo entrevado
E sendo sacrificado
Com a triste dor da saudade

As quedas de ginetiada
Trouxe amargura pra mim
Fiquei com as pernas entrevada
Por ter deslocado um rim
Perdi todas as esperanças
Não prestei mais pra estância
E vivo nessa distância
Tristonho e sofrendo assim

Com a minha lidas de campo
Eu muito tenho sonhado
Ainda está noite sonhei
Que eu lidava com gado
Que muitos bois eu lacei
Naquela hora eu gostei
Porém depois me acordei
Na mesma cama deitado

A saudade me dói mais
Que minhas pernas encolhidas
Se eu não ficar bem perfeito
Para fazer minhas lidas
Jesus com os poderes seus
Veja os sofrimentos meus
Peço pelo amor de Deus
Que encurte minha vida

Porque eu prefiro morrer
Que ficar sem fazer nada
Porém eu deixo um pedido
Pra minha companheirada
Perdoai meus erros
E fazer o meu enterro
Ali na costa do cerro
Aonde dorme a boiada

Outro pedido ainda deixo
Pra meus fieis companheiros
Escrevam na minha campa
Aqui descansa um campeiro
Pode cantar bater palma
Que a minha matéria acalma
E hão sentir minha alma
Sempre ajudando os tropeiros

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72 - Gaúcho Guapo

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Houve uma festa de muita importância
Era uma festa de gineteada
Foi promoção de um dono de estância
Pra dar um prêmio para a gauchada
Tinha um picaço por nome Esperança
No lombo dele não parava nada
Eu não sou cria de raça bem mansa
Me resolvi de topar a parada

Eu cheguei lá no horário certo
Tava a fazenda toda enfeitada
Tava o picaço relinchando alerto
Metendo medo em toda a gauchada
Tava o patrão, uma filha perto
Já de vereda pedi a bolada
Eu sou gaúcho que não me aperto
E gosto mesmo de lida pesada

Já de vereda eu apertei os caco
Montei pra cima e baixei o laço
Fazendo cócegas só no sovaco
Cantarolando as esporas de aço
Dava corcóvio de arrancar cavaco
Que embodocava o lombo do picaço
Cada corcóvio que dava o velhaco
Eu dava nele dois ou três laçaço

Corcoveou mais que meia hora
E eu sorrindo em cima do lombo
Dando comida pra minha espora
E abrindo talho que saia um rombo
Corcoveiava muito a campo fora
Porém nunca sem me dar um tombo
Pra mim cair só de caipora
Porque a desgraça é coisa que eu não sondo

Esse cavalo parou de repente
Dando sinal que não podia mais
A trotezito voltei novamente
Fazendo tudo que um ginete faz
Já encontrei o povo contente
Batendo palma me dando cartaz
E disse a moça pra qualquer vivente
Para ficar de seu capataz

Eu aceitei a capatazia
Depois mais tarde me casei com a prenda
Foi o prêmio desta montaria
Ganhei a china e aumentei a renda
E vocês comprem nessa livraria
Que existe um livro que conta esta lenda
Dei lhe porrete nele a revelia
Fiquei de dono daquela fazenda

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73 - Gostei Lá do Paraná

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(-Vamô embora moçada, vamos dar uma passeada por Paraná
ai delegado Romão, bigodudo véio vai te afirmando por lá em Marmeleiro
Assis Bandeira.)

Eu gostei muito lá do Barracão
Também gostei muito lá do Marmeleiro
Toquei um baile em Francisco Beltrão
Fui bem feliz ganhando dinheiro
Em Pato Branco foi à mesma coisa
Me receberam assim com cortesia
Por que a oleosa que fabrica o óleo
Me contratou por noventa dias

Por essa firma que entrei na rádio
E lá então cantei pra vocês
E os meus fãs que gostaram disso
E agradeço ao Lula Triches
Foi um contrato feito verbalmente
E ele aceitou a proposta que eu fiz
Não foi preciso por assinatura
O gaúcho é sério e sustenta o que diz

Ai, ai, ai, quanta saudade me dá
Fiquei encantado com aquele progresso que eu enxerguei lá no Paraná
Ai, ai, ai eu qualquer dia eu sei que me arranco
Pego o meu carro ponho o pé no fundo e só vou parar lá em Pato Branco

Lula Triches é um homem de progresso
Não admira tipo vagabundo
Então por isso eu fiz estes versos
Sinto na alma o prazer profundo
E o seu nome merece mesmo
Ser divulgado por todo esse mundo
És homem rico, mas, porém honesto
Honrando os pago lá de Passo Fundo

(-Oh Terra Boa!)

Tu és um gaúcho de bom coração
Por toda parte que andar eu digo
E quem procede com sinceridade
Sempre há socorro para seu abrigo
Você por lá e eu por aqui
Meu pensamento esta sempre contigo
Fiz esta letra para te provar
Que eu não esqueço dos meus bons amigos

Ai, ai, ai, quanta saudade me dá
Fiquei encantado com aquele progresso que eu enxerguei lá no Paraná
Ai, ai, ai eu qualquer dia eu sei que me arranco
Pego o meu carro e ponho o pé no fundo e só vou parar lá em Pato Branco

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74 - Grande Brasil

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Sou orgulhoso por ser brasileiro
E os meus patrícios se orgulham também
O nosso Brasil é um país muito rico
Em breve eu serei rico também
Em muitas nações existem belezas
Mas igual ao nosso Brasil não tem

Vou conhecê-lo de norte a sul
Comprei agora um bom caminhão
Vou percorrer os vinte e dois estados
Compro um pouquinho de cada produção
Eu determino o dia da saída
Mas não determino a volta da excursão

Vamos iniciar

Cheguei no Acre para iniciar
Comprei borracha e logo parti
No Amazonas comprei guaraná
E fui ao Pará comprar açaí
No Maranhão comprei babaçu
E comprei mamona lá do Piauí

No Ceará comprei carnaúba
E sai tirando poeira do chão
Rio Grande do Norte carreguei de sal
E da Paraíba óleo de algodão
Em Pernambuco eu comprei açúcar
E em Alagoas a mesma produção

Fui a Sergipe para comprar coco
Mas o da Bahia eu não esqueci
Na boa terra eu comprei cacau
E o gostoso acarajé comi
Em toda viagem senti mais saudade
Foi da baianinha que eu me despedi

(Hoho baianinha linda)

Eu resolvi comprar um boi gordo
Fui ao estado de Minas Gerais
Comprei mais um boi lá em Mato Grosso
Baús de minérios fui até Goiás
No Rio de Janeiro fui ao Corcovado
E ainda comprei ferro e cereais

Na Guanabara comprei muitas frutas
Lindas laranjas vou falar o que é
De lá eu fui até o Espírito Santo
Ver se comprava um pouco de café
Cheguei em São Paulo céu comprei um rádio
Para oferecer a minha mulher

(Como tu és grande Brasil
estou cansado de viajar
atravessando tantas fronteiras
e não sei quando vou chegar)

Em escutar programas sertanejos
Pelas estradas ia me divertindo
No Paraná e em Santa Catarina
Comprei madeira e fui prosseguindo
Lá no Rio Grande do Sul comprei trigo
E voltei pra Bahia alegre sorrindo

Nós já falamos em muitas riquezas
E todos sabem que não é farol
Nosso país é tricampeão do mundo
Lutou no México com chuva e com sol
Na Alemanha não foi feliz
Mas ainda é o rei do futebol

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75 - História de João Manoel

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(Essa é a história do João Manoel, um gaúcho lá de
Santo Antonio das Missões)

Para uma falsa mulher que eu conheci
Eu entreguei o meu pobre coração
Amargamente depois me arrependi
Foi para mim a maior desilusão
Quem eu pensei que não tivesse defeito
Feriu meu pobre peito com o punhal da traição

Nunca pensei que existisse falsidade
No coração da mulher que eu tanto amei
Destruiu um sonho de felicidade
Que eu inocente muito tempo alimentei
Aquela ingrata procurou manchar meu nome
Com outro homem, não sei como eu não matei

Senti meu sangue ferver nas minhas veias
Tive vontade de matar por ser fingida
Tive vontade de morar numa cadeia
E ficar lá pro resto da minha vida
Deus foi amigo transformou meu pensamento
Reconheci pra que tamanho sofrimento
Sem merecer por uma mulher perdida

Graças a Deus não me tornei assassino
Por um momento que fiquei alucinado
Eu resolvi viajar sem ter destino
E para ela não deixei nenhum recado
Se a matasse seria injusto e mal feito
Eu creio no direito de amar sem ser amado

No meu caminho encontrei um outro amor
Que encheu a minha vida de esperança
Que curou para sempre a minha dor
E também a minha sede de vingança
Vivo feliz com quem a mim se uniu
E a mulher que o meu amor iludiu
Eu afastei para sempre da lembrança

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76 - História de Um Fazendeiro

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(Eu me chamo Felisbino, nasci no Torrão Vermelho
Fui peão e sou patrão sempre lutando pareio
Muitas cabeças de touro eu quebrei a cabo de reio
Estou velho, mas pro serviço não sei dobrar o joelho
E por saber que morro cedo deixo os versos por conselho)

A galinha pra botar ela precisa de indez
E por isso então não desmanchem o que este velho fez
Segurem não ponham o que eu deixar pra vocês
Fortuna que é posta fora não se adquire outra vez

Cada genro é uma estrela que na minha casa brilha
Se acreditar em conselho será uma maravilha
Não vendam não ponham fora o que eu deixar pra família
Cuida e zela pra teus filhos o que eu deixar pras minhas filhas

E você meu filho homem escute o que eu digo agora
A parte que te tocar desfruta, zela e adora
Pra amanhã depois teus filhos e a minha querida nora
Desfrutaram a fortuna de quem deu e foi embora

Esta estância em que vivemos foi por mim adquirida
Não foi logrando ninguém e nem herança vencida
Agora já que me sinto cansado no fim da vida
Faço votos que não seja depois de ganha perdida

Eu me chamo Felisbino nascido no Caroquem
Não tive herança de pai trabalhando é que arranjei
Com gosto entrego a vocês tudo tudo o que ganhei

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77 - História do Manuelito

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Eu sou cria de São Borja
Do rico Torrão Vermelho
Sou Manuelito Rodrigues
Minha vida é um espelho
Fui rico e passei miséria
Sirvo até pra dar conselho
Meu pai grande fazendeiro
Eu fiz muita extravagância
Me agradei da boêmia
Pela minha ignorância
Botei o que tinha fora
E abandonei a estância

Casei em família boa
Com uma rica menina
Eu cheguei a acreditar
Na grande força da sina
Até troquei o meu lar
Por farras e jogatinas
Mais tarde peguei a ver
A áugua no sirigote
Fui trabalhar de empregado
Devendo e dando pinote
Para cada santo uma vela
Pra Deus devia um pacote

Amigo tive bastante
Só quando eu tinha dinheiro
Porém depois de pelado
Que caí no desespero
Fiquei assim que nem velho
Que sempre viveu solteiro
Mas houve alguém que um dia
Chamou meu pai e contou
Os trabalhos que eu passei
E o velho então me chamou
E assim serenamente
O velho me perguntou:

-O Manuelito meu filho
Teu viver como se vai?
-Tô que nem áugua de poço
Que se não tiram não sai
Pra me tirar da miséria
Só você mesmo meu pai
E o velho então respondeu:
-Menino você compreenda
Que um homem hoje não pode
Viver mais de pouca renda
Agarre juízo e volte
E tome conta da fazenda

Sou Manuelito Rodrigues
Mas hoje eu tenho juízo
Transformei a minha vida
De inferno pra o paraíso
Quero dar lucro a meu pai
E não dar mais prejuízo
Hoje vivo na fazenda
Ouvindo o berro dos bichos
Jogatina e boemia
Hoje eu considero vicio
Eu quero que o povo diga
O rapaz criou capricho

Lá na fazenda São Roque
O serviço me distraí
Hoje o dinheiro que eu ganho
Em jogatina não vai
Garanto que desta vez
Vou dar prazer pra o meu pai
O Manuelito Rodrigues
Fiz estes versos para ti
Também vai o meu abraço
Lá pra o Itacurubi
E avisa esses Dornelles
Que eu breve vou por ai

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78 - História dos Passarinhos

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Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pra o mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheio de ninho
E passei a manhã inteira
Embaixo dessa figueira
Apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam
No bico do filhotinho
E eu ali estava entretido
Com o viver tão divertido
Da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho
E também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola
E dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele este é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí
Eu caço qualquer passarinho
Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho
Parece até que dizia:-
É triste eu viver sozinho
Só porque eu fui procurar
Comida pra os filhotinhos
E fui tirar desse alçapão
Hoje eu estou nesta prisão
E nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando
O que já me aconteceu
Há muitos anos atrás
Que a policia me prendeu
O juiz me condenou
E depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava
Quando os colegas cantava
E aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando
Quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz
Da boca do gurizinho
E a gaiola custou dez
Quem me der vinte mirreis
Pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo
Para evitar discussão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo
Eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punidos
Pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bicho
Também consagro amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer
Ter a mesma liberdade

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79 - Homem Feio e sem coragem não Possui Mulher Bonita

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É bem assim que se dança
nos fandangos da minha terra
Um dia eu e o mano
se ressolvemo um passeio
e fomos apreciar um baile
na estância do meio

meu irmão foi num cavalo
que era flor de rodeio
era um tostado castanho,
um pingo de bom tamanho
de confiança nos arreio

Eu fui num cavalo preto
de acordo com a noite escura
e o pingo solto de patas
que era uma formosura
se acaso eu e meu mano
fizesse alguma loucura
e botasse a vida em jogo
os pingos soltavam fogo
do rompão das ferradura

Quando chegamos na estância
o baile estava animado
no galho duma figueira
deixei meu cavalo atado
cheguei e paguei entrada,
entrei muito entusiasmado
e fui tirando meu pala
e apartando um par da sala
e dançando um xote marcado


Meu irmão dançou com
a loira e eu dançei com a morena
saí no ouvido dela
chorando que dava pena
meu irmão também com
a outra repetia a mesma cena
nõs os quatro agarradinho,
parecia dois barquinhos,

quando as águas tão serena
quando foi de madrugada
estava tudo combinado
pra uma saltar no preto e
a outra no tostado

Saímos na noite escura olhando
o céu estrelado oigatê noivado lindo
quando sol vinha surgindo
chegamo em casa atrasado
e eu disse pra minha mãe,
a senhora tem visita

De hoje em diante mamãe
estas duas senhoritas
lhe obedecem como sogra,
a Terezinha e a Rita
desculpe a nossa bobagem
é que homem feio e sem coragem
não possui mulher bonita

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80 - Homenagem a Um Amigo

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Euclides, oh Deus te conserve sempre assim desse jeito

Sempre honesto e de respeito, sincero pra teus amigos.

Criaste dois filhos homem que são de ti o modelo
Hão de sempre roçar pelo, lutando junto contigo.

E esta tua rica filha tapada de boniteza
Pois Deus pegou a beleza, derramou por cima dela
Está ficando mocinha com bons modo e bom sistema
É filha da dona Emma tinha que puxar por ela.

Oh, menina Deus te dê tudo de bom que tu queira
Tanto na vida solteira, mesmo depois de casada.
E para teu casamento Deus que te dê um bom rapaz
Que de prazer a teus pais e pra ti não te falte nada.

E pra ti Euclides Marpe Deus te de só coisa boa
Pra ti, pra tua patroa e pros filhos e para filha
E ainda mais para alguém que ainda possa aparecer
Que Deus consinta nascer no lar da mesma família.

É tudo o que eu te desejo e pelo teu merecimento
É que fiz neste momento uns versos tão necessário
Estou cantando esses versos por que ninguém me ataca
Em troca daquela vaca que me deu de aniversario

Ela muito me serviu, pois foi um rico presente
Deu bóia pra muita gente depois de pronto o assado
Tinha lá bastante gente e eu ganhei mais uns carneiro

Churrasqueamos o dia inteiro e contentei meus convidados.

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81 - Homenagem a Um Artista

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Senhores peço licença
Pra cantar esta modinha
Foi eu mesmo quem a fiz
Tirada da ideia minha

Pra fazer uma homenagem
A quem dou muito valor
Então a moda foi feita
Pra o senhor Gildo de Freitas
O maior dos trovador.

Então a moda foi feita
Pra o senhor Gildo de Freitas
O maior dos trovador.

Amigo Gildo de Freitas
Vai a minha saudação
O meu abraço apertado
Um forte aperto de mão

És um canário que canta
Pra alegrar a nossa vida
Tua coroa de rei
Eu te digo por que sei
É bem justa e merecida

Tua coroa de rei
Eu te digo por que sei
É bem justa e merecida

És um astro sem orgulho
É bondoso sem igual
És o rei do improviso
Nunca tiveste rival

Sempre mostrastes que és
Um artista verdadeiro
Em resumo da história
Tu sempre foste uma glória
Deste Rio Grande altaneiro

Em resumo da história
Tu sempre foste uma glória
Deste Rio Grande altaneiro

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82 - Homenagem à Uruguaiana

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Uruguaiana cidade princesa
Que tem de tudo o que a gente precisa
Além de teres bastante beleza
É sentinela da nossa divisa
És a cidade costeira do pago
Lá onde o Rio Grande termina
E as do rio Uruguai
É quem separa o Brasil da Argentina

Ès a Cidade de cosas tão bela
E um povo bondoso e gentil
É lugar de tão lindas donzelas
Que enfeitam o nosso Brasil
As casadas são sérias e bonitas
E os maridos são guapo e valente
Quando eu chego por lá de visita
Eu procuro lá voltar novamente

Quando eu faço a minha despedida
Da cidade de Uruguaiana
Vou pra outras terras parecidas
Jaguarão, São Borja e Santana
Uruguaiana cidade princesa
Que tem de tudo o que a gente precisa
Além de teres bastante beleza
É sentinela da nossa divisa

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83 - Ignorância e Cultura

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O meu Brasil é rico de estudo,mas já foi pobre pela minha infância
Aquele tempo só apreciavam os que apelavam para a ignorância.
Eu roí junto esse mesmo osso, falo e não nego que eu sou muito franco
Até as moças escolhia o moço que brigasse a bala ou a ferro branco

(Era rapaziada, e o índio tinha que abrir talho de caber quarenta rapadura
dentro pra ficar simpático pras raparigas)

Ganhando a briga ficava famoso e de importância pra uma rapariga
Morria velho, solteiro e nervoso se fosse medroso pra entrar na briga.
Naquele tempo era lei do meu pago como um ordeiro eu obedecia
Não tinha instinto de matar ninguém, mas batia bem quando aparecia

(Há,Há é, e se não batesse eles batiam ué).

Num certo baile tocavam sanfona e eu dedilhava no meu violão
Pisquei o olho pra uma certa dona e ali no mais deu-se a confusão
O dono dela andava por ali e a muito tempo vinha desconfiado
Me gritou logo a branca vai pra ti e já me trouxe meio atropelado

( Tivemo sorte que puxemo junto a nossas adaga velha da cintura,
Apartaro a briga, os nossos bons amigo, mais eu levei comigo aquela criatura)

Eu até hoje para um tiro alvo eu me garanto no cabo do bérro
Jogando as vida saio são e salvo, puxo o pinguel e já sei que não erro
Porém eu peço pra Deus me ajudar pra eu não puxar nunca do gatilho
Pra não dar luto a uma mãe querida que eu tirasse a vida do seu rico filho

(A valentia é um orgulho, vamo encerrá na paz de Deus, rapaziada)

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84 - Infância Pobre

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(Eu fui um menino pobre, vivi jogado ao relento
Nos dias de inverno forte foi grande meu sofrimento
Maloca de papelão era ali a nossa fazenda
Esse trecho eu não esqueço por ser um triste começo
De um grande padecimento. E por princípio tiveram uma decaída
Por ciúme de amores caíram na bebida
E até nossa casinha, que por desgraça foi vendida
Botaram fora o dinheiro e ficamos no desespero
Sem a casa e sem comida)

E foi assim minha gente que eu neste mundo nasci
Redobrou meu sofrimento depois que meus pais perdi
Se não fosse o meu padrinho que eu mais tarde descobri
Era certo que eu morria porque eu não resistia
Mais do que eu resisti

Eu hoje fui pra conversa de quem conhece a matéria
Minha mãe casou direito era uma senhora séria
O papai trabalhador que não gozava uma féria
Depois de um triste abandono, que nem cachorro sem dono
Morreram os dois na miséria

Eu hoje, graças a Deus, sou a mim que me governo
Só não desfrutei carinho nem paterno, nem materno
Se eu fosse enfraquecido que nem o moço moderno
Dominado pelo fumo eu jamais achava o rumo
Nem saía do inferno

Pra criança sem morada sempre existe um forrinho
Se dá uma roupa usada, uma calça, um sapatinho
Eu falo porque já fui um menino pobrezinho
Filho de um pobre casal sem apoio, sem moral
Sem fortuna e sem carinho

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85 - Inspiração de Poeta

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Fazer verso é muito fácil mas precisa inspiração
Eu hoje estou inspirado pra fazer comparação

Comparo a mulher com a flor e o amor com perfume
Doença braba eu comparo com quem ama e tem ciúme
Comparo o mundo um salão, a vida um tango certinho
Quem troca muito de par fica dançando sozinho

Comparo a criança, um anjo porque ilumina um lar
Só a inteligência humana não há com quem comparar
E eu comparo a minha mãe com um anjo que não peca
E eu comparo a minha idéia com vertente que não seca

Comparo o sol com sorriso e a tempestade com pranto
E eu comparo a minha alma com simples verso que eu canto
Comparo o circo uma casa, a luz a estrela que brilha
E a platéia eu comparo gente da minha família.

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86 - Já Dormi Em Cemitério

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Esta mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda esses dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo é só de gente viva
Pela má língua que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

(Claro que não faz!
Não te assusta de caveira João!
Têm muita gente que quer ver tua caveira!)


Está mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou um gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda estes dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo só de gente viva
Pela mania que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

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87 - João de Barro

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Lá no meu rancho eu alevanto cedo
E vou pra o terreiro tomar chimarrão
Dos passarinhos lá no arvoredo
Eu sempre escuto uma linda canção
Ainda esses dias eu pitava um cigarro
E apreciava uma construção
A obra fina de um João-de-Barro
Que construía num pé de cocão
Fez esta obra assim desta maneira
Trazendo barro do próprio biquinho
Depois de pronta trouxe a companheira
E os dois cantavam na porta ninho

O João-de-barro um dia saiu
Buscar comida para o filhotinho
E um menino malicioso viu
Foi negaciando o pobre bichinho
O coitadinho no fazer seu pouso
Naquele galho que tinha comida
Foi recebendo desamoroso
Um pelotaço e tombou sem vida
Tenho por vício de alevantar cedo
E ir pro terreiro pitar meu cigarro
Só oiço o som lá no arvoredo
Porém não oiço
Mais meu João-de-Barro

(Só oiço ela, pobre barreirinha
Muito tristonha olhando da porta
Talvez rezando e pedindo a Deus
Para mandar seu barreiro de volta)

Como é bonito amanhecer na mata
Ouvindo o canto desses bichinho
Oh, criançada não me seje ingrata
Não se maltrata os pobres passarinho
Vocês devem em quando isto pensá-lo
Devem tratá-lo com mais carinho
Se vocês fazem como o Gildo diz
Serão mais feliz e meus amiguinhos

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88 - Laranjeira

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Eu agora quando eu sair
Lá dos meus pagos da fronteira
Então eu deixei de lembrança
Este meu xote laranjeira
Porque este xote laranjeira
Que veio de cima da serra
Pulando de galho em galho
Veio parar nessa terra

Eu só tocava o laranjeira
Era pra filha do patrão
E recebi muitos bilhetes
Na cuia do chimarrão
E aquela linda gaúcha
Que hoje recordo dela
Nos bailes de domingueira
Eu sempre cantava pra ela

Este meu xote laranjeira
Têm um segredo por dentro
É dois pra lá e dois pra cá
E uma voltinha no centro
Se aquela chinoca linda
Hoje em dia for solteira
Quando eu voltar lá nos pagos
Eu canto xote laranjeira

Porque este xote laranjeira
Que veio de cima da serra
Pulando de galho em galho
Veio parar nessa terra
E agora quando eu sair
Lá dos pagos da fronteira
Então eu deixei de lembrança
Este meu xote laranjeira

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89 - Lembrança do Passado

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Tenho saudade dos tempos bons de outrora
quando eu vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada
a minha gaucha amada senhora mae dos meus filhos

Com elas três sempre em minha compania
vivo cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura
conhece a minha bravura pelas peleias qu eu fiz

Minha gaucha um anjo que Deus me deu
ela por mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando
fica quietinha escutando e de saudade suspira

Minha acordeona sempre boa e afinada n
ão é gaita pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor
porque muitos trovador já surrei tocando nela

E a minha faca que à alguns anos atrás
tinha trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora

E hoje velho com os meus cabelos brancos
no improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade
porém me resta saudade do tempo bom que passou.

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90 - Levante os Olhos Menina

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Menina quando eu te vi eu compreendi a tua vida
E notei no teu olhar que tu vive aborrecida
Tu deste algum passo errado hoje vive constrangida
Porém agora é preciso você sentar o juízo
Não viver desiludida

Eu vou te dar um conselho como é que a gente faz
Não vá atrás de promessas de conversas de rapaz
Tu precisa um casamento pra dar prazer pra os teus
pais
Menina tu te domina levante os olhos menina
E não procure errar mais

Tu procuras compreender tudo o que o meus verso diz
Ti confessa lá contido de fato este erro eu fiz
Deus te ouve a confissão porque é nosso juiz
Toma isto como prece tu vai ver como aparece
Quem te faça ser feliz

Porém agora é preciso você não fazer loucura
Porque a tristeza só leva a gente pra sepultura
Levante os olhos menina tenha consciência pura
Se livre da vida baixa porque na vida se acha
Aquilo que se procura

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91 - Marinheiro Apaixonado

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Morena quando eu te vi eu fiquei apaixonado
Enxerguei em teus cabelos lembrança do meu passado
Sentei praça na marinha, levei a vida embarcado
Neste teu lindo modelo enxerguei em teus cabelos
As ondas do mar sargado

Para que eu possa ser dono desse teu lindo modelo
Eu já fiz promessa a Deus, pra santo Antonio um apelo
E prometendo tratar-te com todo carinho e zelo
E além de meus carinhos
Eu quero ser um barquinho nas ondas dos teus cabelos

O barco precisa água pra fazer navegação
E também precisa porto pra fazer a atracação
Já está todo arrumado se não disseres que não
Neste teu peito sem mágoa
Eu quero encontrar as águas para minha embarcação

És o tipo da mulher para cumprir minha jura
Por expandir o sorriso numa linda dentadura
A mulher pra mim precisa demonstrar quatro figura
Ter a boquinha pequena
Tem que ser média e morena e bonita de cintura

Se tu entrares de acordo conforme eu estou falando
E se tu gostar de mim conforme eu estou gostando
Nós faremos casamento que eu já venho planejando
Te entregarei meu barquinho
Nas águas de teus carinho quero morrer navegando

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92 - Matando a Saudade

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Eu deixei minha querência quando era novo de idade
Mas me apertou a saudade e hoje me traz de regresso
Viajando pelo mundo agora volto de novo
E para alegrar meu povo eu escrevi estes versos

Venho matar a saudade dos pais, irmãos e padrinhos
E também dos bons vizinhos que a saudade me devora
Sei que vocês também sofrem por haver retirado
Alô meu torrão amado eu estou chegando agora

Trago em minha companhia sempre esta mesma dama
Que é uma cordeona para fazer serenata
Quero rever as carreiras e as festanças de domingo
De vez aguachar meu pingo que fica alegre de pata

Quero fazer uma visita no rancho dos meus amigo
Que trabalharam comigo no meu tempo de infância
Eu ganho bem, mas não gosto desta vida
Prefiro voltar pra lida e trabalhar na mesma estância

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93 - Me Enganei com Você

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Leia a Letra

Eu só queria que você um dia
Se recorda-se o que tratou comigo
Que ia ser de inteira confiança
Nessa esperança me casei contigo
Maldito o dia foi o nosso encontro
Foste o principio do meu sofrimento
As tuas juras me deixaram tonto
Sem desconfiança do teu fingimento

E o pedido que por noís foi feito
Naquele dia aos pé do altar
Hoje tu mostra o teu defeito
Por desmanchares o nosso lindo lar
Meu coração está sofrendo
Porque conserva sinceridade
E o culpado é o teu coração
Por ter usado só a falsidade

Teu coração deve estar sorrindo
Por se encontrar distante do meu
Meu coração sempre aborrecido
Por se encontrar distante do teu
Bate direito o meu coração
Você não deve errar a batida
Nem se entregue pra esta paixão
Que recebeste da mulher fingida

(Vai ser falsa lá pro brejo...)

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94 - Mensagem Final

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Leia a Letra

[locutor]
Mexe essa gaita compadre
Que gildo canta para os seus
Gildo de freitas aplaudido
Pela platéia presente

Vamo canta pra essa gente
Porque esse é o meu destino
Eu quero pedir apoio
Jesus cordeiro divino
Deixe eu cantar pra essa gente
Que eu quero ver se eu assino

Deus do céu vai me ajuda
Porque é muito onipotente
Ele é quem governa todos
É um índio competente
Por isso vai me dar força
Pra mim cantar pra essa gente

Eu vou cantar pra essa gente
Nem que eu cante chorando
Pois foi assim que eu nasci
E assim vou morre cantando
Pra esse povo que merece
Eu nesse mundo que ando
Nasci pra canta pro povo
E não morro me entregando

[locutor]
Gildo de freitas cantando
E chorando
Deixando suas lágrimas no seu lenço branco
Recebendo o aplauso dessa gente aqui
Gildo de freitas que canta chorando

Ai! ó veja só meu Jesus
Essa rica salva de palma
Que sirva para o senhor
Para a salvação das alma
Pra ver se o meu coração
Bate mais certo e se acalma

Ai! os versos são meu remédio
É de raça comovida
Bate bate coração
Porém não erre a batida
Nem pare a circulação
Pra essa platéia querida

[locutor]
Que beleza!
Vamos aplaudir meus amigos

Pra essa platéia querida
A minha ideia procura
Veja bem meu pensamento
Tais indo lá nas altura
Lá na melhor medicina
Que essa não mata e só cura

E essa cadeira tão linda
Eu digo com sinceridade
Esta aqui apóia um corpo
De oitenta e três de idade
Porém ainda se lembra
Das flores da mocidade

[locutor]
Queremos registrar
De que neste momento
Muita gente derrama lágrimas, nestes versos

Das flores da mocidade
Este gaúcho às vezes chora
É por lembrar de uma mãe
Que depois de morta me adora
Era o tipo esta velhinha
Bem igualzinha a senhora

Ai! bem igualzinha a senhora
Com tanto desembaraço
Meu rico povo querido
Nestes versinho que eu faço
É pra entregar pra vocês
A vocês um fiel abraço
Vâmo deixa o coração
Bater certo no compasso

[locutor]
A platéia chora junto
Com gildo de freitas
É um registro que nós queremos deixar
Homens e mulheres chorando hoje aqui

Ai! é verdade essa platéia
Isso pra mim não convém
Porque eu não vim cá nessa terra
Pra da pesar há ninguém
Eu queria cantar sorrindo
E ver vocês sorrir também

[locutor]
Que beleza de apresentação
O momento é sensibilizante
Nesta oportunidade meus senhores
Homens e mulheres chorando

Por enquanto ai eu não paro
Eu vou dar duro com razão
Vou da força no meu sangue
Pra firmar o coração
Que é pra não causa tristeza
Onde é preciso a diversão

[locutor]
Gildo de freitas vem mostrando
Porque que ele é o melhor cantor gaúcho

Onde é preciso diversão
Eu não sou mais do que ninguém
Por isso é que eu tive força
Muito além do além
Que é pra canta pro meu povo
Que eu sou do povo também

[locutor]
É uma pena que são borja inteiro
Não esteja presente para ouvir essa beleza
Dessa apresentação

Vou encerrar os meus versos
Cumprindo a missão sagrada
Entregando um coração
Pra essa platéia adorada
Pra essa terra querida
Nossa terra colorada
Nossa terra presidencial
Onde vive a gauchada
Aonde eu deixo um abraço
Pra toda essa criançada

Abraço honrado e gaúcho
Pra toda essa criançada
E um outro abraço também
Pras solteiras e as casadas
Eu não deixo pra trás
Um abraço pra velharada
E o outro abraço também
Merece pra rapaziada
Esses que às vezes se encapotam
Do lado da namorada

[locutor]
Gildo de freitas!
E o pessoal aplaudindo
Entusiasmadamente este grande nome
O maior nome
Da música popular do rio grande do sul

Moçada eu estou satisfeito
Aqui no vosso terreno
Que eu venho trazer harmonia
Do maior ao mais pequeno
Sem diferença de cor
Do mais claro mais moreno
Pode crer minha gente boa
Não é mais e nem é menos

Ai! não é mais e não é menos
Devo aqui os trovadores
Que ajudo a conserva
Os lindos jardins de flores
Eu vou parar não roubo espaço
Porque tem outros valores
Que são assim que nem eu
Que nasceram pra ser cantores

[locutor]
Gildo de freitas!
Igual vinho, gildo de freitas é
Igual vinho quanto mais velho melhor
Vamos aplaudir, vamos
Levantar minha gente
Minha gente vamos levantar vamos
Aplaudir gildo de freitas
Bonita iniciativa, o pessoal, meus ouvintes
De casa, aplaudem esse belíssimo espetáculo
De pé, gildo de freitas
Hoje faz um belíssimo espetáculo em são borja
Pessoal muito obrigado
Eu estou agradecendo pelo seu gildo
Primeira vez que eu vejo uma platéia
Chorar na frente de um artista
Homens e mulheres chorando

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95 - Meu Conselho

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Leia a Letra

Menina escute estes versos
Neste momento preciso
Da maneira que tu pensas
Terás grandes prejuízo
Tu és muito voluntária
E leviana de juízo
Pode as tristezas do mundo
Acabar com teu sorriso

Nóis os dois batemo um papo
Mais ou menos meia hora
E depois me despedi
De você e fui embora
E tu andas te gavando
Que o Gildo te namora
Passando um fio lá pra casa
Xingando a minha senhora

(Tà loquinha viu, taí o compromisso)

Você não faça bobagem
Escuta o que o Gildo diz
Procura um menino novo
Para te fazer feliz
Para minha mulher no mundo
Esta que eu tanto quis
Tu és muito pouca cousa
Pra destruir a matriz

(E aí não dá é querer derrubar uma muralha a sôco)

Eu confesso que já tive
Certas camangas por fora
Quando era um homem mais novo
Não com a velhice de agora
E a minha companheira
Me estima e me adora
Não é por causa de ti
Que eu vou mandar ela embora

(Perde essa esperança, não te enche mulher velha).

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96 - Meu Princípio

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Vou cantar o meu principio não vão pensar que é moleza
Sempre vivi abraçado com a miséria da pobreza
Trouxe o dom de ser poeta pra mais tarde ter defesa
Já passei muitos trabalho
Vivendo assim que nem galho por conta da correnteza

Meu serviço mais leviano foi prender bois em carreira
Machado em corte de lenha, de pá abrindo valeta
Abrindo corte de estrada no cabo da picareta
Fui homem sacrificado
Quem nem braço de aleijado esfolado da muleta

Cantava só nos domingo não era assim como canto
Eu também não nem esperava que um dia cantasse tanto
Me chamavam de endiabrado e se eu era não garanto
Pobre, bravo sem juízo
E os bolso sempre liso que nem rostinho de santo

E com um baralho na mão eu não era muito tanso
O meu baralho marcado, descobriam e davam o ranso
Ali começava a briga, minha vida era um balanço
Fui ligeiro quem nem gato
Eu era o tipo de pato que as vezes passava por ganso.

(Depois de quarenta anos foi o que me fez o melhor
Fui gravar, fiquei artista, vivo mais folgado agora
Tenha carro, tenha casa, mas descanso poucas hora
Eu sou que nem botão de roupa que tem casa, mas não mora
Sou que nem cinta em fivela
Que entra por dentro dela e sai pro lado de fora)

Nesse pedaço de chão eu fui muito sacrificado
Eu as vezes sinto canseira só no lembrar meu passado
Hoje a vida ta mais frouxa quem nem palanque em banhado
Pelos filhos eu nem garanto
Porque eu trabalhei tanto que eles nasceram cansado.
(Ha,Ha, é isso mesmo vamo encerrar)

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97 - Meu Sofrimento

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Uma noite eu tive um sonho que eu ia ficar doente
Fiquei muito descontente e um pouco impressionado
Daquela data em diante acabou minha alegria
E num final de três dias um sonho realizado

Eu tinha um programa cedo na radio da capital
Comecei me sentir mal, me queixei ao diretor
Era o Dilamar Machado, o diretor meu amigo
Me vendo nesse perigo já me mandou pro doutor.

Chegando lá o doutor bateu a radiografia
Me contaram que eu sofria e me julgaram incapaz
Receitaram um bom remédio e um ano de repouso
E que eu não fosse teimoso não podia cantar mais

Mas eu estava devendo em casa muita despesa
E eu sou de natureza de pagar o que se deve
Agora sou obrigado parar com meu movimento
Se eu não fizer tratamento talvez morra muito breve

Eu só espero é que Deus ouça meu cantar tristonho
Que me remeta outro sonho para fazer minha cura
Só me resta esta esperança é numa cura divina
A mais certa medicina para qualquer criatura.

Este é o ultimo disco que eu vou por em gravação
Devido a situação desta minha enfermidade
Mais se Deus me der a cura eu vou pro disco outra vez
Para cantar pra vocês sempre de boa vontade.

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98 - Meu Xote Amigo

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Meu xote amigo estão te abandonando
Te desprezando sem ter piedade
Eu quero ainda que sejas tocado
Que sejas dançado pela mocidade
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda te dão liberdade

É muito linda esta dança de hoje em dia
Trás muita alegria para muitos ambientes
Mas eu convido a querida mocidade
Para dar liberdade pro dançar de antigamente
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda ficarão contente

As nossas danças atuais são cousa linda
Temos ainda nossos pais que não morreram
Os nossos pais ficariam mais contentes
Se voltasse novamente as danças que conheceram
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda já te compreenderam

Vamos moçada dançar um xote marcado
A dança do nosso Estado reviver antiguidade
Pois é preciso que ela ter divulgação
e ter mais penetração dos costumes da cidade
A tua volta eu sei que não retarda porque
A Jovem Guarda conhece a verdade

(Vamos fechar as porteira, gaúcho)

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99 - Minha Vivenda

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Eu moro mesmo ali na beira da mata
Eu tive gosto pra fazer o meu ranchinho
Eu me acordo com a linda serenata
Tão melodiosa do o cantar dos passarinhos
E todos acham que eu tive muito gosto
Para fazer uma morada tão bonita
Eu tenho lá um macaco pulador
Um papagaio falador
E uma linda caturrita

A caturrita eu chamo ela de cocota
Ela responde papai, papai
Meu papagaio conta alguma lorota
E o macaco pulando me distrai
Tenho por vicio levantar de manhã cedo
Acariciar sempre ele é meu costume
Enquanto estou acariciando a caturrita
Os outros dois quase morrem de ciúme

Tenho um viveiro cheio de passarinhos
Que pego xucro mas não é por ser ingrato
Pego o xucrinho para eles ter descanso
Depois de manso solto todos no meu mato
E vou levando uma vida assim de anjo
E peço a Deus nessa vida não dar fim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim

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100 - Morena Arrependida

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Morena esta canção que eu fiz foi por te querer
Agora chegou o tempo que eu posso te dizer
Só pra contar a paixão que você deve saber

Eu era apaixonado por o teu falso amor
Tu eras no meu jardim pra mim uma linda flor
E assim mesmo desprezava este pobre trovador

Um dia eu resolvi e vim morar na cidade
Arrumei um novo amor e tenho felicidade
Hoje eu sei que tu choras sofrendo grande saudade

Este teu falso carinho morena pra mim morreu
De tudo que me fizeste agora se arrependeu
Hoje eu sei eu tu me quer
Mas quem não te quer sou eu

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101 - Morena de Santana

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Eu conheci uma morena
Em Santana do Livramento
Filha de família boa
Bonita cento por cento
Carinhosa no falar
Me falou em casamento
Peguei a pensar nas leis
Que pra casar duas veis
Não nos dão consentimento

A lei do nosso Brasil
Ser assim é uma pena
Casar uma vez é lei
Na segunda ela condena
Não devia ser assim
Na nossa vida terrena
Se ela fosse de outro jeito
Eu também tinha o direito
De casar com esta morena

Morena escuta este verso
Veja o quanto eu já sofri
Nóis somos dois sofredor
Tu de lá eu daqui
Tu sofre por minha causa
E eu por causa de ti
E para nóis ser feliz
Vamos pra um outro país
Foi isto que eu resolvi

Vamo lá pro Uruguai
Lá é tudo diferente
Não vai haver comentário
Distante dos teus parente
Dois corações que se amam
Não podem viver ausente
Ficamos dez anos lá
E depois mandamo um piá
Pra saber da nossa gente
Com os anos alguns morreram
E os vivos se esqueceram
E nós voltamos novamente

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102 - Mula Preta

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Há três coisas em meu poder que eu não vendo pra
ninguém
Eu tenho uma mula preta que poucos gaúcho tem
Eu tenho a minha chinoca que estimo e quero bem
E tenho a minha cordiona que quando toco apaixona
certas chinoca de alguém

Por causa dessas três coisas tudo no mundo eu arrisco
A china por que se assanha quando declara eu belisco
A mula é lá de alegrete que eu ganhei do seu Francisco
E quem achar que é boato querendo ver seu retrato olha
na capa do disco

Ela é preta bico branco tem sete palmo de altura
Minha gaita é todeschini sempre alegria procura
E a chinoca que eu tenho foi criada sem pintura
É linda minha chinoca que até no andar provoca o olhar
das criatura

Mas provoca sem querer não é que tenha esperteza
É que de longe se vê toda sua boniteza
De mim da mula e da gaita a chinoca é a princesa
Sou feliz com estas três coisa com a gaita a mula e
esposa completei minha riquesa.

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103 - Mulher Aventureira

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Vai embora mulher aventureira
Não procures a trancares meu caminho
Eu sou casado vivo bem com a minha esposa
Eu tenho lar, tenho amor, tenho carinho...

Você não deve andar seguindo meus passos
Porque não vais conseguires o que queres
Eu já jurei não magoar a quem me ama
E nem deixá-la sofrer por outras mulheres...

Estais tentando conquistar meu coração
Porque contigo algo triste aconteceu
Por má cabeça destruístes o teu lar
Agora tentas a destruíres o meu...

Você devia procurar um outro alguém
Que tenha a mesma sina triste como a tua
Sem ter um lar, sem amor e sem ninguém
E que procure outra mulher pela rua...

Pode dar certo ajuntar dois sofredores
Que tenham a sina de acordo para sofrerem
E confessar-se um para o outro entre carinhos
E começarem novamente a reviverem...

Este pedido que eu te faço é sem orgulho
Não é por raiva, nem tão pouco por rancor
É só apenas te pedindo que compreendas
Que é impossível conquistares o meu amor...

(Guardo muito segredo menina...)

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104 - Na Casa do Chico Torto

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Nós fomos tocar um baile
Junto com Gildo de Freitas
Na casa do Chico Torto
Lugar de gente suspeita

O Gildo falou pra nóis
Flor daqui não se enjeita
Se pisarem em nosso pala
Nosso trinta e oito fala
Vamo receber a bala
Quem pra nós fizer desfeita

Regulava meia-noite
O fandango estava bom
O Gildo foi convidado
Pra dançar um vaneirão
A velha do Chico Torto
Por ele sentiu paixão

O Gildo meio assanhado
Foi dançar meio apertado
Veio o Chico enciumado
Já formou-se a confusão

Foi aquele pega e larga
Foram brigar lá na rua
Um dizia a velha é minha
Outro a velha não é tua

Se pegaram no facão
Igual dois galo na pua
O Gildo deu um tropelo
O Chico disse amarelo
Me ganhaste no duelo
Leva a velha que ela é tua

Mas o nosso amigo Gildo
Homem de bom coração
Respondeu pro Chico Torto
Eu não quero a velha não

Eu queria só te dar
Um conselho uma lição
Pra não mais mexer comigo
Me guardar sempre contigo
Pra mostrar pros teus amigos
As marcas do meu facão

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105 - Não Dê um Presente Errado

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Minha querida afilhada eu te trouxe um presentinho
Muito humilde, mas sincero, enrolado num versinho
Com ele pode escreveres
As cartas pra saberes noticias do teu padrinho.

A caneta eu considero um presente macanudo
Para te dar incentivo no caminho do estudo
As canetas delícias
Pois levam e trazem noticias dão definição de tudo

E eu vendo o teu capricho que o estudo continuas
Que não pendes pra o destino das criadinha das rua
Dou-te esta canetinha
Pra receber as cartinha trazendo noticias tua.

Só quero que a tuas cartas me encham de encantos mil
Dizendo assim meu padrinho, o meu mundo estudantil
Vai correndo a disparada
Me formei advogada, conheço as leis do Brasil.

E ainda tenho guardada a caneta por lembrança
Que foi para meus estudos incentivo e esperança
Zelo com todo carinho
Enxergo nela o padrinho e o meu porte de criança.

E o senhor que é padrinho que adora seu afilhado
Quando der um presentinho, não dê um presente errado
Não de pra ele um facão, pistola nem baioneta
Para incentivo do estudo de pra ele uma linda caneta.

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106 - Não Enjeito Proposta

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Eu tenho pena deste coitadinho
Que anda dizendo que é trovador
Vamos nós dois trovar numa praça
Pro povo ver quem tem mais valor
É só você marcar o local
Nós apostamos um bom capital
E o povo todo é nosso julgador

Tu apresenta o teu repentismo
Depois eu entro e apresento o meu
Depois eu canto o que eu escrevi
Tu também canta o que escreveu.
Depois trovemo versos de seis linha
A tuas rima bate contra a minha
E o povo nota quem é que perdeu.

No desafio eu te faço proposta
Arruma um outro que tenha cartaz
Respondo todas perguntas no verso
Que em conjunto tu e ele faz.
Um de nós três vai gozar depois
Se eu perder pra vocês os dois
Eu entrego o cargo e não trovo mais

Certas bobagens que andas dizendo
É pura inveja do Gildo de Freitas
Eu tenho a cara de homem sincero
E uso ela conforme foi feita.
E a tua cara é duma forma elástica
Já fez até uma operação plástica
E nem assim a cara não se ajeita.

Caso de briga eu não respondo mais
E o povo todo sei que não repara
Por que já sabem que és de bate papo
Tu te ouriça e depois dispara.
Já estes dias um gaiteiro teu
Algo com ele aconteceu
E te sentou-lhe um cinzeiro na cara

Nem te alembraste do facão três listras
E nem tampouco do relho trançado
Tu te lembrou foi de chamar recurso
Já deste prova de homem assustado.
Ele acertou por tu não ter destreza
Pra que então que arrotas grandeza
E depois fica de couro marcado.
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107 - Não Me Faças Sofrer

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Moreninha linda não me faça eu chorar
Por que eu vim neste mundo
Moreninha linda foi para te amar
A paixão que eu tenho no meu peito não fica
Por isso é que eu venho
Por isso é que eu venho, moreninha linda.

Moreninha linda não me faça chorar
Por que eu vim neste mundo,
Moreninha linda foi para te amar

Vem contar do que sente este meu coração
Não há coração que agüente
Não há coração que agüente uma dor da paixão
Desde quando eu te vi lá naquele festança
O meu coração
O meu coração, sofre não descansa.


O meu rancho esta feito fui eu mesmo quem fiz
E eu não te desprezo
Todas as noites eu rezo pra nos ser feliz
Eu só quero morena a sua decisão
Me responda que sim
Tenha dó de mim não digas que não.

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108 - Não Mexa Com quem está quieto

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Eu tenho dó de algum contrario
Que com essa ideia pensa
Que apareça quem me vença
Morre de velho e não vê
Deus me consentiu nascer
Vim no mundo para exemplo
Não morro antes do tempo
E não corro sem ver do que

Eu peço perdão ao povo
Sei pra quem estou propondo
Eu sou um gaúcho redondo
Eu não foi feito quadrado
Eu rolo pra qualquer lado
Quando o perigo vem vindo
Conheço o cego dormindo
E também o rengo sentado

Um contrario me vencer
É o mais custoso que eu acho
Só se o céu descer pra baixo
E a terra subir pra cima
Os astros mudar de clima
Trocar verão por inverno
Mudar o céu pra o inferno
Depois eu perco na rima

É mais fácil burro voar
O galo ciscar pra frente
As galinhas criar dentes
As vacas botarem ovo
Já pedi perdão ao povo
Mas é preciso eu dizer
Contrario pra me vencer
Só que ele nasça de novo

Eu te aviso Teixeirinha
Ligeiro com pouco prazo
Não convém tu criar caso
Que é pra evitar o perigo
Eu não sou bom inimigo
Já sabe as provas que eu dei
Antes pelear contra a lei
Do que ter questões comigo

(Vai abrindo o olho xirú.)

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109 - Não Posso Dizer Teu Nome

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Eu gostei muito de uma gauchinha
Mas a marvada é comprometida
Presta gaúcha um dia ser minha
Arriscarei a minha própria vida
Eu também sou homem comprometido
Mas tou resolvido por você querida.

Você querendo eu também quero
Que fica tudo entre nossas mão
Eu fiz uns versos e agora espero
Para saber a vossa solução
Você não deve di embrabecer
I se responder se ta bem ou não.

Eu dou um jeito numa morada
Num rancho simples de beira ou chão
Ponho um cachorro numa picada
Pra da sinal de alguma traição
Levo a prateada i o meu revolver
Que é o que resolve a situação.

Levo o tostado de montaria
Para servir de nossa condução
Vai ser tratado na estrebaria
Levo a cordiona ou violão
E se de fato você me gosta
Mande a resposta se vai ou não.

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110 - Não Posso Viver Sozinho

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Menina escute estes versos que foi feito para ti
Depois que eu te conheci eu não posso viver em paz
Tu me disseste que casarias comigo
Que se eu fosse bom amigo não te esquecesse jamais

Você querendo vai morar no meu ranchinho
Não posso viver sozinho eu preciso ter alguém
E nesses versos fica a cosa esclarecida
Tudo que eu tenho na vida você vai saber meu bem

Eu tenho um rancho que foi eu mesmo que fiz
E para nóis ser feliz no rancho não falta nada
Eu tenho vaca e cavalo no potreiro
Porco gordo no chiqueiro e arvoredo e galinhada

Tenho um jardim que é todo meus encanto
De manhã quando alevanto eu me enterto molhando as flor
E tu querendo ser todinha para mim
Te darei o meu jardim em troca do teu amor

Meu próprio nome também darei-te a metade
E falarei a verdade na presençia do teus pais
Nois casaremos por civil e religioso
Sinto orgulho em ser esposo de quem não esqueço mais

Agora sim só basta tu resolver
Por carta me responder se estais de acordo comigo
Se der o sim eu ficarei mais contente
Viverão eternamente nossos corações amigos.

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111 - Nós Todos Somos Iguais

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Delicado eu sempre fui
Pra quem tinha boa fé
Tenho ganhado questões
Só Deus sabe como é
A verdade é minha capa
Também nunca dei um tapa
Que o índio ficasse em pé

(Foi cousas que se passaram pela minha mocidade
Quem tem meu temperamento vive por casualidade
Já nasci pra ser assim e troxe dentro de mim o gesto da autoridade)

E pra ser autoridade
é preciso ter respeito
E também não se assustar
Do rompante do sujeito
Eu não carrego bagagem
E o homem que tem coragem
A morrer é mais atreito

(No tempo do lá vai facão
Sempre fui um gaúcho bueno
Quantos brancos não dançavam
Nesses salões de moreno
De vereda já brigava na entrada
Para não perder o treino
Eu gostava desses bailes
Porque a entrada era barata
Meu sangue é de português
Sempre gostei de mulata
E elas me admiravam sorriam
Me arrodiavam por eu ser solto das patas)

E eu terminava dançando
E a chinas achando graça
Eu acho que preto e branco
São feitos da mesma massa
Hoje é mansa a mocidade
Existe facilidade
Pra fazer cruza de raça

Hoje o preto e o moço branco
Tem o viver mais perfeito
Estudam na mesma aula
Não existe o preconceito
Hoje sem haver vexame
Passam pelo mesmo exame
Se formam do mesmo jeito

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112 - O Cachorro e o Tatu

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Introduçao(declamada):

É claro que caçador não mente
Eu também sou caçador
A caçada é meu esporte
Eu não faço profissão
Tenho armas no meu rancho
Cartucheira e munição
Eu, a arma e meu cahorro
Em qualquer costa de morro
é certa a caça na mão.
O meu cachorro cavoca
E arrancar tatu da toca
ele tem por obrigação.

Letra:

Está velho não tem mais dentes
E ainda vai na caçada
Esses dias até pensei
Que a mata fosse assombrada
Porque passou um tatu
E o meu cachorro Bangu
Saiu logo nas pegadas
E o bicho mesmo provoca
Entraram os dois numa toca
E eu não encherguei mais nada

Declamação:

Eu já estava nervoso
Na mata de madrugada
Por não ver mais meu cachorro
Só ouvia uma risadas
Eu cheguei a conclusão
Que era debaixo do chão
Todas aquelas gargalhadas
Olhei pra toca achei lindo
Notei o tatu sorrindo
E o meu cão dando bocada

Letra:

Quando o cachorro avançava
O bicho tatu sorria
O meu cachorro sem dente
Pegava mas não mordia
E com aquele pega e larga
Eu também me divertia
Era a tal de briga mansa
Pois nenhum embrabecia
E o tatu morto de rir
Da cócega que sentia

Só ninguém pode dizer
Que essa minha história mente
Todo os dois já bem velhinhos
Brigavam graciosamente
O cachorro encabulado
E o tatu sempre contente
Eu lhe digo francamente
Eu disso sou testemunha
O tatu não tinha unha
Nem meu cão tinha mais dente.

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113 - Oração de São Jorge

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Meu glorioso são Jorge o seu cavalo pegou
Naquele mesmo momento pos o arreio e montou
Sua viagem seguiu, na porta do céu chegou;
E Jesus lhe atendeu
Quando São Jorge bateu , porém antes perguntou:

(- Quem bate na minha porta com tanto desembaraço;
Eu sou o coração de bronze, o valente peito de aço.
Sou Jorge, braço forte, sou o guarda do espaço
Sou valente peleador,
E venho pedir ao senhor para guiar os meus passos.
Preciso da sua ajuda em tão triste hora eu lhe digo
Com a sua proteção enfrentarei os perigos
E disse Jesus: eu dou, és meu anjo, és meu amigo
Eu vou te dar sete cruzes,
Com os poder de Jesus pra prender seus inimigos.

Eu vou te dar sete cruzes para tua salvação
Levara uma na testa que esta é tua direção
Três nas costas, três nas frontes, com a minha proteção
E farás como te digo
Que todos teus inimigos nenhuma força terão

Se eles tiverem olhos nunca te enxergarão
Com armas branca e porrete com revolver e munição,
Qualquer espécie de armas nunca te atingirão
Tens a mim que te governa
E eles com braços e pernas nunca te alcançarão.

E foi assim que São Jorge recebeu lá do além
Este tão grande poder que de hoje e dia ele tem
São Jorge tu me defenda e os meus amigos também
Me benzo com teu auxilio
Em nome do Pai e do Filho, do Espírito Santo, Amém!

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114 - Pedidos de Um Gaúcho

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Quero deixar uns pedidos
Já gravem bem na memória
Quando eu ir para o céu
Que findar a minha história
Vou cantar versos pra os anjos
Pra todo reino da glória

(Que em cada reza
Façam um grande sóvel
Que eu possa subir por ele
Até na porta do céu
Porque Deus há de ouvir
A reza que o povo fez
E eu de lá hei de cantar
Versos lindos pra vocês)


E o meu primeiro pedido
Agora vou declarando
Quero uma cavalaria
Meu enterro acompanhando
O povo batendo palma
E uma sanfona chorando

Na hora de me velar
Quero quatro candeeiro
Devidamente pilchado
Meus amigos e companheiros
E quero ser enterrado
Bem ali no meu potreiro

(Em roda do meu jazigo
Deixem crescer o capim
Um ou dois cavalos amigo
Pastando em roda de mim
Não me ponham na parede
Porque é contra o meu querer
Me ponham na terra virgem
Que me ajudou a crescer)


Não é preciso haver choro
Que todos pensem assim
Quero dois índios trovando
No dia que eu tiver fim
E o que eu cantei por vocês
Quero que cantem por mim

(Amigos estes convites
É pra o fim da minha vida
Quero cantiga à vontade
Que corra frouxa a bebida
Bebam cantem mas não briguem
E respeitam o meu defunto
Para evitar que eu me alerte
E saia pelejando junto)


E o meu último pedido
Atendam com devoção
A bandeira do Rio Grande
Enrolem no meu caixão
E um letreiro na cruz
Que vai cravada no chão
Aqui descansa um gaúcho
Que honrou a tradição

Vamô encerra a porteira!

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115 - Percorrendo o Rio Grande

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Ô milonga galponeira
já que tu tens qualidade
vai dar uma volta ao mundo
no brasil da liberdade

vai por mim lá no rio grande
terra de hospitalidade
entra no rio grande amado
e vai matar minha saudade

percorre bem meu rio grande
leva bastante alegria
em alegrete, rosário
são borja, santa maria

são gabriel, dom pedrito
soledade e vacaria
novo hamburgo e porto alegre
são leopoldo e caxias

santana do livramento
jaguarão e itaqui
camaquã e montenegro
são francisco e jaguari

viamão e santo antônio
taquara, gravataí
portão, rincão do cascalho
e são sebastião do caí

milonga chega nas praias
em torres, tramandaí
no pinhal e na cidreira
palmares, capivari

dá uma chegada em pelotas
rio grande, piratini
vai a pinheiro machado,
cachoeira e cacequi

são sepé e caçapava
lavras, bagé e três passos
vai levar a esta gente
meu grande e sincero abraço

e diga a todos que agarrem
um punhal de puro aço
cortem o meu coração
e cada um leve um pedaço

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116 - Pingo Branco

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Leia a Letra

Minha vida está arrumada
Falo com sinceridade
Foi conquistando amizade
De alma sincera e pura
Caminhando nas estradas
E correndo pelo campo
Montando num pingo branco
Com oito palmo de altura

(O dono do pingo é o Tita, crioulo do Itapõa
Que alevanta de manhã com a cuia de chimarrão
Sempre honrando a tradição e quando chega os domingos
Vai no campo olhar seu pingo que é da sua estimação)

Quando eu montava em meu pingo
E quebrava o chapéu na testa
É porque ia a uma festa
Ou num baile de galpão
Pra dançar xote
Com a prenda linda e faceira
Que fosse a mais dançadeira
Que estivesse no salão

E quando eu ia embora
No meu pingo bem bonito
E atendia o meu grito
E me livrava dos perigos
Em gauchada o ter cavalo ligeiro
Muito bom e companheiro
Sempre foi um bom amigo

Arrendei uma invernada
Pra aposentar o pingo branco
Porque era bueno e sem tranco
E me levava onde eu queria
E é amigo que conhece o velho dono
Que não deixou no abandono
O pingo da montaria

Hoje a vida é bem folgada
Comprei um carro de luxo
E as vez me trajo à gaúcho
Para passear aos domingos
Pego o meu carro
E convido minha prenda
Para ir lá na fazenda
Onde se encontra meu pingo

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117 - Pingo Tordilho

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Leia a Letra

Botei as garras no pingo tordilho
Segui viagem para o meu rincão
Rever meu rancho aonde a chinóca
Deixou pra mim esta cruel paixão
Sofre comigo o pingo tordilho
Porque de tarde no dar a ração
Ela é quem dava pra o cavalo, o milho
E ele nela tinha estimação

Ai, ai, ai, ai
Tenho saudade do pingo tordilho
Tenho saudade de ouvir o estalo
Do meu cavalo mastigando o milho

De manhãzinha ao tirar na ração
Vinha a saudade de eu lembrar alguém
Aí então eu pegava a chorar
E o meu tordilho a relinchar também
Por a saudade daquela chinóca
Que se bandeou-se pra outro país
Por mal de raiva morreu o meu pingo
Também de raiva essa loucura eu fiz
Botei-lhe fogo no meu velho rancho
Vivo cantando, mas não sou feliz

Ai, ai, ai, ai
Tenho saudade do pingo tordilho
Tenho saudade daquela gaúcha
Que se sentava em riba do lombilho

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118 - Pinheiro Sagrado

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(Nosso Brasil planta o pinho porque é muito necessário
Que pinho extraordinário para as casas de família
Além dessas maravilhas dá muito pão pro operário
Começa lá pelos matos pra fazerem derrubada
Dando ganho a peonada os seus pão de casa dia
Depois vai pra serraria pras torras ser desmanchada
E ali quantos camarada que estão ganhando por hora
Trabalhos naquelas toras em torno da serra fita
Fazem taubas tão bonitas depois exportam pra fora)

Ganha o homem do machado o que ele deita sobre o chão
Também ganha o caminhão não sei se cobram por quilos
Mais cobram pra conduzi-los ao ponto de exportação
Por que vai de caminhão um dia quente, chuva e frio
Até os portos de rios ou mesmo de mar salgado
Para serem transportados pelos porões de navio

Vocês vejam que o Pinheiro além de dar o pinhão
Ele também dá o pão pra quem com ele trabalha
E também nos agasalha depois de uma construção
E quantas luas de mel trocaram beijos, carinhos
Dali surgiam filhinhos num calor agasalhados
De um casebre abençoado da tauba feita do pinho

E até a cama que eu deito que recebo o meus carinhos
Bons abraços e beijinhos de uma fiel companheira
Ela é feita da madeira do nosso sagrado pinho
Do pinho se faz a mesa até quadros de moldura
Até mesmo a criatura, quando para o coração
Do pinho faz-se o caixão quando vai pra sepultura

O Pinheiro quanto mais grosso muito mais valor contém
Não quero ofender ninguém mais numa viola de pinho
É que canto estes versinhos feitio de um grosso também
E o senhor, meu cidadão ao ler a minha escritura
Digo a todas criatura que leiam e aproveitem
E depois desta respeitem quando falar em grossura.

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119 - Por Ser a Vida Um Espelho

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Esse nosso mundo velho ninguém entende direito
Uns levam a vida sofrendo, uns rindo satisfeito
Uns morrendo, outros nascendo
Uns ganhando outros perdendo mundo velho sem respeito

Não adianta dar conselho
Nem sendo a vida um espelho que mostra o nosso
defeito

Que bom seria este mundo se a nossa humanidade
Visasse sempre um no outro o mesmo ser de bondade
Que quando o mal praticasse
Se arrependesse, pensasse que somos uma irmandade
Filho de um pai poderoso
Surgia um gesto amoroso e era um mundo sem maldade.
Assim se vai esse mundo uns mais fracos outros mais
fortes
Quando um pensa pro sul, outro pensa pro norte.
E por isso o mundo é falho
Uns se dedicam ao trabalho e outros mais ao esporte
E assim segue os barulho
Entre mentiras, orgulhos só se arrependem com a morte.


É um mundo enganador com escassez de verdade
Ao conversar com o vivente se encontra tanta bondade.

porém da boca pra fora
porém da onde a consciência mora, é uma lama de
maldade.
E quem sente esses carinhos
Não nota o que são espinhos furando a dignidade

Se fores fazer o mal como muita gente faz
Tu pensas contigo mesmo será que eu era capaz
De eu mesmo receber o que eu queria fazer

Do que a má idéia traz garanto que não querias
E nem tão pouco farias maldade em lugar da paz.

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120 - Prenda Linda

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Ó prenda linda faceira
Sinuelo dos meus cantares
Seus olhos são andorinhas
Revoando pelos ares
As suas tranças compridas
Em cada ponta uma flor
É cancha reta da vida
Na encruzilhada do amor

Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração
Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração

Quisera neste meu verso
Sublimar tua beleza
Para ardente teu semblante
Que embeleza a natureza
Entre tantas que eu conheço
Essa é mais bela e formosa
No jardim da minha vida
Tu és a mais linda rosa

Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração
Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração

Quem me dera prenda linda
Que se algum dia eu pudesse
Dedicar somente a ti
Meu canto em forma de prece
E conquistar teu amor
Através desta canção
Seria a maior vitória
Na vida deste peão

Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração
Ai, ai prenda linda do rincão
Quem me dera que eu pudesse
Conquistar teu coração

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121 - Promessa Pra Seca

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(Amigo Jaime Feijó essa letra é
dedicada a ti, pedido pra Nossa Senhora)

É uma barbaridade a seca que está fazendo
O campo todo torrado o gado todo morrendo
E os açudes secando e os donos se enlouquecendo
É triste a gente enxergar esta seca tão torrante
Por isso faço um pedido a Santa dos Navegantes
Para salvar nosso gado nos mande chuva bastante

(-É isto Jaime)

Minha santa poderosa és a minha devoção
Só mesmo a Senhora pode salvar a situação
Defender o nosso gado e a nossa plantação
Querida Nossa Senhora atenda os pedidos meus
Nós aqui reconhecemos os grandes poderes seus
És tu que governa as águas que foi criada por Deus

(A seca traz prejuízo que é uma barbaridade
Vem torrando todo o campo e matando sem piedade
Por isso então te rogamos um pouco de caridade
Poderosa nos defenda da grande calamidade)

Em verso quase me obrigo em nome dos fazendeiros
Que tem criação de gado, galinha, porcos, carneiros
Não faltarem em tua festa dia dois de fevereiro
Este versos são contrato que afirma uma obrigação
De tu poderosa santa salvar essa situação
Porque assim aumenta mais a nossa fé e devoção.

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122 - Proteção às Mães

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(Oh, Virgem Santa que do alto nos contempla
Abençoai todas as mães do universo
E eu te imploro que com tuas mãos tão benta
Abençoai a humildade dos meus versos)

Santa Maria virgem pura e escolhida
Pra ser a mãe de Jesus meu salvador
Abençoai o nosso tesouro da vida
Que é a nossa mãe o nosso mais sublime amor

Santa Maria o teu ventre abençoado
Merece mesmo nossa consideração
Por ter trazido para o mundo do pecado
Teu filho amado para nossa salvação

Acompanhaste do teu filho o sofrimento
E por ser mãe sofria junto também
E nós estamos passando triste momento
Só ele pode nos salvar lá do além

Sofre demais uma mãe pelo seu filho
E o pobre filho que também sofre por ela
Nesta canção eu lhe peço um grande auxilio
A proteção pra nossa mãe tão pura e bela.

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123 - Prova de Amor

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Se você um dia prometesse a mim
Que por aventura me dava o amor,
Eu ia montar no potro mais xucro
E fazer proezas sem ser domador.
Eu ia montar só pra o povo ver
Como é bonito quando a gente quer,
Se quebra o pescoço, se arriscar morrer
Só pelo amor de uma linda mulher.

Eu era capaz de um dia pelear
Já que eu na vida nunca fui valente
Mas por você eu toreio a polícia
Contrareio as leis de qualquer presidente.
Me sinto capaz de pegar um tigre a unha
Montar em pêlo em qualquer um leão
Atravessar o oceano a nado
Para conquistar teu meigo coração.

E se tu disseres, gaúcho eu gostei,
Eu me sinto entregue por tuas proeza
Nós de acordo chegamos na lei
E eu serei dono da tua beleza.
Aí eu vou ver o lucro que tive
De toda arriscada que no mundo eu fiz
Se eu perco a vida, eu pouco me importo
Também se me salvo sou um homem feliz.

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124 - Prova de Repentista

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( Meus amigos hoje temos o grande prazer de apresentar
um dos maiores repentistas do Brasil, Gildo de Freitas
que se encontra neste palco e vocês estão à vontade
para escolher um tema para o Gildo de Freitas
improvisar um verso. Querem pedir querem têm alguma
uma idéia querem pedir?

-Faz versos pra vovozinha

-Péra ai meu amigo o senhor parece que está querendo
divertir a custa de Gildo de Freitas e como eu já
disse no início, Gildo de Freitas é o maior repentista
do Brasil.

-Perdão meu amigo, eu já bem sei que o senhor. tá
querendo me defender minha causa, mas é de justo o
mocinho têm razão, pois é de fato você disse para
escolher o assunto e o menino se agradou desse assunto
e isto também é um assunto pra quem faz versos.

-Você está de acordo Gildo de Freitas?

- Mas como que não, gaiteiro velho puxa está gaita
índio velho

-Muito Bem)

Mocinho preste atenção
E tu falasse em vovozinha
Querendo me fazer pouco
Porém eu não perco a linha
Se ela é morta Deus que dê
Bom lugar para esta velhinha
Se ela é viva e me escutar
Dê valor pra idéia minha

Menino eu tenho certeza
Que tu já te arrependeu
O ventre que te gerou
Daquela velha nasceu
Para criar sua mãe
E sabe lá quanto sofreu
Foi por intermédio dela
Que o senhor apareceu

Menino tu me perdoa
Mais não posso ficar quieto
Garanto que a tua vó
Rezou muito pelo neto
Para que tu te criasse
Um homem honesto e correto
E o senhor não sabe dar
Pra ela o valor completo

Você me fez pouco caso
Porém a mim não me afeta
Porque o perdão tem lugar
Pra pessoa analfabeta
Já atendi seu pedido
Escuta calmo e te aquieta
E nunca mais faço pouco
De a memória de um poeta

Aí oh platéia me perdoe
De tudo que eu disse agora
E o senhor caro mocinho
Meu verso não ingnora
O relógio tá dizendo
Gildo Freita vai te embora
Boa noite que eu vou com Deus
E fiquem com Nossa Senhora.

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125 - Que Jeito tem a Mariana

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(Vai te preparando Pedro Raimundo)

Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm
Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm

(Tô ansioso pra saber...)

Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana
Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana

Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela
Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela

(Esta china véia dava mais volta
do que porca em parafuso seu)

Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua
Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua

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126 - Que Negrinha Boa

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O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela

Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela

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127 - Quero Estar Perto Dela

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A lua clareia todo o horizonte
A estrela dá brilho às ondas do mar
Os teus olhos são dois diamantes
Que a todo instante me obriga a te olhar
Entre as flores tu és a mais linda
Se tu fostes estetas para mim
Tu serias a rosa bem-vinda
Para enfeitar todo meu jardim

O horizonte tão grande sem fim
Natureza tão pura e tão bela
Traga ela pra junto de mim
Ou me leve pra juntinho dela

Nossas vidas pertencem a Deus
Só a ti este meu coração
E na luz destes olhos teus
Eu criei esta louca paixão
Bem feliz com você eu seria
E agradeceria a mãe natureza
Por me dar a oportunidade
Da felicidade com a tua beleza

O horizonte tão grande sem fim
Natureza tão pura e tão bela
Traga ela pra junto de mim
Ou me leve pra juntinho dela

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128 - Quero Ver Minha Mãe

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(É triste, mas é verdade)

Vai versinho pelo mundo procurar Dona Leci
Entra por todos recantos que neste mundo existir
E diga que a filha dela, a Eva menina aquela
Está mocinha donzela, apareca por aqui

(Vem Leci ver a tua filha)

Aquela que tu deixaste com oito meses de vida
Mora em Pelotas com a vó, na mesma localidade
Ela é muito caprichosa, caritativa e estudiosa
Mas por ser muito amorosa, conhecer-te tem vontade

(Ora, quem é que não tem vontade de conhecer mamãe)

Um casal se separaram isso é cousa que acontece
E a mãe que quer bem seu filho de volta volta aparece
A Eva tem doze anos nesse destino tirano
Rezando e faz planos que ainda te conhece

(Não são esperanças perdidas)

O Leci se eu fosse tu, por Deus do céu como eu vinha
No rancho da tua sogra conhecer tua filhinha
Ela é fruto do teu ser tu precisas compreender
E dar a ela o prazer de conhecer a mãezinha

O Leci presta atenção que versinho comovente
Ela já te viu em sonho sentiu-se feliz contente
Ela contou, eu sonhei que vi mamãe e beijei
Mas depois que me acordei fiquei triste novamente

Já está com doze anos só tu vendo que beleza
Almoça pensando em ti na cabeceira da mesa
Na igreja ela faz prece só porque não te conhece
Mas se a Leci aparece termina toda a tristeza

(Vem Leci ver a tua filha)

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129 - Rancho de capim barreado

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Eu tenho um rancho de capim barreado
Que não é grande mas não é pequeno
Mas dentro dele eu vivo entusiasmado
Por que agasalha um gaúcho bueno
Ate minha guaiaca de couro
Que esta meio comida por fora
Já guardo muitas moedas de ouro
Esta guardando os cruzeiros de agora
Tenho um cavalo na estrebaria
E duas vacas jegues na cocheira
É o meu primeiro serviço do dia
Puxar no teto da vaca também
Ate a água lá no meu açude
E lá espelha o corpo da gente
Quando é verão a água é fresquinha
E quando é inverno ela fica mais quente

Meus dois cachorros são meus dois amigos
Fazem o serviço do homem campeiro
E se eu na lida entrar em perigo
Tenho confiança nos meus companheiro
Eu tenho tudo e não me falta nada
Pra meu consolo eu tenho a minha prenda
Esta é a minha esposa sagrada
E admiro a minha fazenda

Eu felizmente me casei com ela
Por que admira minha vida rude
Só toma água da minha vertente
Só banha o corpo lá no meu açude
Naquele rancho de capim barreado
Vivemos nois ali de lado a lado
Por que agasalho um gaúcho bueno
E nois vivemos entusiasmados

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130 - Rancho Sem Vida

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Meu rancho caíndo na beira da estrada
Tu deve alembrar do que alembro também
Quando eu brincava com a criançada
Meus bons companheiros que eu tanto quis bem.
Ranchinho te alembras as noites de lua
Que eu abraçava o meu violão
Meus bons companheiros também me rodeavam
Escutando verso com toda atenção

Mais obriguei-me sair pelo mundo
Chorando a saudade da separação
Por que a morte arrancou um tesouro
Que eu tinha guardado no meu coração

Depois que eu perdi a minha mãe querida
Não tive na vida sossego pra nada
Vivendo tristonho num triste abandono
Qual um cão sem dono na beira da estrada
Hoje ao passar por aqui recordei
As horas alegres que tornou-se nada
Aqui eu perdi quem eu tanto amei
E a minha alegria ficou sepultada.

Aqui eu perdi o meu querido pai
A minha mãezinha também faleceu
Hoje só resta este rancho caído
E um cantor tristonho que sou eu.

Meu rancho sem vida na beira da estrada
E dentro de ti ninguém mais morou
Não presta pros outros porque não tens teto
Mais o teu afeto contigo ficou
Eu vou reformar-te, fazer-te capela
Pra ele e pra ela que um filho deixaram
E de hoje em diante serás campo santo
Daqueles que tanto meu berço embalaram.

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131 - Rancho Vazio

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Meu velho rancho gaúcho, hoje és tapera velha isolada
Sem um carinho, sem nada a tristeza te invadiu
A olhar-te desse jeito eu cheguei a conclusão
Que tu e o meu coração são dois ranchinhos vazios.


E topé de paraíso que sempre fostes podado
Hoje te acha abandonado com as folhas toda amarela
A culpada foi aquela de uma falsidade alta
Que há de sentir a falta de tudo o que eu fiz por ela.


E do teu terreiro amigo que sempre fostes varrido
Hoje te acha invadido de espinhos e macegais
Vou fazer-te uma limpeza para ver se te realça
Mas aquela mulher falsa não entra aqui nunca mais.


Olha ali só que tristeza como está minha mangueira
Nem as varas da porteira que eram novas não existem
E tu palanque de angico como estais forte, bem lindo
O que eu to resistindo, só tu palanque resiste.


Palanque tu foi plantado para aguentar o tirão
O meu pobre coração já nasceu com a mesma sina
De tanto levar tirões tu vive todo cortado
E eu também remarcado dos golpes daquela china.


Mas eu vou mudar de vida, vou varrer bem meu terreiro
Pôr um porco no chiqueiro e cuidar da vaca tambeira
Vou renovar a mangueira vou cuidar da plantação
Para esquecer o tirão daquela china caborteira.

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132 - Recordação do Passado

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Chamado Passo D'areia
Foi o lugar que eu nasci
Foi ali que eu conheci
Cousas que a gente admira
Muçuns, Jundiás e Taraíras
Nos meus tempos de guri
Não é querer me exibir
Mas taraíras davam tantas
Que nas quintas feiras santas
Nós pescáva por ali

Mas quem tinha mais dinheiro
Terminou com o nosso apoio
Compraram nossos arroios
Findaram nossos pesqueiros
Um arroio companheiro
Pesqueiro de bom tamanho
Eram até praias de banho
Pra quem não tinha dinheiro

Naquelas partes mais altas
Por onde a água descia
Não eram só pescarias
Davam muitas produções
Auvoredo plantações
Coatages e leitarias
Da terra tudo nascia
Pepino, feijão miúdo
Era uma terra pra tudo
Aipim, melão e melancia

Mas pode crer minha gente
Que isto foi num disparato
Derrubaram até os matos
De angicos e Cambuíns
Foram se metendo assim
Que nem piolho em costura
E as hortas de verdura
Viraram todo em jardim

Está derrota foi feita
Em muitos poucos momentos
Foram abrindo loteamentos
E as construções vieram vindo
Outros vendendo e saindo
Mesmo que um papel no vento
Eu conto com sentimento
Tudo que era bom se foi
Plantação, cavalo, boi
Festança carreiramento
Tudo se foi no momento
E aonde pastava as vacas
Hoje só se enxerga placas
Aluga-se apartamentos

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133 - Rei da Caçada

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Lá nos pago adonde eu moro me chamo o rei da caçada
É a cousa que eu mais adoro sair abrindo picada
Ole, lai, lai, cortando galho de espinho
Para atirar de pertinho bem no olho da pintada

Minha arma de três canos o cano de baixo é bala
Azeitada com capricho que engatilho e nem estala
Olé, lai, lai, para encurtar o assunto
Cada tiro é um defunto depois que esta arma fala

No campo caço de rede, mas precisa três pessoas
Três home de agá malhusco que nem tempestade enjoa
Olé, lai, Lai, por isto que eu gosto da mata
Meus cachorros não dão rata eu não queimo cartucho à toa

É bonito de se vê eu e a onça de namoro
Levo a arma e pisco um olho não me faz mais desaforo
Ole, lai, lai, pra que ela não padeça
Eu atiro na cabeça pra não estragar o couro

Se a onça tá enfurnada vou aonde ela mora
Faço um barulho na toca e ela salta sem demora
Oai, oai já estou na posição
Com minha arma na mão de olho vivo na escora
Oli, lai lai, e horas diurna ou noturna
Eu tiro de dentro da furna e mato do lado de fora

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134 - Resposta ao Cachorro Recalcado

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Quando tu era pelado eu sempre fui teu amigo
Tua esposa é testemunha destas palavras que eu digo
Só depois que enriqueceste ficaste meu inimigo
E arrota tanta grandeza e me força a natureza
De um dia pelear contigo

Até por cachorro eu passo, mas da resposta não corro
Nem de vergonha não morro, descansa não tem perigo
Que eu sou um cachorro amigo e tu um amigo cachorro

Eu nunca vi um maneta poder dar tapa em alguém
E talento de poeta é cousa que tu não tem
E além de faltar talento, falta educação também
A sorte é a companheira
que Deus te deu por gaiteira
Senão não eras ninguém

Até por cachorro eu passo, mas da resposta não corro
Nem de vergonha não morro, descansa não tem perigo
Que eu sou um cachorro amigo e tu um amigo cachorro

(Vai embora
"Coisa bem boa é um cachorro de confiança"
Outra volta
"O cachorro de confiança
enlouquece e não morde o dono")

Se eu sou um gato miando ai vai a resposta minha
cada mio é uma rima, sem sair fora da linha
Eu sou um gato de rico tratado a arroz com galinha
Sou um bicho de fino trato, abre o olho com esse gato
Ee cuida bem tua gatinha

(Vai cuida do bichinho ai!
Esses gatos tratados, tem a unha, que chega a ser dobrada
Vamos mais uma volta gaiteiro)

A tua ideia de adulto tá voltada pra infância
E a minha ideia com a tua merece muita distância
Porque tu troca amizade, pela malvada ganância
Eu tenho que ter paciência misturar a inteligência
Com a tua ignorância

Até por cachorro eu passo, mas da resposta não corro
Nem de vergonha não morro, descansa não tem perigo
Que eu sou um cachorro amigo e tu um amigo cachorro

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135 - Resposta da Adaga de Ésse

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(Abre o olho aí nanico que aí vou indo eu)

Qualquer lata enferrujada
se enche de pedregulho
Se solta ladeira abaixo
ela também faz barulho
Só comigo tu não faz
que eu não vou no teu embrulho
Eu não arroto grandeza
sou o cantor da pobreza
E tenho raiva de orgulho

Tu és gaúcho fingido
eu já te conheço bem
Tu diz que faz, mas não faz
tu diz que tem, mas não tem
Tu diz que briga com dez
tu não brigas com ninguém
Eu tenho de pouca fé
tu diz que és guapo e não é
Tu diz que vem e não vem

(E é melhor tu ficar com a narina, não é nanico?
Tu anda meio enferrujado, rapaz)

Colega seu te comprar
pelo teu preço real
E vender pelo que pensa
tua fraqueza mental
Que vale cem vezes mais
eu arrumo o capital
Depois se termina o choro
vendendo a preço de ouro
E comprando por metal

(Aí vem a parte lucrativa, mas não é nada nanico)

Com isso eu não perdo tempo
eu quero é judiar de ti
Quando estiveres num circo
não vai faltar um guri
Que grite assim desse jeito:
Nanico escapa daqui
Enquanto tu tem saude
que aqui não tem quem te ajude
E o Gildo vem vindo aí

(Hahá, eu tô chegando)

É assim que eu faço gato
atravessar o banhado
Perder o medo da áugua
e cruzar o rio a nado
E se ele tiver sorte
de não morrer afogado
Eu vou dar uma de lontra
quando ele sair me encontra
Esperando do outro lado

(Volta pra trás com essa adaga, nanico vai vendê isso)

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136 - Resposta da Milonga

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Leia a Letra

Ô Teixeirinha um dia destes
Eu andei lá na fronteira
Lá aonde tu perdestes
Pra gaúcha milongueira

Um lugar muito bonito
A china bonita e bela
Só achei muito esquisito
Tu ter pedido pra ela

E eu cantei lá, um pouquinho
E ela também cantou
Depois nós os dois sozinhos
Está história me contou

Quando o Teixeirinha veio
Cantei com ele e venci
Contigo dei um floreio
Me entreguei, me convenci

Eu ali tou resolvida
Saí no mundo sem fim
Te entregar a minha vida
E faça o que quiser de mim

E foi assim a história
E sem ofender a ninguém
Venci, sobrando de glória
E trouxe a China também

Ô Teixeira assim se queres veres
Aquela que te venceu
Tu podes apareceres
Mas quem manda nela é eu

Viva e cheia de alegria
E contente quase louca
Se eu deixo, ela passa o dia
Beijando na minha boca

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137 - Resposta do Facão de Três Listas

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Leia a Letra

Há uma história de um facão de três listas
Que um artista pois em gravação
Dizendo ele ser um homem valente
Linha de frente com aquele facão
Já fez até um tal relho trançado
É preparado pra brigar bastante
Diz que peleia que é metido a guapo
É bate papo desse ignorante

(É conversa fiada, barulho de prato não é comida,
vivente)

Eu não peleio, mas cantando eu ripo
Homem do teu tipo não dá peleador
Nem a facão, com relho ou a bala
Tipo desta iguala, só dá falador
Não tenho medo de facão três listas
E nem tampouco de relho trançado
Eu levo a vida como um bom artista
Nasci com calma e não sou assustado

(Depois da tempestade vem a calmaria, vivente)

Gritar no rádio não é ter topete
É só manchete pra fazer banzé
Acha que a briga é muito bonita
Prende no grito e não diz com quem é
Até meus fãs pensam que é comigo
Se for eu digo que estou sempre às ordens
Em pensamento não mato e nem morro
E o cachorro que late não morde

(Todo guaipeca é barulhento)

Eu tenho medo é da tua coragem
Pela bobagem de fazer cartaz
Que eu sou gaúcho do sistema antigo
Faço não digo e tu diz e não faz
E eu não quero é que ameace
A minha classe com o teu modelo
Que eu me criei lidando com facão
E amanso um leão passando a mão no pelo

(É isso aí, e o bichinho termina se entregando que
trabalha até em circo)

Peço a meus fãs não se preocuparem
E nem encarem esse facão três listas
Porque meus versos serve de conselho
Eu tiro o relho e o facão do artista
Só tiro as armas, mas não bato nele
Só digo a ele não fazer de novo
Faz que nem eu que canto e não brigo
E sou amigo de todo esse povo.

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138 - Resposta do Relho Trançado

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Leia a Letra

Olha gaúcho esse relho trançado
Que você pôs numa gravação
Todo mundo pensa que é pra mim
Você na carta me disse que não
Se eu fosse tu eu dizia o nome
Abertamente quem é esse homem
Tirava o povo desta confusão

Se é de fato imaginação
Estás provando que não és indecente
Todo o poeta na inspiração
Expande e rima o que a alma sente
Estás trovando as tuas qualidades
E demonstrando que tu tem vontade
De agarrar fama de home valente

Nosso programa tem muito valor
O povo escuta todos os dias
Nós já nascemos com esta missão
De transmitir pro povo alegria
E o bom artista não tem inimigo
E esse povo todo é nosso amigo
É muito feio arrotar valentia

(Não faz fiasco vivente)

Tu deves dar é graças a Deus
Por ter nascido com esse dom da rima
Não é com relho, não é com facão
Que esse povo te adora e te estima
Eles te querem por seres cantor
Com sacrifício plantaste esta flor
Estás querendo pisotear por cima

Você agarra este relho trançado
E dê pra outro que se garante
E reconheça que tu foi errado
E que na letra foste ignorante
Acho melhor aceitar o meu conselho
Porque um artista de facão e relho
É mau conselho para o estudante

Desta resposta segue meu conselho
De um índio grosso criado em campanha
Um homem nunca se ameaça à relho
Quem ameaça quase nunca ganha
O inimigo que é ameaçado
Ele espera o outro preparado
Quem vai surrar quase sempre apanha

(Não alerta o Leão que está dormindo, vivente)

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139 - Retorno do Papai

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Leia a Letra

(Meu filho venho voltando pra casa donde saí
Por não poder viver mais com a mulher que adquiri
E pra nóis não viver brigando a sair me resorvi
Mas não deixei vocês mal a fortuna eu reparti
Só a parte que eu levei por este mundo eu perdi
Foi seis anos sem prazeres no mundo aonde eu vivi
Eu vou contar-te o que fiz, joguei, briguei, bebi
Tudo o que era vício ruim neste mundo eu aprendi
Menos a esquecer de um filho que eu deixei por aqui
Mas preciso subir de novo todos degraus que desci
E o pão precisa fermento, meu filho neste momento
Eu vou precisar de ti)

- Por favor, não digas isto, meu pai não se clames mais
Basta o sofrer de seis anos entre suspiros e ais
É a nossa obrigação de fazer por quem nos faz
Os pais fazem pelos filhos e os filhos pelos pais

- Obrigado querido filho e filho da minha esposa
Estou gostando da conversa me diga mais qualquer cousa

- És um pai que sofre muito eu também sou sofredor
E a minha mãe também vive curtida de dor
Porque nunca mais secou a cicatriz desse amor
Pra doença di mamãe o remédio é o senhor

- Mas eu pensei que eu pra ela eu fosse um homem ruim
Eu nunca esperava ouvir palavras tão doces assim
Se eu for remédio pra ela a doença vai ter fim
E vão reviver as três flores que murcharam no jardim

- Papai lá vem vindo ela chega do serviço agora
Trabalha na sua firma não é emprego por fora
Quando ela li chergar eu lhe garanto que ela chora
E o senhor abraça e beija minha mãe, sua senhora

- Perdão meu querido filho, sei que queres me ver feliz
Mas eu jamais beijarei sem ouvir primeiro o que ela diz

- Oh meu Deus, será que estou sonhando ou fora de meu sentido
Ou são meus olhos que enxergam outro homem parecido

- Não senhora, sou eu mesmo ainda não sou falecido
E de sofrer vivo cansado vamos esquecer o passado
Pra nóis três ficar unido

- Eram três caminhos escuro que hoje tem claridade
Um pai, um filho e uma mãe sofreram barbaridade
O próprio tempo dá tempo se chega o pé da verdade
Com o retorno do papai vamos ter felicidade

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140 - Rodeio Gildo de Freitas

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Tenho quatorze cavalos todos ganho de presente
Velhacos por natureza que já tem matado gente
Eu com essa cavalhada minhas trovas e campereada
Levo o Rio Grande por frente

(Tudo é bicho perigoso ainda são de minha estima
Eu na trova nunca achei quem me vencesse na rima
E os meus cavalos também tem várias notas de cem
quem parar um minuto em cima)

Tenho cavalo na tropa que pula de todo jeito
Cavalo de graxa firme e tem granito no peito
São velhaco de capricho vou dar o nome dos bichos
Para sinal de respeito

(Cavalo "Perigoso" é cria da minha fazenda
Não tem um que pare em cima nem há cerca que lhe prenda
É respeitado por brabo parece marca do diabo
não há cristão que lhe entenda)

Eu vivo dando rodeio em tudo quanto é Estado
Aqui vai mais quatro nome dos quatorze respeitado
Que pertence a mesma casa
"Corta-Vento" e "Espalha Brasa", "Rompe Ferro" e "Desastrado"

(E aqui vai mais outros nomes pra dar amostra do pano
"Casca Velha" e "Jararaca", "Matador" e "Desengano"
"desconfiado" e "caborteiro "e "Assassino" e "Batuqueiro", "Golpe Seco" eu "Aragano")

Vou encerrar esta letra escute o que eu digo agora
Meus rodeios tem cantiga, fandango, cavalo e espora
E a platéia toda aceita rodeio do Gildo de Freita
Percorre o Brasil afora

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141 - São Jorge, Seja Meu Guia

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Leia a Letra

Meu poderoso São Jorge meu cavaleiro do espaço
Faça de todo poder da sua espada de aço
Para livrar o meu corpo de tudo que é embaraço
Necessito do senhor para guiar os meus passos.

Ai, São Jorge esse pedido eu lhe faço
Necessito do senhor para guiar os meus passos.

São Jorge santo valente amigo dos seus amigos
Faça fechar os maus olhos que me olharem por donde eu sigo
Me sinto com mais coragem estando junto consigo
Quero cantar pros meus fãs sem correr nenhum perigo.

Ai, São Jorge esse pedido eu lhe faço
Necessito do senhor para guiar os meus passos.

Quero que o senhor compreenda preciso ter alegria
Eu também quero o senhor para minha companhia
Eu sentindo seu fluido eu tenho mais garantia
Estou livre do inimigo aos olhos feitiçaria.

Ai meu São Jorge quero o senhor pra meu guia
Fazendo a minha defesa, toda noite todo dia.

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142 - Saravá Pra Ti

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Leia a Letra

Eu esta noite eu tava no rancho
Eu me deitei mas não pude dormir
Porque um amigo meu apareceu
E convidou para nois dois sair
E na estrada fomos conversando
E na conversa ele pegou a rir
Depois então passou a me contar
Que era um sarava que nois tinha que ir
Eu cheguei lá eu vi tudo fungando
Pula pra lá e pula pra aqui
E só diziam pro santo desce
Eu não notava desce nem subi
E de repente um estravolega
Fez um barulho e abaixou ali
Pediu barafá para ele bebe
Eu fui pra perto e também bebi
E o Pai de Santo logo embraveceu
Mandou os outros me tira dali
Foi um fiasco daqueles bem grande
Que os próprios santos tiveram que rir
No me pega para tirar para rua
Já um estalo na cinta eu senti
A pobre cinta foi arrebentando
E a calça velha começou a cair
Pela friagem que eu senti na perna
Olhei pra baixo é que eu fui sentir
Eu tinha vindo meio cochilando
E desprevenido de casa eu sai
Daquela feita me deram uma folga
Eu esperneei e tratei de fugi
E lá na estrada eu tava escutando
As mulher gritando “Saravá pra ti!”

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143 - Saudação Aos Afilhados

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Leia a Letra

Vai versinho acompanhando as voltas que o mundo tem
Obedeça meu governo não sejas mau pra ninguém
Felicite os afilhados e afilhadas também
Meus compadres e comadres por este mundão além

A comadre e o compadre retratista João Severo
Levar a minha mensagem pra vocês que eu tanto quero
E o meu afilhado Helio que eu tanto adoro e venero
Teu nome é muito importante serás um grande estudante
Que um grande futuro o espera no ano sessenta e seis

Quando você nasceu foi dia da eclipse que o sol
escureceu
Naquele exato momento tua mãe adoeceu
Abriu-se um ventre sagrado e a luz da vida perdeu
Condenaram cientistas, escolheste um artista para ser
padrinho teu

Pois é, seu pai me escolheu soltaram até um foguete
localidade
Eles trouxeram uma equipe de grande capacidade
Para pesquisarem os bicho ou mesmo a humanidade
Pra ver como se portava naquela oportunidade

E você foi pesquisado ali na maternidade
Na Grécia o Helio é o Sol veja que felicidade
Receberes este nome tu serás um grande homem
De forte brasilidade, que assim seja

O meu afilhado Helio tu já foste felicitado
Deixa eu ir até no Paraná visitar outro afilhado
Chama-se Gildo Gonçalves, da capital do Estado
Puseram o nome de Gildo e assim foi registrado
Pra batizar o menino, pelo pai fui convidado
Deus permitiu que eu fizesse esse honroso batizado
Muito obrigado

Meus afilhados eu carrego dentro do meu coração
Por isso para os outros eu peço o merecido perdão
Por eu não ter colocado vocês nesta gravação
Mas como o tempo dá tempo, fica pra outra ocasião
Recebam a minha bênção com alma e com o coração

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144 - Saudade de Alegrete

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Leia a Letra

Este Alegrete foi a terra que eu nasci
Depois no mundo eu andei, virei eu mexi
Mas sempre peço quando Deus mandar a morte
Também mande uma sorte de eu morrer junto de ti

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Este Alegrete é lugar de boa fé
Quem sai daqui quer voltar, se Deus quiser
E o gaúcho quando sai desta cidade
Quase morre de saudade eu não sei pelo que é

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Eu quando estou num lugar muito distante
Que eu deito e durmo e sonho com esta cidade
Eu me acordo já um tanto comovido
Passo o dia aborrecido quase louco de saudade

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Agora sim eu tô cantando mais contente
Eu me acho aqui no meio desta gente
Agora sim eu tô derrubando a saudade
Da minha velha amizade porque voltei novamente.

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

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145 - Saudade de Minha Terra

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Leia a Letra

Quero ir na minha terra
Quero matar a saudade
Quero ver o que eu não vejo
Aqui dentro da cidade
Quero demorar bastante
Ficar lá o mês inteiro
Quero fazer toda lida
Que eu fazia de primeiro
Quero domar potro xucro
Que há muito tempo eu não domo
Tomar um mate a meu gosto
Que há muito tempo eu não tomo
Tomar um mate a meu gosto
Que há muito tempo eu não tomo

(comer as frutas silvestres
Da mata da minha estância
Plantadas por mão do mestre
Que comi na minha infância
Eu quero fazer de tudo se der certo
O que eu desejo
Eu quero encerrar as vacas tirar leite
Fazer queijo
Fazer um laço de doze se esparramar no espaço
E cerrar nas guampas do bicho
Pra mostrar que braço é braço)

Quero camperear bastante
No lombo de bons cavalos
Carpir bastante de enxada
Para as mãos criarem calos
Arrastar pipa de água
Na chincha do meu petiço
Para lembrar minha infância
E o meu primeiro serviço
Quero arranjar um gaiteiro
E fazer um baile animado
E provar que eu sou herdeiro
Da herança do passado
Pra provar que eu sou herdeiro
Da herança do passado

Lavrar terra sem trator
Pegar no rabo do arado
Pra bem da musculatura
Cortar lenha de machado
E levar um retratista
Pra bater fotografia
E provar pra meus amigos
De tudo que eu lá fazia
Vou fazer acreditar
Quem nunca me acreditou
E outros ficarão sabendo
Quem eu era e quem eu sou
E outros ficarão sabendo
Quem eu era e quem eu sou

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146 - Saudade de Vacaria

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Deixei a Vacaria daqui muito além
A saudade ainda contém uma recordação
Dos bailes que dançava com a gauchinha
Prenda que eu mais queria lá no meu rincão

Saudade ainda mora no meu pensamento
Eu escuto pelo vento sua voz falando
Parece uma mentira o que ela vem dizendo
Que por mim anda sofrendo sempre me esperando

Também sinto saudade do clarear do dia
Em todas as manhãs que sai a camperiar
De canhada em canhada eu atravessava
De coxilha em coxilha sempre a galopar

Vou sempre recordando do meu pangaré
Mas isso se Deus quiser eu voltarei um dia
Montado no meu pingo quero camperiar
Só para respirar o ar de Vacaria

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147 - Saudade dos Pagos

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Eu quando vim lá da minha terra
Eu deixei por lá muita recordação
O meu cavalo, por nome Esperança
Que era toda minha estimação
Deixei também um apero completo
Que dava inveja no próprio patrão
Um par de rédeas de couro de pardo
Mala de ponche e dois pelegão

Deixei até uma lavoura plantada
Já tinha dado a primeira capina
Eu deixei tudo, e não quis mais nada
Porque criei raiva de uma china
Eu deixei tudo, mas porém não ligo
Sei que não volto mais pro meu rincão
Tando distante não tem perigo
Que a china abrande o meu coração

Eu trouxe um laço de couro de pardo
Foi que restou da minha profissão
Num entrevero de china bonita
Eu quero dar uma demonstração
Eu qualquer dia eu tomo umas canha
Garro meu laço e caio na farra
Marco a china que tenha picanha
E dou-lhe um pealo velho de cucharra

Eu sou gaúcho, que acompanhei
Todas as voltas que o mundo requer
Meus interesses eu abandonei
E deixei meus pago por causa e mulher
Eu quero dar mai um tiros de laço
Pra ver as volta que meu laço faz
Depois então, eu descanso meu braço
E me assossego, e não pealo mais

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148 - Sem Você Não Sou Feliz

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Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul.

A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul.

Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa.
Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.

Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família.
Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz.

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149 - Sentimento de Viúvo

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(Vocês estão vendo esse traje preto que eu uso
Nos lugares donde cruzo ninguém sabe porque é
Me representa uma nuvem de paixão
Que me enluta o coração por ter perdido a mulher
Aquela prenda que eu amava com ternuras
E que o destino nos dois nos separou
Por que a má sorte debruçou-se entre nós dois
E a negra morte a companheira levou.)

Eu lembro um pé de roseira que tinha sobre a janela
Que era os cuidados dela pra mostrar as visitas
Lembro também meu velho cachorro baio
Um macaco e um papagaio e um casal de caturritas

(Isso lá de quando em quando a roseira enflorescida
E a minha china querida para enterter as visitas
Mostrava logo a roseira e depois a casa inteira
Os papagaio as caturritas)

Eu me lembro bem assim parece estar enxergando
O gato se espreguiçando sobre a cadeira estofada
E a galinhada que enfeitava o terreiro
Nosso porco no chiqueiro e uma lavoura plantada

(Me lembro bem deste gato, era um gatito bardoso
Molerengo preguiçoso tinha o nome de Mimi
E ela tratava esse gato com todo zelo
E passava a mão no pelo até o gato dormir)

Meu cachorro perdigueiro que era amigo do meu pingo
Nós saía nos domingo numas horas tão felizes
Nos campo aberto onde entrava nós três
Com uma arma dezesseis pra negaciar as perdizes

(Meu cavalo, meu cachorro dois bichos fieis amigos
Em tão triste hora eu digo do pingo eu penteava a crina
A bicharada, que não morreram fugiram
Parece até que sentiram com a morte da minha china)

Com a morte da minha china não tratei do bicharedo
Até o meu novo arvoredo foi secando e não cresceu
O macaco entristeceu e as caturritas fugiram
E as parreiras caíram, o meu cavalo morreu

(E assim foi se acabando meu rancho ficou tapera
Nem eu sou mais o que era, tudo se acabou para mim
Eu sei que mais tarde eu morro
Que nem o cavalo e o cachorro, rancho, arvoredo e jardim)

Meu cachorro ficou louco
E assim de pouco a pouco tudo desapareceu
Só o que não desaparece
É a saudade que cresce neste humilde peito meu

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150 - Show do Gildo

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Senhoras e senhores, neste abençoado momento
Vamos apresentar Gildo de Freitas o maior repentista brasileiro
O trovador dos pampas, vocês podem pedir ou dar a palavra
Para que ele faça seus versos improvisados

-O Gildo, fala de amor
-É isso aí, Gildo de Freitas
-Hahá, deixa comigo, índio velho, gaiteiro risca essa gaita, indião

Amor é palavra linda merece todo respeito
Sem eu sentir penetrou para dentro do meu peito
A gente morre de velho sem conhecê-lo direito
Amor é a tal cousa que vem a nossa procura
Vai entrando pelo peito, não faz buraco e nem fura
Trás alegrias e dores para qualquer criatura

-Falando de saudade Gildo de Freitas
-É isso aí, tá matando

Isto já foi estudado discutido por doutores
Pra terminar sofrimentos pra quem se queixa de dores
Mas não puderam curar os ferimentos de amor
Saudade por ser saudade goza do mesmo respeito
Vive juntinho do amor de sócio do mesmo peito
E a saudade cresce mais quando o amor é perfeito

-E é verdade, isso mata a gente, vamo virar essa saudade

O amor é uma planta que brota na mocidade
Quanto mais velho mais cresce no peito da humanidade
É distante do amor, que aumenta mais a saudade
Esta saudade malvada meu coração já conhece
Pertinho de quem se ama pouca saudade aparece
Mas quando se tá distante é quando a saudade cresce

-Oh saudade marvada, desta tremenda saudade
vai se despedindo Gildo de Freitas
-Obrigado

Por ser peão de confiança eu atendo seu mandado
Quero deixar pra vocês meu forte abraço apertado
Com isso encerro meu show adeus e muito obrigado

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151 - Sinais do Tempo

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O nosso tempo atual mudou de antigamente
Ora quem é que não nota nosso clima diferente
Parece até um castigo do supremo onipotente
Por que vê tanta maldade no coração desta gente
Depois da seca torrante
Veio esta chuva gigante, sai a seca entra a enchente.

Parece até fim de mundo nem os amigos se entende
Preço nem se liga mais, nem quem compre, nem quem vende
A miséria desatou-se que não há mais quem emende
As nuven de sentimento pego a chorar se desprendem
O sol também embrabece
Sob as nuvens ele desce e um raio de fogo acende.

Ao som da minha acordeona eu conto a verdade nua
Assim se vai nosso mundo, uns tão rico outros nas pua
Morando em palacete, outros morando na rua
Outros gastando bilhões para descobrir a lua
Fazem um estudo profundo
Pra descobrir outro mundo e a miséria continua.

Vamos ser mais religiosos e pensar todos iguais
Que a bíblia sagrada marca que há muitos anos atrás
Se desfez o mundo em água e já deu alguns sinais
E se Deus não ouve reza
Embrabece nos despreza e não endireita mais E o resultado é morrer E depois o que vão fazer de tamanhos capitais.

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152 - Sistema dos Pagos

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Eu vou contar pra vocês o minha gente
Qual é o traje que o rio grande se usa
Uma bombacha umas bota um par de espora
um chapéu grande um lenço um pala uma brusa

um cinturão boleadera e tirador
e um revolver carregado na cintura
um litro mango e uma faca prateada
e uma cordeona pra legrar as criaturas

cavalo gordo e um areio preparado
dois pelegao peiteira freio e barbela
um ramaneia um laço mala de poncho
e na garupa uma china formosa e bela

e esta china que me faz o chimarao
me lava a roupa faz almoço e faz café
é bem assim que se traja o rio grandense
é o meu chão que le pertence os carinho da mulhe

também percisa ter dois cachorro bueno
mas escolher da raça dinamarquês
para ajudar o seu dono a peliar
se pur acaso for perciso alguma vez
cada cachorro peleia com o inimigo
e o dono é guapo peleia com dois ou trêis
e foi assim que eu resolvi todo o problema
de contar todo o sistema do Rio Grande pra vocês

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153 - Sombra da Cestia

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Figueira sombra da céstia
Com certeza estais lembrada
Quando eu com minha amada
Nós passava as tarde inteira
Ela ria de faceira
Trocamos beijos e carinhos
Que nem casal de pombinhos
Na tua sombra figueira

Me lembro na tua sombra
Eu tive momentos feliz
Mas hoje o destino quis
Que eu pegasse outro caminho
Te lembra quantos carinhos
Ela fazia pra mim
Tudo aquilo teve um fim
Por isto eu voltei sozinho

Por incrível que pareça
Minha querida figueira
Me roubaram a companheira
Eu nem sei que fim levou
Te conto o que se passou
Não é que eu seja covarde
Quero chorar esta tarde
Nesta sombra que restou

Não me censures figueira
Pela loucura que eu faço
Eu venho neste cansaço
Não posso ser mais feliz
Os teus galhos seu juiz
Deste meu grande fracasso
Por eu não ter no meus braço
A mulher que eu tato quis

Figueira eu junto de ti
De tudo serei capaz
Não quero ver nunca mais
Essa falsa criatura
Para cumprir minhas juras
Eu trouxe esta cavadeira
Na tua sombra figueira
Quero a minha sepultura

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154 - Sonhei Com Você

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Eu sonhei com você esta noite passada
Um sonho que trouxe bastante alegria
Mais tarde meu sonho tornou-se nada
E veio a tristeza e veio a tristeza
No clarear do dia

Sonhei que você deitava em meus braços
E naquela hora eu dei graças a Deus
Por ter me dado a oportunidade
De aproveitar, de aproveitar
Os carinhos teus

Só mesmo em sonho para eu ser feliz
Na realidade você não me quer
Porém em sonho eu fiquei sabendo
Que és carinhosa, que és carinhosa
Oh linda mulher

Desejo até que tu sonhes comigo
Assim conforme eu sonhei contigo
Que beije minha boca conforme eu beijei
E gostes bastante e gostes bastante
Conforme eu gostei

Depois acordando, que tu sintas tristeza
Da separação, conforme eu senti
E confesse por carta, o teu sonho chorando
Que eu estou confessando, estou confessando
E cantando pra ti

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155 - Sonhei Que Fui ao Céu

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Leia a Letra

Esta noite eu tive um sonho
Que no paraíso entrei
Eu vou contar pra vocês
Tudo o que lá encontrei
Quem morreu há muito tempo
No paraíso eu achei
Que sonho lindo e gostoso
Eu vi o Ignácio Cardoso
Com uma coroa de Rei
Perguntei o que era aquilo
O xirú me respondeu
Lá na terra eu trovei muito
Nunca ninguém me venceu
E Deus escutava as trovas
E tudo o que aconteceu
Gosto do meu improviso
Me trouxe pro paraíso
E essa coroa me deu


Eu vou indo pra uma festa
Por isso então te pergunto
Se tu queres ver de novo
A alma de algum defunto
Que cantavam lá na terra
Cantam aqui no meu conjunto
Aqui ninguém é tristonho
Já que vieste aqui no sonho
Te prepara e vamô junto
Dali fumos caminhando
Entramos em um salão
Vi Jesus Cristo sentado
Recebi sua benção
Era um palco só de ouro
E ali foi dada a função
Num gesto muito amoroso
Foi começando o Cardoso
A sua apresentação


E o Darci Reis Nunes junto
Fazendo a apresentação
Falando assim deste jeito
Um momento de atenção
Vamos receber com palmas
Zé Mendes e o violão
E recebendo estas palmas
Leva alegria pras almas
Cantando a integração
Até o garoto de ouro
Que fazia uma semana
Que tinha chegado lá
Com uma roupa mexicana
Cantou versos pra platéias
Acharam muito bacana
Como é lindo o outro mundo
E entrou Pedro Raimundo
Cantando Adeus Mariana


Têm sonho que dá prazer
E outro sonho desgosta
Falou o Darci Reis Nunes
Vou fazer uma proposta
Pra nois ouvir uma trova
Sei que a Santidade gosta
Foi outra salva de palmas
Trovaram então duas almas
O Cardoso e o Paulo Costa
Que sonho bonito meu
Juro por deus que gostei
Toda a saudade que eu tinha
Naquele sonho eu matei
Queriam até que eu ficasse
E com eles concordei
Porque gostei do programa
E nisso cai da cama
E na mesma hora acordei

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156 - Sonho de Criança

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Leia a Letra

Hoje é dia de natal
Eu estou aqui sozinho
Não tenho pai e nem mãe
Vivo só no meu ranchinho
Pedindo ao Papai Noel
Que me traga para mim um presentinho

Eu sou um pobre menino
Que vivo no mundo além
Não tenho o amor de mãe
Nem carinho de ninguém
Papai Noel é bonzinho
Vai trazer meu presentinho
Pois sou criança também

No outro natal passado
Eu cansei de esperar
O Papai Noel não veio
Meu consolo foi chorar
Via as crianças brincando
Seus presentinhos mostrando
Eu não tinha pra mostrar

Por isso Papai Noel
Lhe peço com emoção
Me traga meu presentinho
Tenha de mim compaixão
Se me deres meu presente
Ficará muito contente
O meu pobre coração

Depois serei bem feliz
Viverei com esperança
Guardarei Papai Noel
Sempre na minha lembrança
Ficarei muito obrigado
Se eu ver realizado
O meu sonho de criança

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157 - Sonho de Grosso

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Leia a Letra

Esta noite eu tive um sonho eu andava no espaço
E arriba das nuvens brancas tinha uma capa de aço
E Cristo estava sentado e disse vê que fracasso
Lá na Terra há um desejo de pensarem que a lua é queijo
E cada um que um pedaço

Mostrou-me o Sol e a Lua e disse vê que beleza
O Sol eu chamo de príncipe e a Lua é a minha princesa
Os cientistas da Terra eram pra fazer proezas
Demolir meu firmamento furar sem consentimento
Os olhos da natureza

Mostrou-me algumas estrelas com raios iluminados
Esta é a vida dos homens que por mim são governados
Estais vendo aqueles raios tremendo quase apagado
É a vida daquela gente que não agem fielmente
Serão por mim castigados

E nisto chegou São Pedro falando num tom mais grave
Tu diz lá pra o cientista pra não ser desagradável
Que parem com esses foguetes procure ser mais amável
Que aqui não entra egoísta e arregalou bem as vistas
Balanceando a mão com a chave

Ao findar estas palavras baixou a voz com cadência
E beijou a mão do Pai e da Divina Providência
Disse este é o nosso Rei a nossa maior potência
E nunca gostou de guerra
Precisa os homens da Terra respeitarem sua excelência

Sonho bonito este meu, porém depois de acordado
Peguei lápis e papel e cumpri meu dever sagrado
Fiz uns versos tô cantando transmitindo este recado
Me desculpe cientistas
A Lua ninguém conquista vocês todos estão errados

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158 - Tempo de Escravidão

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Leia a Letra

No Tempo da escravidão veio ao mundo um negrinho
Por um casal de pretinhos por intermédio de um amor
Nasceu esse sofredor nesse mundo de maldade
Com oito anos de idade entregaram a um senhor
Passou a ser mandalete na estância do senhor branco
E de seus pais que eram escravos não recebera carinho
Só ganhava o coitadinho judiaria do senhor

As palavras mais bonitas que recebia o coitado
Era infeliz desgraçado, pau de fumo, malfeitor
E um couro de maneador lhe batia sobre o peito
Na cara de qualquer jeito para que sentisse a dor
E o negrinho sofrendo não chorava e nem pedia
E nem tão pouco sabia por qual seria a razão
Dessa grande judiação que o seu senhor lhe fazia

Benedito se chamava o mandalete da estância
Pra os brancos pouca importância por ser de cor diferente
E andava este inocente sempre de corpo marcado
De tanto o senhor malvado bater naquele vivente
Até que um dia o negrinho foi chamado pela morte
E o senhor surrava forte que já estava sofrendo
E o sangue foi correndo e o negrinho ensanguentado
Com os olhos arregalados e o patrão sempre batendo

O negro olhava para o céu com olhar escancarado
E o senhor desesperado foi dando uns estranhos gritos
Fecha os olhos Benedito, e os olhos não fechava
Duas estrelas brilhavam no alto do infinito
Este estranho momento que as estrelas brilharam
Os dois olhos se fecharam do negrinho sofredor
E nessa hora o senhor, do negro de pouca estima
Fitando os olhos para cima compreendeu ser pecador

Naquela hora o senhor
foi agarrando o negrinho
com os olhos fechadinhos
ele trazia sobre o peito
e dizia deste jeito
remorsiado e aflito

Abre os olhos Benedito!
Abre os olhos Benedito!

E foi assim que o senhor perdeu a luz da razão
Vivia pelo galpão só chorando e dando grito
E a noite olhava as estrelas lá no céu sempre a brilhar
E achava que era o olhar do negrinho Benedito

Terminou tudo em tristeza
E morreu num triste fim
Clamando e dizendo assim
Fecha os olhos Benedito!
Fecha os olhos Benedito!
Fecha os olhos Benedito!
Fecha os olhos Benedito!
Fecha os olhos Benedito!

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159 - Todos Devemos Rezar

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Parece que o nosso mundo tem pouca vida por frente
Baseado na historia sagrada de antigamente
Que quando o mundo mostrasse certas coisas diferentes
Era hora de rezar para o pai onipotente
Pra evitar que o dilúvio mais uma vez se apresente

O mundo esta diferente uma cousa por demais
Crianças assaltam homens, separações de casais
Já nem os filhos conseguem entender-se com seus pais
Isso tudo são avisos que bíblia sagrada traz
Repetir-se um fim de mundo tudo pode ser capaz

Até a mãe natureza já sente enfraquecimento
Por não mais obedecerem as leis dos dez mandamentos
Por isso uma vez as águas fizeram um movimento
Só escapou uma família pelo bom comportamento
E um casal de cada bicho com o mesmo merecimento

Terminou-se o mundo assim, o dilúvio ameaçava
Pelo principio das águas ainda o povo gostava
Depois quando compreenderam que o mundo se acabava
Quem nunca tinha rezado dali por diante rezava
Pedindo que Deus perdoasse porém não adiantava.

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160 - Trança de China

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É cousa triste gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

Eu digo isso é por que aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho

(Se fosse no verão não era nada, mas no inverno qualquer magricela faz falta)

Quando ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não

Saltei na china, puxei da prateada
E dei-lhe um talho que atorou a trança
Mandei fazer uma rédea trançada
E é só o que eu tenho dela por lembrança

(Mulher falsa em rancho é mais uma pistola engatilhada contra a gente amigo)

Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi cortada
Dê meia-volta e saia campo afora
Que china falsa não me vale nada

É cousa trista gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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161 - Três Amigos e uma Saudade

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O meu amigo Radir e esse versinho é pra ti
Eu cantando pra um amigo não sei se lembra de mim
E ontem eu te vi no baile uma satisfação pra mim
E hoje provou amizade e por isso que está aqui
E agora me dão licença desse meu verso repente
Vou fazer um versinho pra provar que estou contente
Aqui pra essa casa santa no meio de tanta gente
E para encher de esperança ali para a vizinhança
daquela porta da frente

Daquela porta da frente Gildo Freitas tá enxergando
Enxergaste gente fina o teu coração tá mandando
O Gildo enxerga bastante vocês podem acreditar
Enxerga até os meus dedos
quando eu pego a bordonear

Quando pega a bordonear e já não deixo pra trás
Ó padrinho eu te pergunto e ainda gosto muito mais
E agora fala aqui mesmo eu não rasgo meu cartaz
Como é que passa de saude
e o senhor como é que estais

Igualzinho este teu verso é muito bem conceituado
Eu te digo meu amigo eu tô bem muito obrigado
Porque eu tenho a minha fé viagens que tem mandado
Toda viagem que eu faço no Brasil no meu Estado
Faço descansadamente sempre com Deus ao meu lado

Sempre com Deus a seu lado e veja só como é que é
Nós fizemos o nosso show que aí está e eu sempre dou pé
Eu cantando esse meu verso tão logo fica de a pé
O seu pé estão curado e eu canto aqui com fé
O senhor já descansou está melhor está de pé

Meu amigo Assis Botelho que não perde as esperança
Eu já cantei para vocês e cantei para a vizinhança
E o Darci e a Evinha que esse meu versinho alcança
Vamos deixar esta fita para guardar a minha lembrança

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162 - Três Tormentos

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Meu rico amigo olha ali naquela mesa
Uma mulher toda inchada da bebida
Deixou seu lar, e abandonou seu filhinho
E o coitadinho chora por esta fingida.
Quem vai dizer que esta mulher já foi casada
Hoje enrugada desprotegida da sorte
Muito ligeiro esta infeliz se termina
Vai nesta sina até na hora da morte.

E o esposo que ela tinha eu conheci
Era um marido exemplar e caprichoso
E para ela dava tudo que quisesse
Ele merece esse viver penaroso.
Se ela soubesse o quanto dói uma saudade
Ela voltava pra rever o seu filhinho
Para abraçá-lo e sufocá-la com seus beijos
E dar a ele o seu último carinho.

Preste atenção como ela esta chorando
É a paixão no remorso que ela tem
Mesmo a bebida e o maltratar dos homens
É quem consome as mulheres de ninguém.
E o marido vive lá criando o filho
E a tristeza a rondar o seu ranchinho
E diz a todos que não quer outra mulher
Hoje ele vive exclusive pra o filhinho.

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163 - Triste Fato

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José Mendes o triste fato
Não me sai mais da ideia
Deixas-te letras famosas
Que tu vibravas as plateias
Primeiro foi para Pedro
Depois foi a gaita velha
Se tu levasse o violão
No céu faria uma estreia

Foi bem triste a sexta-feira
Que tu deixou de viver
Num acidente de carro
Que vieste a falecer
Deixaste tua patroa
E um filhinho a sofrer
Sofrendo a saudade tua
Por não poder mais te ver

Pra gente matar saudade
Eu já procurei um esquema
Pra escutar se bota um disco
Pra vê-lo vai-se ao cinema
Quando vai sua esposa
Fica cortida de pena
Por ver o gesto e a voz
È o artista é só a cena

Quando no radio anunciou
Eu senti forte badalada
As terras se estremeciam
As nuvem ficou nublada
Em homenagem a sua alma
Veio forte chuvarada
E nunca mais escutei
Zé Mendes na madrugada

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164 - Triste Passado

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Quem tu eras e hoje quem és
Quem te viu conforme eu te vi
Cercadinha de bons coronéis
Que brigavam por causa de ti
O salão onde tu dançava
Sempre foste a mais preferida
Que aquele que tu desprezava
Ele muito sofreu por ti nesta vida

Ah! O orgulho que estraga
Neste mundo se faz
Aqui mesmo se paga

Muitos deles deixaram a família
Arrodiando de teus falsos carinhos
Hoje vivem assim que nem tu
Tristinho no mundo e sofrendo sozinho
E aquele das horas tristozas
Casou por contrato e desfruta carinho
E vive nadando em mares de rosas
Enquanto tu cruzas a estrada de espinho

Ah! O orgulho que estraga
Neste mundo se faz
Aqui mesmo se paga
Cadê-lhe a beleza que tinhas no rosto
E o sorriso que tinhas na boca
Trocaste o tudo por tanto desgosto
E vives na rua assim como louca
Trocaste a alegria por tanta tristeza
E ele a tristeza por tanta alegria
E não lhe fez falta a tua beleza
Ele é muito feliz sem tua companhia

Ah! O orgulho que estraga
Neste mundo se faz
Aqui mesmo se paga

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165 - Trova do Gildo

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Deus sempre foi meu amigo por ser um homem correto
Já muitos necessitado se agasalhou no meu teto
Criei os filhos cantando, hoje estou criando os neto

-Hoje estás criando os netos sempre sendo um homem honrado
Eu sendo o filho caçula fui um pouco relaxado
Abandonei os estudos mas vivo no teu costado

É isto que me conforma viveres no meu costado
Porém se você seguisse já teria se formado
A um doutor engenheiro ou um bom advogado

-A um bom advogado, nunca sonhei ser doutor
Meu maior sonho na vida é ser igual ao senhor
Cantar bem, escrever bem,ser bom improvisador

Pra ser bom improvisador Deus do céu te dê juízo
Que sempre saia bonito os teus versos de improviso
Caprichoso nos teus atos pra não teres prejuízo.

Ai peço a Deus que me dar juízo que nós dois lute parelho
Que o senhor se enxergue em mim eu quero ser seu espelho
Que tenha boa memória para gravar seus conselho

(Procures tratar o povo sempre com a mesma igualdade
Ser humilde sem orgulho, porem com sinceridade
E não usar na campanha os costumes da cidade
Um homem que canta e toca tem muita facilidade
Principalmente agora que o mundo dá liberdade
Com o tempo teu coração desperta curiosidade
De procurar um alguém pra tua felicidade.

Quando isso acontecer procure saber quem é
Ver se seus pais são honrados bondosos de boa fé
Por que a fruta meu filho não cai distante do pé
Se alguém te propor briga, aceita a briga trovando
Fica uma briga bonita e o povo apreciando
Um acusa outro defende e terminam se abraçando
Procura aceitar com força principalmente esse aviso
Não jogar, não beber por que só dá prejuízo
Estraga tua saúde e fica de bolso liso
E ainda proíbe a alma de entrar no paraíso)

-Muito obrigado meu pai é pena faltar espaço
Atenderei seus conselhos tudo que mandar eu faço
Para todos que nos ouvem mandaremos o nosso abraço.

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166 - Trovador dos Pampas

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Eu canto para o Brasil
Dá licença senador
Que eu quero homenagear
Um gaucho cantador
É cria do meu estado
Gildo de Freitas afamado
Que na trova é o doutor
Aai ai campeão de trovador

É filho de gente humilde
No mundo velho rolou
Que fez o seu ganha pão
No dom que Deus lhe dotou
Tirando verso da ideia
Agradecendo a platéia
E os aplausos que ganhou
Aai ai na canção que ele cantou

Peço que Deus lhe abençoe
Cobrir com o trono dourado
Que é o soberadno da trova
Que nele foi coroado
Gildo de Freitas bem sei
Que na trova tu é o rei
Tais nesse trono sentado
Aai ai governando o teu reinado

E és o trovador dos pampas
Sempre lhe sobra cartucho
És filho de Porto Alegre
Não tem orgulho e nem luxo
É grande na inteligência
O rouxinol da querência
Que aguenta qualquer repuxo
Aa ai és relíquia pra o gaúcho

O Gildo eu te admiro
Desde o tempo de guri
Que eu usava calça curta
Teus versos nunca esqueci
Peço que Deus lhe proteja
De tudo que tu deseja
Tudo de bom que existir
Aa ai pra tua família e pra ti

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167 - Valsa das Marias

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Oh, Maria o teu nome merece de nós todos consideração
A sagrada Maria das graças a quem faço a minha oração
Oh, Maria o teu nome é sagrado é santificado pela religião

Até eu, se me sinto doente, meio tristonho sem uma alegria
Sempre rezo quando me deito, quando amanhece no outro dia
Pedindo perdão pelos erros meus em nome de Deus e da virgem Maria

Oh, meus Deus como existe Maria, que nome bonito e tão abençoado
Lá no rancho eu tenho a Maria que amanhece o dia deitada do lado
Deus me deu para mim como esposa e no meu rancho reina alegria
Sou feliz com ela e ela comigo e eu sou amigo da minha Maria

Até mesmo no próprio Rio Grande já escolheram a localidade
E puseram seu amado nome e foi crescendo uma rica cidade
É a terra do estudantil que para nós oferece alegria
É orgulho do nosso Brasil, Santa Maria, é Santa Maria

Eu gosto tanto da minha Maria e ela gosta tanto de mim
Se eu saio e demoro a voltar ela fica a chorar é só diz assim:
-Será que eu sou tua Maria, será que eu sou tua paixão
Será que isso é verdade, que felicidade pro meu coração

É verdade sim meu amor tu és a minha alegria
E para encurtar o assunto nos rezamos juntos uma Ave-Maria.

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168 - Valsa dos Artistas

Instrumental

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169 - Vaneirinha Gaúcha

Instrumental

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170 - Venha Comigo Mariquinha

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O que que achas hein, Mariquinha?
Vires embora agora comigo?
Tu vives triste assim tão sozinha
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo
Tu vives triste assim tão sozinha
Ires embora agora comigo?
O que que achas hein, Mariquinha?

Eu enrolando na tua beleza
Se me aceitar em tua companhia
Mandemo embora toda a tristeza
E nois precisamo de ter alegria
Não adianta nóis esta chorando
Não adianta nóis esta sofrendo
Não adianta nóis tá esperando
Adianta só o que eu estou dizendo

Se eu penetra no teu coração
O nosso amor não terá fim
Eu cuidarei da plantação
E você cuida do nosso jardim
O que que achas hein, Mariquinha?
Ires comigo embora agora comigo?
Tu vives triste assim tão sozinha
Eu tenho um rancho para o nosso abrigo

- Reconheci que tu tens razão
E tens o rancho para o nosso abrigo
Afirma a rédea do alazão
DáI-me a garupa que me vou contigo

Queremos Deus em nosso caminho
Queremos Deus em nossa companhia
Também queremos pra nós um filhinho
Pra nossa vida bastante alegria

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171 - Vida Brava

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Minha mulher é alta magricela
Não me roubaram por ser muito feia
Pobre coitada de passar miséria
Anda acordada, mas sempre vareia

Não tem mais força para ralhar com o filho
A sua voz está tão fraquinha e rouca
Lavar pra fora ela também não pode
As suas forças estão muito pouca

A criançada lá da vizinhança
Já chamam ela de magrela louca
Sou um marido bastante infeliz
Ela só tem é pescoço e nariz

E não tem um caco de dente na boca
Já somos pais de doze filhinhos
Tem dez machinhos
Tem duas prendas

As roupas delas são todas floreadas
Porque são feitas de várias fazendas
A mulher corta da roupinha velha
Vai ajeitando e depois remenda

Agora sim estou vivendo apertado
Estou vendo o jeito que vou ser multado
Porque não fiz declarações de renda

(É brabo, mas é queijo, dizia uma velha
comendo um pedaço de sabão)
Minhas crianças que vão pro colégio
Não levam nada pra sua merenda
Porque eu de tanto me atrasar com as contas
Estou de mal com o dono da venda
E a rapadura que eu comprei fiado
Eu não paguei pro dono da tenda
Minha mulher toda noite sonha
Que ai promessa da tal de cegonha
E vai vir mais cinco pra nóis de encomenda

(Para com isso mulher véia)

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172 - Vida de Camponês

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Viver bonito é a do camponês
Ele trabalha mas também descansa
Da própria terra que ele se alimenta
Descansadinho sem haver lambança
Porque o vizinho mais pertinho dele
É uma légua duas de distancia
Pra se falar só se houver doença
Ou aos domingos na alguma festança
E é assim que ele leva a vida
Na sua lida cheia de esperança
E é assim que ele leva a vida
Na sua lida cheia de esperança

Seu lindo rancho de capim coberto
Terreno limpo cheio de arvoredo
A serenata que ouvi de perto
É dos passarinhos de manhã bem cedo
Já se acorda cheio de alegria
E se alevanta com satisfação
Prega-lhe o grito levanta a família
E se dirige direto ao galpão
A mulher véia conhece seu vicio
Dá o inicio no seu chimarrão
A mulher véia conhece seu vicio
Da o inicio no seu chimarrão

Toma um amargo belisca um salgado
Porque sem carne o corpo não aguenta
E é preciso andar reforçado
Pra dominar as suas ferramentas
Sempre têm um para tirar o leite
E dar o trato para criação
Daquele leite se faz um café
Faz a mantega pra se por no pão
E o mais pequeno têm o privilégio
De ir ao colégio aprender a lição
E o mais pequeno têm o privilégio
De ir ao colégio aprender a lição

Domingo cedo tudo se alevanta
De roupa limpa ele e todos seus
Vão na capela lá nos pés da santa
Rezar a missa e rogar a Deus
Isto que é vida bonita e perfeita
Séria e direita com obrigação
Tanto na planta como na colheita
Como na sua própria religião
E o camponês que disso não deu muda
Sempre Deus ajuda sua plantação
E o camponês que disso não deu muda
Sempre Deus ajuda sua plantação

Domingo cedo tudo se alevanta
De roupa limpa ele e todos seus
Vão na capela lá nos pés da santa
Rezar a missa e rogar a Deus
Isto que é vida bonita e perfeita
Séria e direita com obrigação
Tanto na planta como na colheita
Como na sua própria religião
E o camponês que disso não deu muda
Sempre Deus ajuda sua plantação
E o camponês que disso não deu muda
Sempre Deus ajuda sua plantação

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173 - Vida de Tropeiro

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Eu vou contar pra vocês ó minha gente
A vida triste que leva nosso campeiro
Quando o patrão faz negócio na charqueada
Manda levar a boiada dando ordem os seus tropeiros
E um velho cusco que é seu fiel companheiro

Chegando a tarde já fica a tropa encerrada
De madrugada canta o galo no galpão
Anunciando para o coitado tropeiro
Que tome o mate ligeiro pra cumprir com a obrigação
E vai tropeiro cantando esta canção

Toma um amargo e põe o cavalo na encilha
E o laço na presilha e solta a tropa na estrada
E lá vão eles por este mundão aberto
Sem saber o lugar certo para fazer a pousada
E vai tropeiro tocando a sua boiada

Quando vão bem feliz a sua jornada
Cantando esta toada que se acalme as reses
E assim repete esta canção por várias vezes
São tradições do nosso querido estado
E esta cantiga tira a brabeza do gado

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